Livro: A dama e o escorpião Página 4
Autor - Fonte: Samantha Saxon
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e que preciso que esteja de volta daqui a duas semanas.
— Oui, fique tranqüilo. Nada poderá me impedir de resolver o caso de Escorpião.
O ministro sorriu. Talvez o major Rousseau fosse o único ho¬mem em toda Paris que odiava uma derrota mais do que ele pró¬prio. Escorpião, o assassino inglês, não só os havia enganado, como estava se tornando uma nódoa na brilhante carreira do mi¬nistro Joseph LeCoeur. Por isso pretendia capturá-lo em breve e pagara uma bela soma de dinheiro a Cunningham para que ele atraísse Escorpião até uma armadilha que havia arquitetado.
— Sei disso e tenho certeza que nada poderá impedi-lo também de participar da festa da imperatriz Bonaparte. Mas lembre-se, quero que Escorpião seja trazido vivo.
Joseph não via a hora de ter o assassino, Escorpião, na sua frente, sendo submetido ao doloroso corretivo que o major Rous¬seau sabia aplicar, implorando por sua vida ou pedindo para mor¬rer de uma vez.
— Não imagina o quanto um ser humano é capaz de suportar antes de morrer — disse o major com um sorrisinho. — É só perguntar ao nosso amigo Cunningham.
— Oui, lorde Cunningham deve lembrar bem o tempo que passou nas suas mãos — respondeu o ministro, referindo-se aos cuidados médicos que o lorde precisou receber depois de ter sido torturado por Rousseau. — Só que desta vez quero que Cunning¬ham seja morto bem rápido. Quem, como ele, foi traidor uma vez nunca mais será confiável, Ele venderá aos ingleses os nossos segredos, tantos quantos queiram comprar.
— Cunningham sabe algo sobre.
— Não, nunca lhe falei a respeito da existência de Enigma.
— Muito, bem, entrarei em contato assim que retornar — disse Rousseau, e despediu-se do major caminhando em direção à porta. Quer que lhe traga algo da viagem?
— Sim, me traga a língua dele.
O major Rousseau sorriu de novo com ironia.
— Quer que a corte antes ou depois de matá-lo?
Joseph levantou o rosto e encarou o olhar negro e frio
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do major que era seu assassino mais bem sucedido.
— Prefiro que seja antes.
Com uma reverência Rousseau saiu do gabinete.
Então o ministro, voltou a seu intento: o de armar uma cilada para aquele que era a talentosa contrapartida inglesa do major Rousseau. O Escorpião.
Uma leve batida na porta do aposento tirou Nicole do pouco repouso que estava conseguindo e a trouxe de volta à realidade. Irritada, levantou-se, acendeu uma vela e olhou para o pequeno relógio em cima do armário. Eram três e quarenta e oito da ma¬drugada e sabia que só havia uma pessoa capaz de entrar na pensão de moças àquela hora: André Tuchelle, seu contato inglês.
Esfregou os olhos para acabar de acordar e pegou a toalha de banho, ainda molhada, enrolando-a em volta do corpo e prendendo a ponta entre os fartos seios. Não era o traje adequado, mas isso não importava naquele momento. André já a tinha visto em trajes até mais comprometedores e, além disso, precisava fazê-lo entrar no quarto o mais rápido possível, antes que o vissem ali. Descalça, foi até a porta e a abriu, segurando a vela na outra mão.
— Mas o que é isso? — murmurou surpresa, ao ver que não era André.
À sua frente estava a bela figura de um homem alto, fartos cabelos castanhos, olhos muito azuis e ombros incrivelmente lar¬gos. O queixo era forte e bem delineado e seu olhar penetrante perturbou Nicole.
— Desculpe, mademoiselle sussurrou em francês, mostrando-se meio confuso ao dar uma olhadela para dentro do quarto e constatar que ela estava sozinha. — É que me disseram que uma pessoa que conheço morava aqui.
— Sorry. ahn, lamento monsieur. acho que lhe deram infor¬mação errada. Eu resido aqui há mais de três meses.
— Compreendo. Perdoe-me então por tê-la incomodado.
Ele se curvou com garbo, despedindo-se. Tinha a elegância de quem sabia estar em pleno comando do seu corpo. Um belíssimo corpo, Nicole precisava admitir.
— Não foi nada. Até logo — respondeu ...
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Vivi: Maravilhoso... Sem palavras....
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