Livro: À Espera de Valentine Página 3

... uação — sugeriu Sorrel, mas por alguma razão a mãe não pareceu aceitar suá sugestão. — Não podemos fazer tal coisa! Que falta de hospitalidade! Pense, querida, o que faria se viajasse por tantas horas para visitar alguém. — Sem ser convidada — interrompeu Sorrel, com voz seca. Mas a mãe não fez nenhum comentário. Em vez disso, acrescentou: — Não podemos deixá-la chegar na fazenda e encontrar o lugar deserto. Como voeê sabe, a casa nem mobiliada está, exceto o quarto que Simon ocupa e a cozinha. E aqui, como sa¬be, não há espaço para hospedá-la. Se eu a colocasse para dormir no sofá, o que ela pensaria de nós? Ao fitar a mãe, Sorrel ficou apreensiva ao ver que ela evita¬va encará-la. Foi então que a mãe propôs: — Seu pai e eu achamos que não haveria nenhum problema se você e Valerie pudessem se hospedar na fazenda da colina por alguns dias. Simon pode levar os alimentos é tudo o que for necessário. A casa tem calefação e é confortável. — Mamãe, isso é impossível! Há apenas uma cama lá. — Sim, mas é uma cama de casal e não aquela coisa minús¬cula que você tem em seu quarto. E, aliás, Valerie expressou sua vontade de conhecer a fazenda, portanto, será bom para as duas. Você sabia que o pai dela nasceu lá? — Ele era exemplo de bondade ou uma das ovelhas negras da família? — indagou Sorrel secamente. — Mamãe, pense, e se esquecermos essa história toda? Ficar lá por três dias nos dei¬xará enfastiadas. — Poderão vir aqui para as refeições. — Mamãe, é uma viagem de hora e meia — observou Sorrel com voz firme. — Entendo como se sente, mas não podería¬mos deixá-la hospedar-se num hotel em Ludlow? — Impossível. Já tentei, mas o hotel está lotado por causa do festival. — Deve haver algum jeito — protestou Sorrel, porém, quan¬do viu a angústia e a preocupação retratadas no rosto da mãe, resolveu concordar. — Bem, não vejo motivo para não passar alguns d ...

as na colina — finalizou ela. — Você adorava ficar lá com seus avós — lembrou a mãe, com ansiedade na voz. — Sim, mas no verão, e não no meio de março! Que mono¬tonia deve estar lá! — E tem outra coisa — a mãe comentou entusiasmada —, se você quiser, poderá driblar a monotonia mostrando a região para sua prima. Ela adorará saber a história do lugar. Você não quer que eu mande um dos gêmeos para ficar com ela, quer? — E por que não? — questionou Sorrel, zombeteira. — Ela é tanto minha prima como deles. — Sorrel, você sabe exatamente o que quero dizer! Ela é uma garota e não seria adequado. — interrompeu-se quando ou¬viu o riso de Sorrel. Então protestou: — Você sabia o tempo todo o que eu quis dizer! Quando o irmão mais velho entrou na cozinha, a mãe parou de falar. Simon fez uma pausa para tirar as botas de couro, depois voltou-se e pediu a Fiona, que vinha atrás: — Traga-me os carneiros. Vou levá-los ao Aga. — Oh, não — reclamou Sorrel, o coração compadecido ao ver os dois animaizinhos imóveis. — Os dois — informou Simon inflexível. — Perdemos a ove¬lha e pelo jeito esses também morrerão. Papai ficará louco. Ne¬nhum deles deveria ter sido parido tão antes do tempo. Tocando de leve os dois pequenos animais, Sorrel percebeu com alívio que ainda estavam vivos. Fiona entrou na cozinha. — Simon, quando você puder, vá de carro até a fazenda ve¬lha. Sorrel concordou em ficar lá com a prima Valerie por al¬guns dias, até que os garotos voltem para a universidade. Então ela poderá se arranjar por aqui. — Mamãe induziu-a a aceitar essa condição, não foi? — Simon fez um muxoxo na direção da irmã e então, voltando-se para a esposa, disse: — Vamos, trate de me pagar a aposta de cinco que eu ganhei! — O quê? Eu já devia desconfiar! — Sorrel fez uma careta de desaprovação. Sua mãe tinha as estratégias certas para al¬cançar seus objetivos. — Basta, S ...

Comentários:

Deixe aqui seu comentário sobre este livro: