Livro: A Eterna Rival - Katrina Britt Página 2

... ionamento formal de patroa e em¬pregada; Anna era sua amiga sincera, em quem podia confiar sem reser¬vas, sabendo que nem uma palavra que dissesse seria repetida fora das quatro paredes do quarto. Estava absorvida nas recordações da noite anterior, quando Anna disse: — Não sabia que a sra. Staffordly tinha sido convidada. Patrícia balançou a cabeça, mal-humorada. — Aquela mulher tem a discrição de um elefante. — Pena que não se pareça com um — comentou Anna ironicamente. — Blain está louco por ela, embora seja mais velha que ele. — Como também era aniversário de Blain, ele tinha o direito de convidar quem quisesse — observou Patrícia. — Infelizmente a sra. Staffordly tem por Blain uma espécie de fraqueza à qual ele não resiste. Bem vestida, chique, fascinante, Nora Staffordly era uma bela mulher, muito conhecida por seus casos amorosos. Seus maravilhosos cabelos ruivos tinham o encanto das coisas naturais, e, além disso, ela dominava com perfeição a arte da maquilagem, pois não se via uma única ruga em seu rosto encantador. Esse era o pensamento de Patrícia, que adorava o irmão gêmeo. Ele se divertia a valer, tentando libertá-la de suas inibições, rindo dela quando reprovava seu excessivo amor pela bebida. Patrícia conhecia muito pouco da vida que ele levava no Regimento, e sentia-se intrigada. Secretamente, imaginava-o um devasso, e inquietou-se quando se envolveu com Nora Staffordly; mas até a noite anterior não se sentira desnecessariamente preocupada com o fato, acreditando que também esse, como os outros casos do irmão, fosse um fogo de palha. Agora Patrícia não se sentia tão complacente. Blain era um idiota, mas um idiota adorável. Que espécie de moça ele escolheria para esposa. Sentia uma sensação desagradável ao imaginar que ele poderia casar-se. Precisava aceitar esse fato. Detestaria vê-lo solitário no futuro. Mas teria que ser alguém muito diferente de Nora Staffordly. Patrícia est ...

va consciente do perigo de Blain ligar-se a essa mulher. Conhecia sua fraqueza por bebida e por mulheres, mas tinha esperanças de que fosse uma fase passageira. Ele era incapaz de resistir a um envolvimento amoroso com toda mulher bonita que conhecia. A maioria de suas aventuras permanecia desconhecida para ela, pois, sendo homem, ele podia esquecê-las durante as visitas à família. Quando vinha para casa, Patrícia compartilhava todos os seus interes¬ses e ocupações, decidida a ver apenas suas boas qualidades e a comprazer-se com seu encanto natural, que fazia dele um maravilhoso compa¬nheiro! Mas, na noite anterior, após a festa de aniversário, eles haviam tido uma de suas raras discussões. — Você é um tolo de se envolver com Nora Staffordly. O marido dela é um homem influente e pode ser um inimigo perigoso, se descobrir sua aventura com a esposa. Blain ficou vermelho de raiva. — Sei o que estou fazendo — gritou. Os delicados lábios de Patrícia contraíram-se. — Ela também sabe, seu idiota, ela não tem nada a perder. Você é que tem. Tudo! Depois desse desabafo, saiu impetuosamente da sala, enquanto ele se servia de outro drinque. Em circunstâncias normais, teria tentado con¬vencê-lo a deixar o copo e ir para a cama. — Gostaria que Blain encontrasse uma boa moça — disse a Anna., que atravessava o quarto em direção à porta. — Bem, pelo menos ele não pode ter um bebê — foi o comentá¬rio dela. Patrícia sabia que Blain transpirava aquela alegria de viver da qual ela conhecia muito pouco. Sua vida, limitada a Norton Towers, proporcionara-lhe pouca oportunidade de aprender a julgar e escolher um homem. Era ainda muito inexperiente para compreender totalmente sua própria personalidade, e especialmente a de seu irmão. Patrícia era a garotinha do papai. Como ele, era sonhadora e idealista, e, até o momento, nada havia acontecido que pudesse abalar essas qua¬lidades. Detestava as pessoas superficiais, sem firmez ...

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