Livro: A Eterna Rival - Pamela Pope Página 3

... Corinne caminhava montanha abaixo, sentindo que as sandálias incomodavam cada vez mais. Começou a contar os passos e, cada vez que chegava a cinquenta mudava a mala de mão. Numa dessas mudanças não aguentou o peso e perdeu o equilíbrio. Caiu sobre um dos pés, enquanto a mala ia parar bem no meio da estrada. Naquele exato momento, um carro que vinha vindo da vila teve de dar uma brecada violenta. Mesmo assim, arrastou a mala por alguns metros, fazendo com que ela se abrisse e que todas as coisas se espalhassem. Corinne ficou horrorizada e tentou se levantar, mas sentiu uma dor terrível no tornozelo e caiu sentada novamente. O motorista saiu do carro com uma expressão furiosa. Era o tal homem chamado Joe. — Você quase causou um acidente sério! — ele gritou. — Que diabo está fazendo no meio da estrada? — Bom, é evidente que não estou esperando um ônibus! Também não estou rezando pela minha salvação, portanto, você não precisa fazer essa cara de anjo vingador! Uma camioneta que vinha descendo pela estrada teve de desviar bruscamente para não atropelá-los e acabou passando por cima da lingerie espalhada. — Ai, minha melhor camisola de náilon! — Corinne gritou, — Quer que eu recolha suas roupas íntimas, ou prefere que a ajude primeiro? Ele a ajudou a levantar com facilidade, mas o pé de Corinne já estava ficando roxo, e ela não conseguiu apoiá-lo no chão. Se Joe não a segurasse, teria caído novamente. Então ele pegou-a nos braços e levou-a até o carro. Corinne ficou tensa, mas dependia inteiramente daquela ajuda e, portanto, não podia protestar. Sentia um frio esquisito na barriga que a deixou apavorada. — Tenho uma reunião às sete horas, mas parece que vou me atrasar — Joe disse. — Se você não fosse tão teimosa, agora já estaria em casa, sem maiores problemas. — Sinto muito fazê-lo perder seu tempo e sua gasolina. Quero pagá-lo. — Se me oferecer dinheiro mais uma vez, srta. Paxton, vai s ...

arrepender! Colocou-a sentada sobre o banco do carro com violência e os dois se encararam, furiosos. Depois, Joe saiu para apanhar as coisas espalhadas. Outro carro passou e quase atropelou a caixa de jóias, onde havia uma linda coleção comprada por Peter. Joe pegou a mala e começou a colocar as coisas dentro sem o menor cuidado. Corinne não tirou os olhos dele até que guardasse a caixa de jóias. — Você devia ter trazido o guarda-roupa também — ele comentou ao voltar com a mala. Depois, fez a volta com o carro e começou a dirigir em direção à vila. — Diga uma coisa: o que a trouxe de volta a Edencombe? Certamente o Grupo Peter Loring gostaria de manter uma de suas fundadoras. Achei que ia preferir ficar por lá. — Há várias razões para isso, mas nenhuma delas é da sua conta — ela respondeu com frieza. — Na verdade, acho seus comentários bastante inoportunos. Além disso, fala de Peter como se ele tivesse montado um armazém de esquina, em vez de uma indústria de roupas espalhada pelo mundo inteiro. — Você não quis tornar-se a nova chefe, então. — Não. — Acho que tem razão. Se era propriedade exclusiva de Peter Loring, seria difícil ficar na firma sem ele. Ela resolveu ignorar a ironia. Para que discutir com um estranho impertinente? — Edencombe é minha cidade e sempre a amei — disse, aparentando calma. — Meu pai é advogado aqui, como deve saber, e ele arrumou um novo sócio que precisa de uma secretária. Por isso, achei uma boa ideia aceitar o emprego. — E o que esse novo sócio acha de ter a ex-secretária de um milionário? — Ora, Joseph Hamblyn é um bom sujeito. E se tiver um mínimo de bom senso, vai levantar as mãos para o céu. Embora você possa duvidar, sou ótima secretária. Eu. ei, para onde tá me levando? Naquele momento, ele estava virando à esquerda, num caminho que conduzia a uma das casas mais bonitas de Edencombe, Era um sobrado enorme, inteirinho branco com janelas vermelhas ...

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