Livro: A arte da sedução - Susan Napier Página 2

... trancado na sala escura de um estúdio qualquer, que acabava determinando como seria o resultado final da atuação dos artistas. Só aceitara o papel principal naquele filme porque um antigo colega da escola de arte dramática a convencera que podia ser "divertido" trabalharem juntos de novo. Que bela diversão! Ao realizar uma cena sem dublê quebrara o pulso. Isso depois de quase ter sido devorada por tubarões! — O que me incomoda é ter de abandonar meus princípios. Por que deveria impor um exílio a mim, mesma afinal? Lembre-se. Não fui eu quem fez as coisas erradas! — ela argumentou, passando os dedos entre os cabelos ruivos que contrastavam sensivelmente com o rosto pálido e delicado. — Claro que não foi você, querida! — a mãe concordou, arqueando as sobrancelhas como se tivesse ficado magoada com a insinuação de que não confiava na própria filha. Rosalind suspirou frustrada. Conhecia muito bem as artimanhas de uma atriz talentosa como Constance, mas jurara a si mesma que evitaria a todo custo àquelas desagradáveis discussões familiares. — E mesmo que tivesse sido, sabe que a apoiaríamos de maneira incondicional — o pai comentou em voz baixa, fazendo-a sentir-se ainda pior. — Eu nunca esconderia nada de vocês — ela quase explodiu. — Mas, no momento, gostaria que aceitassem minha palavra em relação a esse assunto! Evitou abaixar seus olhos para o tampo da mesa, que estava coberto por tablóides sensacionalistas nos quais era descrita em manchetes como uma ninfomaníaca, destruidora de lares, proscrita pela própria família. Tudo em manchetes de letras garrafais. — Creio que todos nós confiamos em você — murmurou seu irmão mais velho, finalmente desviando o olhar da janela dos fundos, através da qual se podia ver um grupo de empregados trabalhando no imenso jardim. Em seguida, Hugh encarou a irmã com ar pensativo. — Mas infelizmente a imprensa parece pensar de forma diferente. E foi você mesma que os de ...

xou livres para especular, ao negar-se a expor sua versão dos fatos, Rose. Rosalind soltou uma risada amarga, arqueando as sobrancelhas com desdém. — Tudo o que eu disse foi que essa história já tinha ido longe demais. Ora, você é advogado, Hugh, será que não pode encontrar uma forma legal para impedi-los de continuar me incomodando? Inconscientemente, ela lançou um olhar para a janela da frente, cujas cortinas obviamente estavam cerradas. Com toda a certeza havia um batalhão de repórteres do lado de fora dos portões, Rosalind pensou o que se tornara uma rotina nos últimos dias. Seus lábios estavam trêmulos. No íntimo, sabia que aqueles homens não sairiam de lá enquanto ela não lhes concedesse a tão esperada entrevista. Bem, pelo menos não havia ninguém batendo na porta e fazendo perguntas pelo buraco da fechadura! Graças a Hugh, que conseguira uma injunção judicial impedindo-os de invadir a propriedade sob risco de prisão. Também fora o irmão que conseguira proteção permanente do departamento de polícia. Felizmente os Marlow tinham educado muito bem o filho adotivo, ensinando-o a resolver os problemas com inteligência em vez de força física. Hugh encolheu os ombros largos e másculos. — Dificilmente. Embora tenha sido fácil conseguir uma ordem da corte para manter os repórteres à distância, é praticamente impossível impedi-los de caçar informações ou fotografar você em público. E, na verdade, creio que isso seria contraproducente. Só faria a imprensa ficar ainda mais interessada. Um advogado esperto pode representar os jornais no tribunal e dizer que o interesse público transcende a sua privacidade por causa das implicações políticas do caso, Rose, e você pode imaginar o resto dos argumentos que seriam usados. — Mas o que aconteceu não teve nada a ver com política! — Rosalind retrucou inconformada com a injustiça da situação. — A mulher de um político estava envolvida, por isso o assunto ...

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