Livro: A Aposta - Barbara Joel Página 3

... trot é daqui a quatro semanas? Claro que não. O condado de Bloomfield era pequeno, e dificilmente as pessoas não sabiam da vida dos outros. Desde que Syd voltara da escola de gastronomia na França, a cidade toda vinha falando do restaurante dela. Não só do restaurante, mas também das razões pelas quais ela deixara a cidade havia um ano: fora abandonada no altar por Bobby WiIliams, professor de Educação Física. Bobby recebera uma proposta de trabalho na Universidade de Nova York, só que esquecera de contar a Syd, sem falar em sua decisão de não mais se casar, pelo menos com Syd, pois fugira da cidade com Lorna Green, ex-garçonete de Reese. Ninguém tinha visto Bobby e Lorna desde então. Reese com certeza não sentia saudade de Bobby, pois nunca gostara dele. Mas Lorna fora uma excelente empregada, e ele sentia falta dela, principalmente naquele momento, pois estava com uma garçonete prestes a tirar licença de maternidade, outra de férias, e uma nova garçonete que era meiga, mas que não conseguia se lembrar a que horas tinha de aparecer para trabalhar. A taverna vinha passando por dias de caos nas últimas duas semanas. "E agora o furacão Syd surgiu", Reese pensou. "Mas posso cuidar disso." Sorriu. — Desculpe, Syd — pediu. — Não vai acontecer de novo. — Poupe seu charme — ela retrucou, revirando os olhos. — Percebi que isso funciona com a maioria das mulheres da cidade, mas não comigo. Se fosse qualquer outra mulher, Reese teria adorado aceitar aquele desafio, mas era Syd. Querer desafiá-la seria como estar no Titanic. E Reese não queria nadar em águas tão frias. Só que, naquele momento, com os cabelos desalinhados, usando roupão de banho e pantufas, ela estava muito graciosa. Assustado com seus pensamentos, Reese fitou-a de novo, viu os ombros rígidos e os lábios cerrados dela. No que estava pensando?! Syd podia ser uma mulher atraente, mas, graciosa? — Reese Sinclair, está me escutando? — ela sibilou. — Não ...

saio daqui sem antes resolvermos isso de uma vez por todas. — Pode bater nele — Callan sugeriu. Boomer latiu. Syd engoliu em seco. — Não sou capaz de agredir um animal — declarou. — Não estou falando do cachorro. — Callan mostrou-se ofendido por Syd ter pensado aquilo. — Falo de Reese. Reese olhou para o irmão. Sabia que Gabe, Callan e Lucian estavam se divertindo com aquela situação. E não podia culpá-los. Se fosse o contrário, ele também quereria sentar na primeira fila com um saco de pipocas. Mas, se ia ter de discutir com Syd, não desejava ter platéia. — Vocês não iam embora? — perguntou. — Eu não — Lucian respondeu e olhou as cartas em suas mãos. — Não estou com pressa — Gabe falou, tirando o casaco. — Podemos jogar mais umas rodadas. — O jogo acabou — Reese declarou. "Assim como o espetáculo", pensou. Tirou as cartas das mãos de Lucian, ajudou Gabe a vestir o casaco, então guiou seus três irmãos para fora do escritório e fechou a porta. — Pronto — disse, virando-se e encarando Syd. — Onde estávamos? — Você ia me dizer como pretende manter seu cachorro longe do meu quintal e das minhas flores. — Oh, certo. Reese olhou para o cachorro e caminhou até ficar às costas de Syd. Sentiu o doce perfume dela junto com algo mais que não conseguiu identificar. Syd franziu a testa e virou-se para ele. — Então? — questionou. — O quê? Oh, bem, como vê, Boomer não gosta de ficar trancado. Desde que o encontrei na estrada e o trouxe para casa, fica deprimido, se o deixo preso. Boomer, que tinha ouvido seu nome e parecia ter entendido que era o assunto da conversa, ergueu a cabeça e abanou o rabo. — Deprimido? — Syd repetiu. — Talvez ele precise de mais atenção do que você pode dar. — Boomer recebe tanta atenção quanto um bebê. Só não suporta ficar trancado. Precisa de espaço para esticar as pernas. — Gabe acabou de comprar uma casa enorme. Com certeza tem bastan ...

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