Livro: A donzela e o dragão Página 3
Autor - Fonte: Jaqueline Rodrigues
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a as escamas negras reluzir. A gigantesca cabeça descansava sobre uma das patas. Ele parecia tão casual! Podia jurar que exibia um sorriso malicioso. Era uma criatura esplêndida. Mesmo assim, não deixava de ser um monstro.
— Quer dizer que dragões podem falar? — Brilhante, Annwyl! Contudo, não sabia o que mais poderia dizer.
— Sim. Meu nome é Fearghus.
— Fearghus? — ela refletiu por um instante. Em seguida, foi consumida pelo medo. — Fearghus... O destruidor?
— É assim que me chamam.
— Mas você não é visto há anos. Pensei que fosse um mito.
— Eu pareço um mito?
Annwyl encarou a gigantesca besta, maravilhada com o tamanho. O corpo era coberto por escamas negras, e havia dois chifres também negros no topo da cabeça imponente. Uma crina de pelo negro e sedoso caía sobre a testa e descia pelas costas, quase tocando o chão.
— não. Você parece bastante real.
— Bom.
— Ouvi histórias sobre você. Destruiu vilarejos inteiros.
— De vez em quando.
Ela desviou o olhar, perguntando-se como os deuses podiam ser tão cruéis. Em vez de permitir que morresse em bata¬lha, como uma verdadeira guerreira, tinham deixado que ela acabasse servindo de banquete para uma besta.
— E você é Annwyl, da Ilha de Garbhán. Annwyl, da Planície das Trevas. E também Annwyl, a Sanguinária.
Ela se encolheu ao ouvir isso. Detestava a denominação.
— Você arranca a cabeça dos homens e banha-se no sangue deles — ele prosseguiu.
— Eu não faço isso! — encarou-o. — Quando se arranca a cabeça de um homem, o sangue jorra. Porém, não me banho em nada além de água.
— Se você diz.
A calma dele colocou-a na defensiva.
— E eu não corto a cabeça de qualquer homem. Apenas as dos inimigos da Planície das Trevas. Dos homens do meu irmão.
— Ah, sim. Lorcan, o Açougueiro da Ilha de Garbhán. Parece-me que, se você simplesmente arrancasse a cabeça dele, a guerra chegaria ao fim. Annwyl cerrou os dentes.
— Você
...
acha que eu nunca pensei nisso? Que eu não o mataria, se tivesse chance? — Ao perceber que o dragão não respondia, sua fúria aumentou. — O que você acha?!
Ele se espantou com a explosão repentina.
— Você sempre fica furiosa quando fala de Lorcan?
— Não! — ela vociferou. — Sim! — Suspirou. — Às vezes.
Ele riu, fazendo-a ter vontade de gritar o riso não era desa¬gradável, mas conversar com um dragão... Talvez estivesse enlouquecendo.
A besta moveu-se devagar, entrando um pouco mais no quarto. Mesmo assim, ela avistava apenas a metade dele sem virar a cabeça. O restante permanecia do lado de fora do aposento. Imaginou como ele seria por inteiro.
— Por que eu não estou... Morta?
— Você estaria, se eu não a tivesse encontrado.
— Por que você me salvou?
— Não sei. Você... Me fascina.
— O quê? — Comparada a um dragão, ela não era nada. Apenas um ser humano.
— Sua bravura é fascinante. Quando me viu, não tentou fugir como os outros homens.
— Eu já estava morrendo.
— Não importa. Você deveria ter corrido para salvar sua vida ou se ajoelhado e implorado por misericórdia.
— Não me ajoelho para ninguém! — ela disse sem pensar Fearghus riu. Um som suave e agradável, como a voz. Era uma pena pertencer a um monstro.
— Vou me lembrar disso.
O dragão ria ao mover o corpo para sair dali. Ela obser¬vou a cauda arrastando-se pelo chão. A ponta fina arranhava as pedras. Tentou não entrar em pânico quando percebeu que só a cauda tinha o comprimento de dois dos mais altos homens de seu batalhão.
— Vou enviar alguém para ajudá-la e alimentá-la.
— Um homem?
— o quê? — o dragão bateu a enorme cabeça no teto.
Annwyl encolheu-se na cama. Aquilo não passara de um sonho.
— Nada, estou cansada.
— Então, é melhor que durma.
— Espere! — Quando ele olhou por sobre o ombro, Annwyl respirou fundo. — Obrigada por ter me salvado.
— De nada, bela donzela. — Começou a cam ...
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Comentários:
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Cema: Muito bom. Poderia ser feito um filme, porque foi o mais emocionante trabalho com dragao que eu vi ótimo. .
VALERIA CRISTINA: Amei linda e emocionante!.
Nina: É lindo, emocionante e apaixonante gostei..
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