Livro: A bela espiã - Evelyn A. Crowe Página 2

... típico inglês, imperturbável diante de suas provocações. Mas agora havia uma fúria mortal naquele olhar de aço. — Quem é você para falar de amigos ou amizade, Susan? Colocou sua própria irmã numa posição terrível e ela estará em sérios apuros quando Lucas descobrir tudo. Pela maneira como fala, deixou a pobre Jennifer à mercê de uma fera. — Ora, não posso crer que você entenda de escrúpulos. E, por favor, lembre-se de nosso trato inicial: nada de perguntas! Meu objetivo é muito simples: dinheiro e mais dinheiro! Nunca perguntei os seus motivos nem pretendo fazê-los. todavia, vou lhe contar um segredo. Antes de tudo, Jennifer não é minha irmã, temos pais e mães diferentes. Quando ela ficou doente e quase foi obrigada a desistir de estudar, eu vi a maneira ideal de acertar algumas contas muito antigas. Afinal, não dizem que a vingança é o manjar dos deuses? Agora que sua curiosidade foi satisfeita, que tal pararmos de discutir? — Susan usou um tom deliberadamente sensual. Tocando de leve a mão daquele homem atraente, ficou à espera de uma reação ao seu contato. Desde o primeiro encontro, Susan tentara despertar-lhe o interesse, sem qualquer resultado. Ele continuava a tratá-la de maneira impessoal, embora deixasse claro que seduzi-la não seria uma tarefa trabalhosa. Uma irritação profunda tomou conta de Susan. Aquele homem, de uma virilidade à flor da pele, parecia não querer usar nenhum de seus atributos pessoais para convencê-la. Nas últimas semanas, ela se via freqüentemente imaginando que tipo de amante ele seria, mas até agora, não conseguira atraí-lo a não ser pelas suas informações. Seu devaneio foi interrompido pela voz fria e impaciente que lhe perguntava: — Tenho um compromisso em quinze minutos, portanto, se tem algo mais a me dizer, faça logo! — Ah, tenho sim. mas não direi nada antes de beber mais uma taça de champanhe. Não estou nem um pouco preocupada com seu compromisso e o que reve ...

arei vai lhe dar muito mais prazer do que algumas horas na cama. Além de lhe evitar gastos inúteis, é claro. — Minha cara, você sabe me ofender. Jamais precisei pagar pelos meus prazeres! Só vou lhe avisar que depois desta taça de champanhe irei embora de qualquer maneira, mesmo que não tenha revelado seu segredo fantástico. — Diga uma coisa. é algo de muito exótico o que planejou para esta noite? — Nesse ponto somos muito parecidos, não é? Nada é ousado demais ou chocante em excesso para nós. — Como você é cínico! Graças a Deus não vou precisar vê-lo muitas vezes mais. — Com os diabos! O que está querendo insinuar, Susan? Se pretende recuar agora, eu juro. — Calma, calma! Só quis dizer que logo terei a informação que você deseja para alcançar sua meta. Será a maior cartada até hoje, aquela que concretizará todos os seus sonhos de destruição. Lucas dobrou a segurança no meu escritório, sabe o que isso significa? — Ele suspeita de alguma coisa! Será que conseguiu alguma pista que o leve até você? — Deixe de ser idiota! Por que tantos cuidados com a segurança se não fosse pela importância da tradução que vai nos enviar? Vamos, por quê? — Droga, Susan! Fale logo e acabe com esse suspense — explodiu ele, com raiva, mas sem esconder uma certa excitação. Susan não sabia se ele estava novamente interessado no assunto por causa do medo de ser desmascarado ou pelo prazer de enfrentar Lucas e poder explicar-lhe o porquê de sua traição. Mas nada disso interessava. — Só que desta vez vai custar-lhe três vezes mais, meu caro — concluiu com frieza. — Setenta e cinco mil dólares? Você ficou completamente louca! — De maneira alguma, meu amigo. Estou muito lúcida e sei que esse é o preço exato. Assim que a informação chegar às suas mãos, não o verei mais, e muito menos a cor do seu dinheiro. Será cada um por si. Planejei tudo a fim de que a única suspeita seja Jennifer. Como e qua ...

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