Livro: A feiticeira das Terras Altas Página 3
Autor - Fonte: Deborah MacGillivray
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pestade tomaria os céus daquele jeito.
Ao subir a colina, avistou guerreiros montados em pe¬sados cavalos de batalha, que entravam pelo vale. Ingle¬ses! As brumas que haviam protegido os desfiladeiros sa¬grados de Glen Shane durante séculos tinham falhado em ocultar seu vale. Como poderia ser?
Os cavalos monstruosos revolviam a turfa com as lar¬gas passadas. A princípio, Tamlyn julgou que não a ti¬nham avistado. Logo, gritos de alerta mostraram o con¬trário. Aflita, bateu as rédeas contra o pescoço da égua, e tomou a trilha pelo bosque, que circundava a colina e seguia pelos penhascos de Lochshane Mòhr. Enveredou pela vegetação densa de carvalhos, tílias e olmos, obrigando os cavaleiros a abrir caminho entre o mato rasteiro de urzes e as trepadeiras de madressilvas.
A montaria de Tamlyn, menor, parecia uma agulha passando pelas tramas da tecedura da floresta. E logo os perseguidores ficavam para trás. Sua maior esperança era ladeá-los furtivamente e voltar para as cavernas à beira-mar, sob os penhascos de Glenrogha. Uma passa¬gem secreta as ligava à antiga torre dos pictos, o que permitiria que Tamlyn chegasse à segurança da fortaleza. Ao sair da floresta, incitou Bansidhe à frente. Logo, po¬rem, cinco cavaleiros transpuseram as árvores que bordejavam a curva abrupta para Glenrogha.
Fugir para as cavernas só revelaria a existência delas aos homens que a seguiam. Aquele caminho estava agora bloqueado. Tudo que Tamlyn poderia fazer era procurar a fortaleza da irmã, em Kinloch.
Ao sentir a exaustão da montaria, ela avaliou que, se conseguisse alcançar a floresta de Kinloch, seria possível fugir. De repente, a pata da égua afundou numa depres¬são da terra molhada de chuva, e Tamlyn e o animal se viram lançados ao chão. Com a cabeça zunindo da queda, ela lutou para ficar de pé, e quase caiu quando uma dor lancinante subiu por sua perna direita.
Três guerreiros estavam sobre ela antes que a tontura passasse. Tremendo, encar
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u o inimigo. Em pânico, como um animal encurralado, Tamlyn tentou correr, mas o tor¬nozelo torcido não deixou. Rindo, os homens a empurra¬ram de um para outro, como um bando de cães a ator¬mentar uma presa indefesa. Usavam o verde e o negro do Dragão de Challon, o dragão rampante no brasão em seus peitos.
— Moça jeitosa — um deles disse, jogando o capuz de cota de malhas para trás da cabeça.
Parece que o Norte oferece prazeres, afinal — outro exclamou. — Vamos, me dê um beijo, moça.
— Prefiro beijar um leproso, desgraçado!
— Não há leprosos aqui, mas você pode beijar minha cobra de estimação. — O homem sacudiu a virilha, num gesto debochado. Os demais riram.
Tamlyn encolheu-se, enojada. Arrojou-se então contra a couraça do guerreiro, fazendo-o cambalear para trás, contra o cavalo.
Outro a encurralou. E disse, num tom macio.
— Somos bem mais asseados que seus conterrâneos sujos, de saiote.
Tamlyn engoliu o nó na garganta. Aqueles canalhas desprezíveis pretendiam violentá-la! Precisava racioci¬nar, concentrar-se em alcançar o punhal dentro da bota.
Seus lábios mal se moviam enquanto ela pronunciava as antigas palavras do sortilégio.
— Adhnadhe oothras beytharde dethiale.
O cavaleiro mais jovem agarrou-a pela cintura e depois a prensou de costas contra o peito de outro homem.
Mais dois guerreiros montados a cercaram. Havia três leopardos dourados desbotados em seus coletes. Um dos homens exclamou:
— Derrubar sir Dirk deve ter excitado essa marota.
Tamlyn tentou empurrar o cavaleiro. Sólido, irremovível, olhos duros, negros como carvão, ele a examinou de cima a baixo.
— Que surpresa. Disseram que as escocesas eram ir¬mãs das porcas e tinham escamas azuis na barriga e nos seios.
O sangue de Tamlyn ferveu nas veias.
— Tire essas mãos sujas de cima de mim!
— Que língua solta. Precisamos ensinar essas esco¬cesas a se comportar melhor!
Revoltada, Tamlyn sentiu as mãos rudes deslizarem po ...
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Comentários:
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Larissa: Alguém sabe dizer se esse livro tem continuação?.
Rosângela: Maravilhoso.
Dani Ornellas: Muito Bom!.
Valeria: Linda está historia.
Aidil Ribeiro de Oliveira: Os romances históricos são maravilhosos. Nos ensinam sobre o passado numa mistura linda da história com o amor. Esse romance é maravilhoso..
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