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A Amante Real

Livro: A Amante Real Página 3

Autor - Fonte: Jane Porter

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... onfortável com o sotaque francês, mas não fora até lá para encontrar a França, ou Melio, nem mesmo La Croix. Fora a Nova York para encontrar um peda¬ço de seu passado, pelo menos o passado de sua mãe, mas isso não aconteceu. Como poderia encontrar a mãe, ou a si mesma, em um hotel fino com saguões de mármore e restaurantes de cerejeira? A vida no Le Meridien de Nova York era de prestígio elevado, chique e barulhenta, e talvez assim fosse a cidade, afinal de con¬tas. E talvez esta fosse a razão por que Chantal sabia que sempre seria uma estranha ali. Não era a ilha dela, o reino de seu marido, ou sua maneira refi¬nada e elegante de viver a vida. Mas talvez esta fosse a fascinação de Nova York. Lembrou-se da vista da suíte real. A cidade tinha a ver com mudança, escolha, poder e sacrifício, e enquanto a cidade pulsava em volta dela, sou¬be que não possuía esse tipo de força. Ou coragem. — A vida é um quebra-cabeça. — Pode ser. Ou pode ser bem simples. Também fora bem simples para Chantal no passado. Não mais. Não desde seu casamento, o nascimento de Lilly, a morte de Armand. Nada era claro. Nem simples. E pensar na falta de simplici¬dade a fez lembrar-se do garçom naquela manhã no restaurante do hotel. Tinha sua própria mesa — seus assistentes sentavam-se em uma próxima — e o garçom desafiava a descrição. Literalmente. — Havia um garçom no restaurante do hotel — disse ela, ima¬ginando o garçom alto, que devia ter pelo menos 1,85 m, cabelos longos, uma voz macia, ombros caídos, cintura delicada, quadris largos e, contudo, era um homem. Pelo menos nascera homem. — Ele não combinava com o corpo. Não sei se estava tomando algo para ficar mais feminino, ou talvez apenas desejasse isso, mas. — Mas o quê? — Eu o admirei. Por se recusar a passar a vida como alguém que não queria ser. por não querer passar o resto da vida em um corpo que não lhe era adequado, ou desempenhando um papel que não lhe e ...
a apropriado. — Parece que o garçom tomou medidas drásticas. — Acho que ele era corajoso. No restaurante de manhã, primeiro ela ficou intrigada, depois confusa e, por fim, compreensiva. E sua compaixão profunda a fez sentir um pouco da dor que ele deve ter sentido por ter mudado tanto seu mundo. Sabia o que era nascer de um jeito e lutar contra ele constante¬mente. Lutar dia após dia, negar os impulsos naturais o tempo todo, ordenar a si mesma para fazer isso porque. tinha de ser as¬sim. — Café? — o garçom lhe perguntara de manhã, com uma voz suave como a de uma mulher e ainda assim distintamente mascu¬lina. A voz se enterrara no fundo de seu coração, onde tentou não deixar a emoção entrar. Sentira tamanha empatia por ele que ten¬tou sorrir, mas seus olhos se encheram de lágrimas. Esse pobre ho¬mem deve ter enfrentado anos de dor. — Por favor — respondeu. Levantando os olhos, encontrou os do garçom e sorriu, mesmo pensando que ninguém levava a vida sem uma dor enorme. — Mas você é corajosa. Fez coisas incríveis na vida. — Não. Não como isso. Na verdade, nunca lutei por nada. — Se pudesse fazer tudo de novo, pelo que lutaria? Chantal parecia desconfortável na poltrona. Queria sair do avião. Queria afastar-se desse homem que lhe fazia perguntas di¬fíceis e desejava respostas reais. Tinha sido um longo dia, mas não sabia como não responder a ele. Havia algo nele que a obrigava a responder. — Felicidade. — Felicidade? — Nunca achei que seria tão ilusória. Sempre pensei que todos nós teríamos oportunidades iguais. — E você não teve? Nunca conversava com as pessoas dessa maneira, mas agora que começara a se abrir, parecia não poder parar. Era como se ele houvesse desencadeado uma tempestade dentro dela. — Não sei o que deu errado. Eu me esforcei tanto para fazer a coisa certa, e sempre pensei que se tentasse o bastante, fosse boa, honesta, generosa e compassiva o bastante. se trabalhasse ...

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Comentários:
Rosângela: Esse tema de violência doméstsica é realmente repugnante. Tem que ser denunciado sim. Não interessa o poder, a classe social, a fama do homem....não pode acabar na destruição da mulher por omissão. Quanto à história, é o mesmo de sempre....um homem forte e viril, uma mulher em apuros e o fatídico "final feliz"...sempre o mesmo. (02/08/2022).
Mere 16/08/2018: Perfeito.
Angel 2017: Adorei ,muito lindo. 13/08/2018.
Cida: Linda história. .
Rosângela: Muito, muito bom.
Mônica borges: Realmente a historia deles e de superação e mm linda e boa 05-02-18.
Denise : Muito bom .....
ju: Eu amei muitooooooooooooo??.
Josy: Lindo, gostei de ler. .
Mary Santos: O romance é simplesmente perfeito amei 23/05/2016.
Bruna: Lindo.
jo: lindo,emocionante,o amor venceu..
Cassia Bernardo: Que historia linda, o amor venceu as tramas da realeza.
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