Livro: A Amante do Pirata Página 3

... reditava em fantasmas! — Capitão Sparhawk? A jovem estava mais nervosa do que havia percebido, e as mãos pequenas e pálidas torciam o tecido da saia num gesto ansioso. Catherine jamais teria cavalgado sozinha a esta hora da noite, e também não teria entrado na casa de um cavalheiro sem ser convidada. Especialmente levando lama na barra do vestido. A cor da pele da desconhecida era mais vibrante, também, seus lábios e faces mais rosados, e sua expressão mais animada que a beleza plácida e lânguida de Catherine. Quanto mais a examinava, mas a semelhança desaparecia, até que finalmente teve de perguntar-se onde a vira. Talvez fosse o rum, ou o efeito ilusório da luz das velas, ou apenas sua imaginação, esperando por uma nova chance que jamais teria em sua vida. — Capitão Sparhawk? Sente-se bem? Maldição! Estava se comportando como um idiota sonhador! Determinado, livrou-se da melancolia e estendeu a mão, esperando até que ela vencesse a hesitação e o deixasse, guiá-la até as duas poltronas colocadas diante da janela. Embora permanecesse perto de uma das cadeiras, ficou em pé enquanto o observava como um pássaro prestes a alçar vôo. Gabriel contornou a outra poltrona e foi apoiar-se em seu encosto. Queria redimir-se, e a distância que colocara entre eles talvez a fizesse sentir-se mais segura. — Sou o capitão Sparhawk, madame, e estou à sua inteira disposição — sorriu. Era o suficiente para muitas mulheres. Herdara o sorriso do pai, bem como os cabelos negros e os olhos verdes, a estatura elevada e a estrutura física que o distinguia da maioria dos homens. — Disse que precisava de mim? — De seus serviços — ela o corrigiu encabulada, sustentando seu olhar como sustentara o de Anjelike. — Meu pai foi enterrado há dois dias. — Sinto muito. — Não vim aqui em busca de sua piedade — e ergueu o queixo, o suficiente para que Gabriel notasse com que esforço lutava contra as lágrimas. — Meu pai era um mestre ...

da navegação, como você, e toda a fortuna de minha família foi conquistada através de sua embarcação. Preciso encontrar um novo capitão para o barco, ou minha mãe e irmã mergulharão na miséria. E escolhi você, capitão Sparhawk. — Por que eu? — Porque não me desapontaria — ela respondeu, empurrando o capuz sobre os ombros e deixando os cabelos caírem livres em torno de seu rosto. — Porque você conhece cada maldito ladrão espanhol do Caribe, e porque será capaz de trazer a corveta e sua carga de volta a Newport. — Um arranjo conveniente para você, mas quais seriam minhas vantagens? — Terá direito à parte estabelecida para todos os capitães, mais um acréscimo que retirarei de minha porção, e poderá acrescentar quaisquer conquistas pessoais à carga. — É claro — Gabriel respondeu com tom seco. A única época em que trabalhara por participações na carga havia sido quando navegara para o pai. — Você é muito generosa. — Não encontrará outra embarcação tão veloz no porto de Newport. Nossa corveta foi construída na França há menos de cinco anos — anunciou, orgulhosa. — E quer me confiar uma embarcação tão valiosa para perseguir os espanhóis? — Deus, não! — ela sorriu, encantando-o como um raio de sol. — Seria uma tola se esperasse isso agora, quando nem um só navio espanhol foi deixado inteiro sobre as águas do mar! Então devia tratar-se de uma embarcação mercantil. De onde essa garota havia tirado a idéia de que ele ficaria feliz com o jogo de gato e rato dos corsários? — No entanto, estava certo quando disse que desejo lhe confiar a embarcação. E necessário, já que navegará para mim. E como já é rico, não preciso me preocupar com a possibilidade de tentar me enganar como tantos outros mestres de Newport. Gabriel riu. Era bastante objetiva e precisa para sua idade, e dizia a verdade sobre os outros capitães. — Por favor, não ria de mim — ela aproximou-se. — Foi ...

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