Livro: A Escolha de uma Mulher Página 2

... um ferimento de espada em sua coxa. — Ah, uma morte gloriosa para um jovem. Tomou-o a seu serviço, então? — Felizmente, ou estaria deitado aqui agora, e você estaria cuidando de mim, ao invés dele. Richard deve ter percebido o arqueiro posicionado para atirar e recebeu a flecha destinada a mim. Então, ferido como estava, derrubou o patife e cortou-o pela metade. O que pensa de seu valor e de sua força? Sara estudou a figura que jazia em sua cama. Ele igualava o colchão em comprimento. Se estivesse em pé, ela sabia que poderia rivalizar com o rei em peso. Se o peito dele não fosse formado por uma rígida massa de músculos, a flecha que o atingira teria sido fatal, na verdade. Sim, ele era forte, tanto quanto corajoso. E belo. Ela notou os cabelos castanho-escuros, com um suave brilho avermelhado à luz das velas. Sua pele parecia macia e ligeiramente bronzeada pelo sol. Seus lábios sensuais, ligeiramente abertos, revelavam dentes brancos e perfeitos, e seu nariz era reto e sem quebraduras. Se pelo menos pudesse ver seus olhos, talvez pudesse julgar melhor que tipo de homem ele era. Gostaria de saber. — Que homem é ele para resistir a tais ferimentos? Corajoso? Rude? O rei deixou escapar um suspiro alto e longo. — Não, não Richard. A menos que provocado, é gentil e bem-humorado. É honrado diante de um erro. Bom filho para um pai. Bom pai para um filho. Um marido ferozmente leal a sua pobre esposa morta. Um amigo, para mim. Um cavaleiro que recusa recompensas por seus feitos heróicos. Sara notou que o rei tinha os olhos cheios de lágrimas. — Tenha fé, meu soberano! Isso realmente soa mais como um epitáfio! Tenha esperanças de que ele irá sobreviver, porque eu tenho! As palavras provocaram um sorriso. O rei passou a mão sobre os olhos e, então, fitou-a com uma expressão curiosamente divertida. — E você, minha senhora, também recusa recompensas por boas ações? — Eu? Nem por um instante, senhor! Está a oferecer uma ...

— indagou Sara, mais brincando do que falando a sério. O rei inclinou a cabeça e examinou-a por um instante, seus braços cruzados sobre o peito largo. — Um dos assuntos que pretendia resolver enquanto estivesse no Norte era vê-la casada. Com seu pai morto, você sabe que deve casar-se para preservar Fernstowe. Dois homens já me pediram sua mão. Gostaria de dar a você a oportunidade de escolher o marido. O que lhe parece? Sara absteve-se de responder. Sentou-se em uma poltrona e ficou quieta por uns instantes, tamborilando um dedo sobre os lábios. Aelwyn de Berthold queria suas terras. Faziam limite com as dele, que não escondia o desejo de tê-las também. Perseguia Sara desde que ela era uma menina de doze anos. Não tendo obtido o consentimento de seu pai enquanto ele vivera, e o dela até então, Aelwyn devia ter escrito ao rei. — Lorde Aelwyn de Berthold e quem mais, senhor? — perguntou ela, ficando a imaginar se poderia ser lorde Bankwell, um vizinho distante, de Northumberland, que uma vez pedira sua mão. Bankwell era velho e cortejara sua mãe antes de seus pais se casarem. Com certeza não era ele. Quando a conhecera, aparentara desinteresse e alegria diante da recusa de seu pai ao pedido de casamento. — Lorde Clivedon de Kent. Você o conhece? — Não, não conheço. — E também não queria conhecer. — Vossa Majestade disse que posso escolher o marido? — Ela sorriu quando o rei fez um gesto afirmativo com a cabeça. Então, lançou um olhar na direção do homem deitado na cama. Teria coragem de ousar? Por que não ser audaciosa, já que não tinha nada a perder? — Com sua aprovação, meu soberano, escolho este aqui — anunciou ela, apontando para o cavaleiro a seus cuidados. Se havia esperado chocar o rei Edward com seu pedido, ela percebeu que não conseguira. Ele examinou-a com um olhar agudo e, então, relanceou os olhos para sir Richard, com um certo ar de astúcia. Sara rezou para que ele dissesse sim. Depois ...

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