Livro: A Aposta - Barbara Joel Página 2

... da mesa. — Vão em frente, crianças. Kevin e eu vamos pescar, amanhã cedo, e já é tarde. — Também estou fora — Callan declarou, levantando-se. — Abby está me esperando. Reese olhou para o irmão e movimentou a cabeça negativamente. Os jogos de sábado à noite estavam ficando cada vez mais curtos e raros, desde que Callan se casara com Abby havia seis meses, e Gabe ficara noivo de Melanie, poucas semanas atrás. Quando todos eram livres, aqueles jogos iam até as três, quatro horas da manhã. Reese estava feliz por seus irmãos, mas a reputação de devoção ao celibato dos Sinclair agora repousava em suas mãos e nas de Lucian. "E essa é uma reputação que tenho orgulho de carregar", Reese pensou. — Parece que seremos só eu e você, mano — comentou, enquanto Gabe e Callan vestiam seus casacos. — Cubro sua aposta. e aposto mais. A porta do escritório abriu-se. — Reese Sinclair, isto tem de parar! Reese olhou para a mulher entre os batentes da porta. Sydney Taylor. Seus cabelos loiros ondulados estavam soltos e caíam sobre os ombros, fazendo um lindo contraste com o roupão de banho vermelho que ela vestia. Tinha trazido consigo a fria brisa de novembro e o cheiro das folhas caídas do outono. Carregava nos braços o colhe-terrier de Reese. Boomer estava coberto de lama, assim como Syd. Lama em Syd Taylor? Um momento Kodak, Reese pensou, referindo-se a uma propaganda de filmes fotográficos. Quis rir, mas o olhar furioso de Syd impediu-o. Ela seria capaz de matá-lo, se ele sorrisse. Todos sabiam que Syd Taylor podia deixar um homem de joelhos com um único olhar. Era linda, mas gostava de mandar e acabara ganhando o apelido de Syd, a rainha dos hunos. Claro que ninguém falava aquilo na frente dela, afinal era a neta do juiz Randolph Howland. Reese olhou para os irmãos. Os três estavam tão chocados quanto ele por verem a impecável Syd de roupão de banho, coberta de lama e com um cachorro no colo. Mas mesmo daquele jeito, ...

ela ainda mantinha um ar de realeza. — Bem, se isso a incomoda tanto, Syd, o jogo acabou — Reese declarou. Ela estreitou os olhos azuis. — Sabe muito bem do que estou falando — replicou. — Seu cachorro estava no meu jardim, de novo! Tinha mudado-se recentemente para um apartamento, num prédio que ficava na mesma rua da hospedaria. Havia alugado a área na frente de seu apartamento térreo para abrir um restaurante francês com jardim. — Tem certeza de que foi meu cachorro? — Reese indagou inocentemente. — Vi o poodle de Madge Evan passeando perto de seu jardim. — Madge é responsável — Syd retrucou com irritação. — Você, ao contrário, não é. Esta é a quarta vez, em três semanas, que pego Boomer em meu jardim. Ele arruinou meus amores-perfeitos, meus lírios e meus crisântemos. Boomer latiu, e o atestado de sua culpa caiu-lhe da boca: pétalas de flores amarelas. Syd entrou no escritório e colocou o cachorro em cima da mesa. Cartas e fichas voaram para todos os lados, porque Boomer pulou alegremente, então se remexeu todo, espirrando lama, principalmente em Reese e na camisa branca de Lucian. Reese olhou para as damas em suas mãos, bufou, baixou as cartas e limpou o rosto. Boomer saltou da mesa, sentou-se aos pés do dono e olhou para ele com grande expectativa. Seu focinho estava coberto de lama. Reese sabia que Boomer estava arrependido, mas havia algo em Syd que o incomodava. Talvez fosse o ar de superioridade dela. Ele teve vontade de dizer-lhe poucas e boas. Olhou para os irmãos, querendo um pouco de apoio moral, porém os três estavam surpresos demais com toda aquela situação. Levantou-se, olhou para Syd e pensou em falar que ela estava com lama na testa e nos cabelos, mas reconsiderou. — Comprarei as flores que ele estragou — disse. Ela cruzou os braços. — E o que vai fazer para impedir que seu cachorro estrague meu jardim de novo? — perguntou. — Preciso lembrar que a inauguração do Le Petit Bis ...

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