Livro: A Eterna Rival - Pamela Pope Página 2

... ter sofrido um grande golpe, srta. Paxton. — É. Ao menos, o dono do bar estava tentando ser gentil, embora não pedisse desculpas. Ele parecia sem graça e não conseguia encará-la. Corinne pegou a ficha e virou-se em direção ao corredor. Mas o outro homem segurou-a pelo braço. — Talvez eu possa lhe dar uma carona até a vila. Ele era altíssimo, um verdadeiro gigante. Assim de perto, sua voz era grave e sensual. — Obrigada, mas prefiro tomar um táxi. — Ela não confia em você, Joe — o dono do bar brincou. — Ela não gosta de mim, Sid. E não posso culpá-la. — Ele largou-a com delicadeza. — Até logo, então. Corinne voltou para o telefone e tentou chamar um táxi, mas o único que havia na vila tinha sido alugado para um casamento. Teria de enfrentar uma longa caminhada, pois a vila situava-se a alguns quilómetros dali. Agora era tarde demais para aceitar a carona, mas não estava arrependida de ter recusado. Detestaria ficar a sós com aquele homem arrogante. Voltou para o balcão cansada, aborrecida e desanimada. Desejava ao menos estar com sapatos mais confortáveis. — Parece que terei de ir a pé — disse ao dono do bar. — Você quer deixar sua mala aqui, para que alguém venha buscar mais tarde? — Obrigada, prefiro levá-la comigo. — Como quiser. Devia ter ido com Joe, assim ele poderia ter se apresentado melhor. Sem se preocupar com aquela observação. Corinne pegou a mala e saiu. O Sol estava baixo e avermelhado, mas ainda fazia muito calor, O bar situava-se num ponto alto da estrada que conduzia à vila Edencombe, ao norte de Devon. Ainda era chamada de vila, embora ultimamente tivesse crescido e se transformado numa pequena cidade. A esquerda dela ficava a igreja, com sua torre elevando-se acima das árvores. Entre as casas espalhadas ao acaso, havia a da família Paxton, Combe Lodge. Corinne olhou em volta lembrando-se de todas as dificuldades que tinha passado ali. Nunca poderia esquecer a reação d ...

seus pais há dois anos, quando contou a eles o que pretendia fazer. Havia conhecido Peter Loring quando era bem mais jovem e logo concordou em investir algum dinheiro no negócio que ele pretendia abrir. Seus pais ficaram horrorizados e tentaram convencê-la a abandonar tal ideia. — Ele é filho de MacDonald Loring! — o pai gritou, como se só isso fosse condenação suficiente. — MacDonald já faliu duas vezes. Na primeira, ia se casar com sua mãe e usou todo o dinheiro dela para pagar as dívidas. Depois simplesmente desapareceu e deixou-a. — Sei esta história de cor — Corinne respondeu. —- Ouço isso desde que me entendo por gente. Mas não é nele que estou investindo e vocês têm de acreditar que Peter é diferente. Esse negócio de moda jovem vai dar certo. Além do mais. o dinheiro é meu, tenho vinte e um anos, portanto, não podem interferir. — Mas, Corinne, seus estudos de Direito. — a mãe protestou. — Vou largar a faculdade. Serei secretária de Peter. E quando tiver dinheiro suficiente, pagarei para vocês tudo o que MacDonald Loring deve. — Eu não tocaria nesse dinheiro — Júlia Paxton avisou. — Dinheiro maldito, é isso que seria. Qualquer coisa que esteja ligada àquela família não presta. — Vou provar que vocês estão enganados. Na próxima vez que vier aqui, trarei Peter comigo. — Se você se associar aos Loring, Corinne, não será mais bem-vinda nesta casa — o pai avisou. — Portanto, nem pense em trazer Peter aqui para aborrecer sua mãe. — Está bem. Vou pegar minhas coisas e alugar um apartamento em Londres. Não sou mais criança e posso cuidar da minha vida. A mãe tinha feito tudo para ela mudar de ideia, mas Corinne era tão cabeça-dura como o pai. Foi embora e nunca mais viu os pais. E foi só quando Peter morreu que uma reconciliação se tornou possível. Peter sentiria vergonha dela se a visse voltar para casa. Mas, sem ele, precisava do carinho dos pais que nunca deixara de amar. ...

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