Livro: Núpcias de Traição
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... Laurie Grant Título Original: Beloved Deceiver Disponibilização do livro: Nutri.Rosangela Digitalização: Polyana Revisão: Vicky Siqueira "Estou sozinha e conto apenas com meu criado Gilles." Assim dizendo, Elise ergueu o queixo desafiadoramente. Nisso, o servo entrou no quarto trazendo uma taça de vinho. Ofereceu-a a Adam, que arqueou as sobrancelhas, surpreso. Ele hesitou, sem saber se não estavam tramando envenená-lo. — Ah, vejo que desconfia de nossas intenções, inglês — disse Elise. — Gilles, dê-me a taça. O criado obedeceu-lhe. Ela tomou um gole de vinho e passou a taça para Adam. Ele sorveu o vinho exatamente onde os lábios de Elise haviam pousado. O procedimento de Adam era típico de um amante, e ele ficou satisfeito ao perceber que havia conseguido perturbá-la, pois Elise corou subitamente antes de virar o rosto para a janela. Copyright © 1993 by Laurie A. Miller Publicado originalmente em 1993 pela Harlequin Books, Toronto, Canadá. Todos os direitos reservados, inclusive o direito de reprodução total ou parcial, sob qualquer forma. Esta edição é publicada por acordo com a Harlequin Enterprises B.V. Todos os personagens desta obra, salvo os históricos, são fictícios. Qualquer outra semelhança com pessoas vivas ou mortas terá sido mera coincidência. Tradução: Nicolc Anne Cotlet Copyright para a lingua portuguesa: 1993 EDITORA NOVA CULTURAL LTDA. Al. Ministro Rocha Azevedo, 346 — CEP 01410-901 São Paulo — SP — Brasil Caixa Postal 9442 Esta obra foi composta na Editora Nova Cultural Ltda. Impressão e acabamento: Gráfica Circulo Prólogo Paris, abril de 1417 — Acuda-me! Sou feito de vidro e rebentarei! — bradou a deplorável fi¬gura sentada no trono dourado. Carlos de Valois, o rei da França, definitivamente não estava em um de seus melhores dias. Vestia um manto púrpura com gola de arminho, ensebado e puído e, pousando os olhos au¬sentes na jovem viúv ...

, fez um gesto de desdém. Elise de Vire encarou o monarca, horrorizada. Empreendera uma viagem da Normandia até a capital francesa com o único propósito de ter uma audiência com o rei. Mas, ao que tudo indicava, seus esforços haviam sido inúteis. O soberano não ouvira uma só palavra do que ela lhe dissera ao se oferecer para ajudar os franceses a promover uma vingança contra os invasores ingleses. Pois então o rei era tão insano quanto proclamavam os ru¬mores que corriam o país. Elise acalentara esperanças de en¬contrá-lo num de seus períodos de lucidez, porém, era sabido que seus acessos de loucura duravam meses inteiros. Agora ela se indagava como faria para prolongar a estada na capital, pois suas economias já estavam no fim. Um lacaio acercou-se do rei e, como alguém que se dirige a uma criança, murmurou palavras tranquilizadoras, conven¬cendo-o a recolher-se a seus aposentos. — Talvez fosse mais sensato abrir seu coração comigo, madame — disse uma voz vinda das sombras. — Como vê, meu marido infelizmente está indisposto hoje. Elise ergueu o rosto e viu a silhueta da mulher, que deu um passo à frente e saiu das sombras do corredor. Ela sentou-se no trono, e seu vestido escarlate revelou as dobras de gordura no corpo obeso. A rainha tinha uma papada tripla sob o queixo e usava um brocado vermelho à cabeça, que lhe conferia uma aparência ainda mais grotesca. Por baixo do véu, Elise pôde enxergar algumas mechas de cabelo negro misturadas a fios grisalhos. O cheiro de perfume velho e sujeira penetrou em suas narinas. — Majestade — Elise sussurrou, ajoelhando-se para fazer-lhe uma reverência. Isabel da Baviera fez-lhe sinal para que levantasse. — Eu pude ouvi-la daquele canto — a rainha esclareceu, apontando frouxamente para o corredor que levava aos apo¬sentos reais. — Já pressentia que meu senhor estava prestes a ter mais um assomo de loucura. Ela se referia à doença do rei com inesperada casualidade, ...

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