Livro: A chave da paixão Página 5

... resposta logo em seguida. Ao entrar na sala, não tinha a mínima idéia do que esperar. Por isso, espantou-se com a suntuosidade do escritório, onde se destacava a imponente mesa de Anthony Newman. Ao vê-lo, ela conteve o fôlego por um momento. Anthony estava ao telefone, com sua voz grave e profunda dando ordens a alguém do outro lado da linha. Seu tom não era autoritário, mas bastante enfático, demonstrando tratar-se de um profissional acostumado a ser obedecido. Jéssica olhou-o por um momento. Anthony fez um sinal para que ela se sentasse, parecendo curioso com sua presença, embora não houvesse parado de falar ao telefone. O que estaria se passando pela mente dele? Jéssica se perguntou. O nervosismo que não sentira até então de repente pareceu se manifestar, diante da presença de Anthony. Em nenhum momento imaginara que ele fosse tão atraente. Tinha olhos acinzentados e cabelos tão negros que lembravam os pêlos lustrosos de um gato daquela cor. A maneira como Anthony a observou fez Jéssica estremecer e desviar o olhar, enquanto esperava ele terminar a conversa ao telefone. — Quem é você? — perguntou Anthony, assim que colocou o aparelho no gancho. — E como conseguiu entrar no meu escritório? A frieza com que ele fizera a pergunta fez Jéssica hesitar, imaginando se acabaria sendo expulsa ou algo do gênero. O olhar direto de Anthony parecia tão perturbador quanto sua presença máscula, que preenchia o ambiente com uma energia quase palpável. Além de bonito, ele também parecia muito seguro no que dizia, demonstrando uma aura de perspicácia e de inteligência que chegava a ser quase intimidadora. Sem dúvida, tratava-se de alguém acostumado a lidar com o poder, embora fosse bem mais jovem do que ela imaginara a princípio. Devia ter no máximo trinta e sete anos. Forçando um sorriso polido, tentou manter a voz calma ao dizer: — É Anthony Newman, suponho? — Não respondeu às minhas perguntas. — Peço desculp ...

por haver entrado assim, sem me anunciar, mas achei que quanto antes nós tivéssemos uma conversa, melhor seria. — Se não responder agora mesmo às minhas perguntas, terei de chamar a segurança para levá-la embora — avisou-o, mantendo o tom sério. — Como conseguiu entrar aqui? — Tomei o elevador, depois segui pelo corredor. — Por favor, não tenho tempo para piadinhas. "Nem eu!", pensou Jéssica. — Telefonei para sua casa ontem à noite, mas fui informada de que estava viajando e de que viria direto para o escritório hoje pela manhã. — Harry lhe deu o endereço do meu escritório? — Sim, se está se referindo ao homem que atendeu ao telefone. Anthony não disse nada, mas algo em seu olhar denunciou que o tal Harry poderia sofrer alguma punição. Jéssica não gostou da idéia de alguém ser punido por sua causa. — Não vai puni-lo por isso, vai? — perguntou a Anthony, preocupada. — Quero dizer. Não foi culpa dele. Fui eu quem insistiu para que ele desse o endereço. Falei que éramos velhos amigos e que eu queria lhe fazer uma surpresa, já que havíamos sido. Íntimos no passado — confessou ela. — E por que diabo disse isso? — perguntou ele, com impaciência. — Foi á primeira desculpa que me ocorreu quando ele insistiu para eu me identificar. Eu precisava falar com você, se me permite tratá-lo assim, e esta foi á maneira mais rápida que encontrei para conseguir isso — explicou Jéssica, fitando-o com ar sincero. — Ora, ora. Não faz mesmo nenhum rodeio para falar, não é? — Anthony se surpreendeu. — Não tenho motivo para isso. Jéssica prometeu a si mesma que não se deixaria intimidar pela frieza de Anthony Newman. Já passara por muitas coisas na vida e não seria o tom frio de um empresário que a faria perder a autoconfiança. — Se está à procura de dinheiro, veio tratar com a pessoa errada — afirmou ele, olhando para alguns papéis sobre a mesa. Jéssica se inclinou para frente. — ...

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