Livro: A Dança dos Ossos
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Autor - Fonte: Bernardo Guimarães
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A Dança dos Ossos
de Bernardo Guimarães
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A Dança dos Ossos
de Bernardo Guimarães
CAPÍTULO I
A noite, límpida e calma, tinha sucedido a uma tarde de pavorosa tormenta,
nas profundas e vastas florestas que bordam as margens do Parnaíba, nos limites
entre as províncias de Minas e de Goiás.
Eu viajava por esses lugares, e acabava de chegar ao porto, ou recebedoria,
que há entre as duas províncias. Antes de entrar na mata, a tempestade tinha-me
surpreendido nas vastas e risonhas campinas, que se estendem até a pequena
cidade de Catalão, donde eu havia partido.
Seriam nove a dez horas da noite; junto a um fogo aceso defronte da porta
da pequena casa da recebedoria, estava eu, com mais algumas pessoas,
aquecendo os membros resfriados pelo terrível banho que a meu pesar tomara. A
alguns passos de nós se desdobrava o largo veio do rio, refletindo em uma chispa
retorcida, como uma serpente de fogo, o clarão avermelhado da fogueira. Por trás
de nós estavam os cercados e as casinhas dos poucos habitantes desse lugar, e,
por trás dessas casinhas, estendiam-se as florestas sem fim.
No meio do silêncio geral e profundo sobressaía o rugido monótono de uma
cachoeira próxima, que ora estrugia como se estivesse a alguns passos de
distância, ora quase se esvaecia em abafados murmúrios, conforme o correr da
viração.
No sertão, ao cair da noite, todos tratam de dormir, como os passarinhos. As
trevas e o silêncio são sagrados ao sono, que é o silêncio da alma.
Só o homem nas grandes cidades, o tigre nas florestas e o mocho nas
ruínas, as estrelas no céu e o gênio na solidão do gabinete, costumam velar nessas
horas que a natureza consagra ao repouso.
Entretanto, eu e me
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s companheiros, sem pertencermos a nenhuma dessas
classes, por uma exceção de regra estávamos acordados a essas horas.
Meus companheiros eram bons e robustos caboclos, dessa raça semiselvática
e nômade, de origem dúbia entre o indígena e o africano, que vagueia
pelas infindas florestas que correm ao longo do Parnaíba, e cujos nomes, decerto,
não se acham inscritos nos assentos das freguesias e nem figuram nas estatísticas
que dão ao império . não sei quantos milhões de habitantes.
O mais velho deles, de nome Cirino, era o mestre da barca que dava
passagem aos viandantes.
De bom grado eu o compararia a Caronte, barqueiro do Averno, se as ondas
turbulentas e ruidosas do Parnaíba, que vão quebrando o silêncio dessas risonhas
solidões cobertas da mais vigorosa e luxuriante vegetação, pudessem ser
comparadas às águas silenciosas e letárgicas do Aqueronte.
— Meu amo decerto saiu hoje muito tarde da cidade, perguntou-me ele.
— Não, era apenas meio-dia. O que me atrasou foi o aguaceiro, que me
pilhou em caminho. A chuva era tanta e tão forte o vento que meu cavalo quase não
podia andar. Se não fosse isso, ao por do sol eu estava aqui.
— Então, quando entrou na mata, já era noite?.
— Oh!. se era!. já tinha anoitecido havia mais de uma hora.
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— E Vm. não viu aí, no caminho, nada que o incomodasse?.
— Nada, Cirino, a não ser às vezes o mau caminho, e o frio, pois eu vinha
ensopado da cabeça aos pés.
— Deveras, não viu nada, nada? é o primeiro!. pois hoje que dia é?.
— Hoje é sábado.
— Sábado!. que me diz? E eu, na mente que hoje era sexta-feira!. oh!
Senhorinha!. eu tinha precisão de ir hoje ao campo buscar umas linhas que
encomendei para meus anzóis, e não fui, porque esta minha gentinha de casa me
disse que hoje era sexta-feira. e esta! E hoje, com esta chuva, era dia de pegar
muito peixe. Oh! Senhorinha!. gritou o velho com mais força.
A este grito apareceu, s ...
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