Livro: A Estação do Amor Página 3

... eria que você não tivesse sido tão extravagante com este anel. É tão grande que chega a ser obsceno! Ele não pareceu preocupar-se com aquela observação. — O que eu gostaria é que ele fosse grande o bastante para que todas as pessoas o vissem. Não deve existir nenhuma dúvida de que você pertence a alguém, e de que esse alguém sou eu. — Esta jóia é uma coisa que ninguém pode esquecer — disse Jonni, ajeitando o anel no dedo, ainda desacostumado ao peso do enorme diamante. — A modéstia nunca foi uma das minhas virtudes — admitiu Trevor francamente. Aquela arrogância inata fazia parte de sua personalidade e até lhe conferia um certo charme. Jonni aceitava o fato, apesar de às vezes irritar-se com a excessiva autoconfiança do noivo. — É bom saber que você não tem nenhum tipo de falsa mo¬déstia — continuou Trevor. — É famosa, bonita, e sabe muito bem disso. Só gostaria de saber o que seus pais pensam de sua carreira. — É claro que eles se orgulham de mim — disse Jonni, com dis¬plicência. — Para eles, eu jamais farei algo de errado. — Não sei por que, então, essa sua preocupação para que eles não saibam da minha existência antes de me conhecer. — É que eles vão querer saber onde vamos morar depois do casa¬mento — explicou. — E não gostarão de saber que estamos preten¬dendo morar em Nova York. Na cabeça deles, Nova York ainda é um lugar onde só acontecem assaltos, seqüestros, estupros ou coisas parecidas. Não há como convencê-los do contrário. — Você não me disse que eles costumam visitá-la em Nova York? — perguntou ele, divertindo-se com as explicações de Jonni. — É verdade. Eles me vêem duas ou três vezes por ano. Mas esta é a primeira vez que estou voltando a Kansas, desde que mudei para Nova York, há seis anos. Para Jonni, aquele tempo havia passado depressa. Assim mesmo, seis anos eram um bocado de tempo. — Tem alguma razão em particular para ter-se afastado ...

durante tanto tempo? — quis saber Trevor. — Durante o primeiro ano em que estive em Nova York, não quis voltar antes de conseguir algum tipo de sucesso. Quando consegui, não tinha tempo para viajar. É claro que, se mamãe e papai não costumassem me visitar, eu teria arranjado algum tempo para vir vê-los. Mas, como eles podem dispor de Gabe para dirigir os negócios, têm mais facilidade para… — Gabe? Quem é Gabe? — interrompeu Trevor, com um olhar curioso. — Não me lembro de você ter mencionado esse nome antes. — Gabe Stóckman é o administrador geral de papai. Estavam chegando ao local onde deveriam pegar a bagagem e o pensamento de Jonni afastou-se de Gabe Stóckman. — Parece que vão entregar agora a bagagem do nosso vôo — observou ela, enquanto Trevor chamava um carregador. Em seguida, dirigiram-se ao balcão da companhia de táxi aéreo e contrataram o vôo que os levaria ao Rancho Starr, atravessando todo o Estado de Kansas. O portão de embarque era ali perto. Foram entrando no pequeno avião, enquanto o piloto acomodava a bagagem no compartimento próprio. — Afivelaram o cinto de segurança? — perguntou o piloto, olhan¬do por cima do ombro. — Sim — respondeu Jonni. Trevor apenas balançou a cabeça, desinteressado. — Não vou levar mais de dois minutos para preencher este formu¬lário e logo poderemos decolar — prometeu o piloto. Era um homem de meia-idade, com uma postura quase militar. Em seguida, ele se ocupou em fazer uma rápida revisão dos mo¬tores e dos comandos de vôo. Depois, acomodou-se e pediu permissão à torre do aeroporto para taxiar. Pelo rádio, uma voz impessoal e pausada deu-lhe as instruções para a manobra. Quando entraram na pista de decolagem, Jonni tornou-se presa de uma enorme alegria. No instante em que o avião levantou o bico para ganhar o espaço, experimentou de novo a incrível sensação de estar voando. A seu lado, impassível, Trevor olhava pela janela, enquanto o ...

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