Livro: A Condessa de Hart House Página 3

... . Em um dia claro, era mais bela do que uma pintura de Constable. Agora, contudo, encontrava-se encharcada pela chuva forte. Tinha lido que o roseiral era famoso, mas no momento todas as folhas e flores pareciam desesperadas por um guarda-chuva. Virou-se para o cômodo outra vez e avistou uma estatueta de porcelana: uma pastora. Indolente, pegou a estatueta para examinar, pensando se era mesmo inglesa ou apenas uma imitação barata feita em Taiwan. — É Meissen — explicou uma voz grave por detrás dela. — Acho que foi presente de um primo alemão para o décimo sétimo conde. Após quase deixar cair a relíquia de valor inestimável, Maxine conseguiu colocá-la de volta à mesa e se virou com um pedido de desculpas na ponta da língua. Mas o pedido morreu em seus lábios. Piscou. Tudo o que tinha visto até então era velho e arruinado, mas o homem à sua frente estava longe disso. Era lindo, jovem, sexy e muito moderno. Tinha os cabelos castanhos ondulados e olhos azuis brilhantes que lhe conferiam uma aparência sensual. O sorriso era ao mesmo tempo charmoso e provocante. Alto, um corpo maravilhoso. Nossa! — Maxine Larraby? Está aqui por causa do documentário? — perguntou, lendo o cartão de visitas que ela dera ao mordomo. Ela suspirou. Ainda teria de passar por um secretário ou assistente antes de falar com o conde? Não se importaria de ficar esperando na companhia daquele homem maravilhoso, mas sua agenda estava tão apertada que não tinha tempo a perder. — Um possível documentário, sim — aquiesceu, procurando não se comprometer até ter certeza de que poderia fazer algo moderno. — Por favor, sente-se. Quer um pouco de chá ou café? — Não, obrigada — falou, afundando na cadeira de brocado e olhando o relógio. — Como foi seu voo? — perguntou o belo moreno. — Tranqüilo, obrigada. — Que bom. Sempre tenho um grande problema com o fuso horário. — Sentou-se à sua frente e parecia muito confortável, como se pr ...

tendesse ficar ali por muito tempo. — Dormi no avião, estou novinha em folha. — Vamos começar. O que gostaria de ver primeiro? — O conde de Ponsford — ela falou da maneira mais educada, mas com uma ponta de irritação. O moreno continuou a encará-la, sem entender. — Escute, você é muito educado e charmoso, mas não tenho muito tempo para fazer esse documentário. Já estou com a agenda lotada e gostaria muito de falar com o conde agora. — Mas está falando com o conde. — Ele sorriu e deu uma piscadela. — Aliás, obrigado por me chamar de charmoso. — Não tem graça. Por que os britânicos acham que os americanos são estúpidos? — Estúpidos não, apenas achamos que os americanos são um pouco mais livres para expressar seus pensamentos e opiniões. Nós, britânicos, somos mais reservados. Maxine não respondeu. Apenas tirou algumas pastas da maleta com um suspiro. — O conde de Ponsford, um distinto general, tem como hobby cultivar rosas e brincar com os netos. — Arqueou a sobrancelha. — Como vão seus netos, lorde Ponsford? O moreno não pareceu envergonhado por ter sido pego e respondeu para ela no mesmo tom calmo: — Ainda não tenho nenhum. Acho que deve estar falando do meu pai. Ele morreu no ano passado. Ainda sinto muito a falta dele. — Sabe, não sou muito fã de brincadeiras. George ficou parado por alguns segundos, e Maxine observou como o jeans caía bem no corpo másculo. Acompanhou-o com o olhar enquanto ele caminhava até o fundo da sala, pegava um porta-retratos e voltava em seguida para lhe estender o objeto. A foto tinha sido tirada havia quatro anos por um famoso fotógrafo de Londres. Bem no centro, estava o homem cuja fotografia ela exibia na pasta, junto com a mulher e seus dois filhos. Uma legenda dizia: O décimo oitavo conde de Ponsford, a condessa, o visconde George e lady Margaret. — Nossa! O Google é quase sempre tão confiável. — Na certa seu pesquisador digitou décimo oitavo con ...

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