Livro: A Lei do Amor Página 2

... ca¬radamente com Blake, enquanto ele apreciava a situação, como se fosse seu dever fazer isso. Samantha não podia culpá-lo por querer experimentar o que estava à sua disposição, se assim ele escolhesse. O problema era apenas que ela queria uma pequena amostra dele para si mesma. Geralmente, Samantha se vestia sobriamente com roupas de alfaia¬taria bem cortadas, não importava se estivesse em Vegas com Blake ou aqui em Aspen, mas, nessa noite, ela havia se superado. Samantha trajava um vestido de noite justo na cor creme, para chamar a aten¬ção dele, e os cabelos longos e escuros presos em um coque elegan¬te, quando normalmente os puxava para trás e os prendia com uma presilha em um rabo-de-cavalo. Mas agora estava claro que nada iria acontecer entre ela e Blake. Nunca iria acontecer algo entre eles. Samantha havia percebido isso no momento em que Blake se deu conta de sua presença e ela deu um sorriso para demonstrar todo o seu valor, se exibiu da melhor maneira que podia, mas mes¬mo assim, ele voltou à atenção para a atriz sem pensar duas vezes, rejeitando-a assim como Carl havia feito. E, então, ela tomou uma decisão. A decisão certa para ela. A única decisão para ela. Samantha ergueu o olhar. — Sim, está tarde, Blake. Tarde demais. Ele caminhou em direção à mesa, como se sentisse que havia algo errado. — Eu pensei que você disse que iria voltar para Pine Lodge. Essa tinha sido a intenção dela. Samantha inclusive havia se dirigido para a entrada da casa, o casaco sobre os ombros, aguar¬dando ao lado do porteiro para que o manobrista trouxesse o car¬ro. Samantha estivera determinada a voltar para o chalé privado deles no resort. Ela ficava em seu próprio quarto e Blake na suíte presidencial. E, então, alguém entrou no hotel. As portas automáticas des¬lizaram para os lados, a brisa fria da noite, trazida pelo vento da meia-estação, atingiu seu rosto e a deixou arrepiada até os ossos, lembrando-a de que não im ...

ortava o que ela vestisse ou fizesse, seu chefe nunca iria considerá-la como mais do que uma assistente. Samantha virou-se, dirigiu-se para o elevador privativo, subindo até o escritório, na área residencial da família. — Eu precisava fazer algo primeiro — ela falou agora. Os olhos de Blake estavam alertas. — É uma sexta-feira à noite. O trabalho pode esperar até amanhã. Eles estiveram trabalhando durante todos os sábados, tentando manter tudo sob controle até conseguirem se mudar para Aspen permanentemente. E agora isso não iria acontecer. Ao menos, não para ela. — Isso não pode esperar. Blake ficou em silêncio, estreitando os olhos azuis nela. — O que não pode esperar? Samantha engoliu em seco. — Minha demissão. O choque passou por seus olhos e desapareceu logo em seguida, como se nunca houvesse estado ali. — Do que você está falando? — ele indagou, em tom calmo. — Está na hora de eu prosseguir com a minha vida, Blake. É só isso. — Por quê? A pergunta a atingiu como chumbo, mas ela conseguiu mos¬trar-se indiferente. — É só isso. Blake pôs as mãos sobre a mesa e se inclinou na direção dela. — Que história é essa, Samantha? Qual é a verdadeira razão de você querer partir? Ela já o havia enfrentado algumas vezes em se tratando de assuntos de negócios, mas isso. Isso era pessoal. Com cautela, Samantha empurrou a cadeira de couro, levantou-se e seguiu com seus saltos altos para a janela arqueada atrás dela. A vista abaixo, do luxuoso resort, era surpreendentemente encantadora em outubro. Nessa noite, incrustado em meio aos picos altos, o povoado ador¬mecido cintilava como luzes mágicas na brisa alpina, uma tapeçaria de ruas espiraladas, chalés e a praça do vilarejo. Para uma garota do sul da Califórnia, que agora vivia em Vegas, esse lugar tinha algo que nenhum outro parecia ter. Tinha vida. — É hora de partir — ela declarou, mantendo-se de costas para ele. — Você está inf ...

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