Livro: A Feiticeira e o Cavaleiro Página 3

... da — tranquilizou a velha. — Seu pai está certo. Seu dom é realmente muito especial. E um dia, no mundo dos mortais, você descobrirá sua importância. Agora, vá fazer as pazes com Jeremy. — Você sabe o que isto significa, não é, minha filha? — perguntou a avó quando a menina saiu correndo. Nola parecia relutante em admitir até para si mesma. — Não é à toa que o dom que ela possui não aparece aqui no Reino Místico. Não temos túmulos aqui. — Mas no outro mundo ela será capaz de conversar com todos os seus entes queridos. — É um dom muito especial. A senhora parecia preocupada. — Também é frequentemente mal entendido pelos outros. — Precisamos protegê-la para que ela nunca se desgarre do Reino Místico. — É impossível protegê-la deste jeito, minha filha. Nosso dever é ajudá-la a encontrar suas forças para que se ela estiver longe daqui, seja capaz de sobreviver. O objeto da conversa das duas dançava pela campina à procura de seu companheiro de brincadeiras. Ela precisaria ter muita prática antes de ser considerada uma verdadeira feiticeira como as irmãs. Mas torcia para que isto acontecesse. Tinha apenas que se esforçar um pouco mais. E encontrar um jeito de manter a simpatia de Jeremy até conseguir. Capítulo Um Montanhas Místicas da Escócia —1561 — VEM aqui. Nola Drummond colocou as mãos sobre sua caçula, Gwenellen, que estava estatelada sobre a urze. Ver a filha despencar do céu fez o coração de Nola disparar. Porém, não era novidade. Parecia que ela passara a vida se preocupando com aquele espírito livre que sempre se metia em confusão. — Vamos cuidar dos cortes primeiro. Foi feio este tombo. — Foi mesmo. — Gwenellen tentou se sentar, mas quando viu o céu girar, ficou sobre as flores perfumadas e se entregou aos dons curativos da mãe. — Estava em cima do Starlight, cavalgando perto de um monte de nuvens e numa fração de segundo estava caindo do céu � ...

disse ela, olhando para o cavalo alado que agora pastava ao seu lado. — Será que isto tudo aconteceu porque você estava apostando corrida com o Jeremy? Gwenellen viu o diminuto troll correndo para alcançar as passadas da avó Wilona. — Você se machucou, meu amor? Jeremy me disse que você caiu do Starlight em pleno ar. — Ela estava tentando um novo feitiço que a faria voar! — A voz do troll estava esganiçada pelo nervosismo. — Já funcionou antes. Ela estava certa de que funcionaria de novo. — Estava certa, é claro. — Havia algo novo no tom de voz de Nola. Seria pavor? Ou desespero? — Você pode ter certeza de uma coisa: qualquer dia um destes feitiços errados vai te causar problemas. Como sempre, Wilona tentou contemporizar. — Bem, parece que nada de grave aconteceu. Só uns cortes e uns arranhões. — Viu só, mamãe? — Você podia ter morrido. Quando é que você vai aprender que não pode ficar correndo riscos sem pagar um preço por isto? — Nola se dirigiu ao troll. — Jeremy, você pode tirar a sela do Starlight. Gwenellen vai ficar em terra o resto do dia. Jeremy deu uma piscadela para a amiga e foi cuidar dos cavalos. Quando Nola se afastou, Gwenellen se dirigiu à avó. — Minha mãe ficou furiosa. — Ela se preocupa com você. — Ah, vó. Por que eu só faço besteira? — Isto se chama "crescer", querida. — A senhora fez um carinho nos cachos sedosos, agora emaranhados. Que lindos cabelos dourados em contraste com os belos olhos castanho-amarelados. A avó tinha certeza de que Gwenellen não tinha a mínima ideia da beleza estonteante que possuía. Como poderia? Não existiam espelhos ali, com exceção da superfície do Lago Encantado. E não existia ninguém no Reino Místico para rivalizar com aquela beleza. — Não quero crescer nunca. Olha para mim. Já tenho 18 anos e ainda não consigo curar ferimentos como Allegra, nem lançar feitiços como Kylia. — Você tem seus próprios dons, Gwenelle ...

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