Livro: A Alegria de Amar Página 4

... rendo para o quintal. Todos aqueles "tesouros da mamãe" podiam estar vestidos como perfeitos cavalheiros e damas em miniatura, mas não a enganavam. Bastaria deixá-los sozinhos por mais alguns minutos e aquele grupo aparentemente bem-comportado armaria um motim incontrolável. — Boa sorte nos estudos! — James gritou. — Mas não. — Maggie começava a dizer quando um grito de dor chamou sua atenção. Enquanto ia investigar a causa do tumulto, James ganhava a calçada e entrava no carro. — Sean, meu querido aniversariante, que tal soltar o rabo-de-cavalo dessa linda menininha para ganhar o primeiro pedaço de bolo? — ela chantageou. A mãe orgulhosa do aniversariante de quatro anos saía para o pátio com o bolo quando o ruído da partida de um carro chamou a atenção de Maggie. Ela acenou discretamente, mas o homem ao volante não percebeu o gesto. — Adeus, James, o homem do balão. Foi um prazer conhecê-lo — ela sussurrou. Por que tinha de encontrar alguém tão interessante vestida de palhaço? E por que tinha de ser tão irritantemente baixa? Todos pensavam que era mais jovem do que na realidade. Enquanto isso, James voltava para casa a fim de tomar um banho e se preparar para outra noite de sábado com Rose no clube. Ao parar no primeiro farol, olhou para o broche que ganhara e leu a mensagem: "Já abraçou o seu palhaço hoje?" James M. Wyatt soltou uma risada sonora no instante em que o farol abria e seguiu o fluxo do tráfego. A sensação de divertimento o acompanhou durante todo o trajeto para casa. Espantaria a seus amigos o fato de o presidente das Indústrias Wyatt achar graça de um trocadilho tão juvenil. Mais tarde, mostrou a Rose o broche chamativo em tons de laranja e vermelho. — Que bonitinho, querido — ela comentou com indiferença. — Mas jogue isso fora. Pode puxar um fio do paletó se o deixar guardado no bolso. Oh, olhe. Lá estão Babs e R.J. Yoohoo! Vocês dois aí, venham tomar um coquetel conosco! Várias ...

ezes durante a longa noite, James enfiou a mão no bolso para tocar o broche como se fosse um talismã. De certa forma, a lembrança da tarde passada com Maggie, a palhacinha, parecia muito mais divertida do que aquela noite a ouvir as fofocas de Rose, Babs e RJ. Que estranho. Nunca antes notara como aquelas conversas de sempre eram entediantes. CAPÍTULO II — Maggie, a sopa está servida. Ei, Maggie, venha! A sra. Henderson fez carne de porco com chucrute e não podemos começar a comer até você vir. Venha, Maggie, estou morrendo de fome! — Isso é impossível, Roderick, meu querido — a irmã Suzie ironizou. — Qualquer um que possa comer uma caixa inteira de rosca entre a hora que a trouxe para casa de manhã e a hora do jantar não pode estar morrendo de fome. E pensar que só de olhar para uma rosca engordo um quilo. — Então devia ter guardado algumas para você porque está tão magricela que, se virar de lado e botar a língua de fora, parecerá um zíper. — Não sou magricela, seu bobão. Sou esbelta. É o que a sra. Perrault diz e, por isso, me convidou para participar do próximo desfile. — Ela enrugou o nariz arrebitado para mostrar a língua ao irmão. — Suzie! — Maggie exclamou com falso assombro ao entrar na cozinha. — Qualquer modelo que se preze não deve enrugar os preciosos músculos faciais desse jeito. Tem dezoito anos agora, mas logo as rugas começarão a aparecer, se não tomar cuidado. — Então faça esse monstrinho parar de me xingar. — Roddy — Maggie advertiu o irmão —, já tem dez anos, é hora de começar a se comportar como gente. Nada mais de xingos, certo? — Suzie me chamou de bobão. Ela não deve agir como gente também? — Diante de uma inspiração súbita, ele abriu um largo sorriso, mostrando o aparelho que ajudara o ortodontista a financiar uma casa de campo nas montanhas Pocono. — Talvez ela seja uma E.T. perdida que mamãe e papai encontraram e decidiram criar! Ei, Suzie, que ...

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