Livro: Vidas marcadas Página 2

... b e Jo ouviam atentamente, conscientes da importância daquela conversa. — Espero que me informem de quaisquer problemas nessa fase do planejamento. Se acharem que algum membro da equipe não está devidamente capacitado, sejam sinceros. Eles foram cuidadosamente selecionados, mas vocês é que são os especialistas. Portanto, darão a última palavra no assunto. Qualquer erro poderá nos custar muito e não posso ter pessoas incompetentes nesse setor. Peço-lhes que me enviem relatórios periódicos. Alguma pergunta? — Nenhuma — Bob respondeu, depois de consultar Jo com o olhar. — Ótimo! — Michael voltou sua atenção para o primo. — Seria muito interessante que você assistisse à reunião de hoje, Mark. Bob Anderson vai explicar como funciona o novo sistema. — Sim, claro. Jo podia sentir o olhar de Mark sobre ela. — Mark vai levar a nova tecnologia para nossa filial em Washington — Michael explicou. — Só poderá ficar aqui por duas semanas. Agradecerei se puderem lhe dar o máximo de atenção nesse período. — Naturalmente, Ajudaremos no que for possível — Bob imediamente se prontificou. Michael Hunter continuou falando: — Então pode começar, sr. Anderson. Mark, acompanhe-o, por favor. Os dois homens se levantaram e Jo ameaçou segui-los. — Por favor, fique mais um pouco, srta. Standish. Há ainda alguns pontos que precisamos discutir. Ela ficou tentada a não obedecer, mas a expressão de Michael não dava margem a dúvidas. Tornou a sentar. Bob hesitou, percebendo que algo estava estranho. — Preciso de Jo para cobrir a parte da programação, sr. Hunter. Embora nossos trabalhos sejam paralelos, ela é a autoridade no assunto — Bob explicou. — Vou levá-la para a sala de reunião em um minuto, sr. Anderson. Enquanto isso, poderá ir organizando os trabalhos. — Muito bem, então. — Bob saiu, demonstrando preocupação. Jo não se deixou enganar. Era evidente que Michael Hunter não queria falar nada sobr ...

programação. E assim os dois ficaram sozinhos na sala, com o fantasma do passado entre eles. Ainda bem que tivera tempo para se refazer do choque. Agora, estava certa de que iria manter seu equilíbrio. A Empresa de Pesquisas Hunt tinha contratado seu serviço e ela estava ali para isso. Só que não esperava ter que se encontrar novamente com as lembranças do seu passado. Michael Hunter, porém, não parecia abalado. Continuava o mesmo, igualzinho ao que ela podia lembrar: bonito, sério e fino. — Faz três anos e três meses — ele disse. — Mais ou menos isso — ela concordou. — Não a reconheci, a princípio. Nem poderia! Naquela ocasião, era uma moça sem graça, um pouco esbelta demais, muito diferente da mulher que era agora. Conservava suas características físicas, mas seu estilo tinha mudado da água para o vinho. — Você continua o mesmo — ela disse baixinho. Michael apertou os olhos, para examiná-la melhor, não escondendo sua admiração. Jo sabia que agora era uma mulher atraente, com aqueles seus enormes olhos verdes, a boca carnuda, sensual, e os longos cabelos escuros. — Mas você não. Você está muito diferente. — Realmente, até me surpreendi por ter-me reconhecido, sr. Hunter. Aliás, não deve ser nada agradável lembrar-se de mim, não é? — Seus olhos continuam os mesmos — Michael continuou, como se ela não tivesse dito nada. Suspirou e passou os dedos na testa. — Jamais consegui esquecê-los. — Fez uma pausa e acrescentou; — Por que mudou seu nome? — Não mudei, nem teria motivos para fazê-lo. Não tenho nada a temer ou a esconder. — Lembro-me perfeitamente bem de ter ouvido seu nome no inquérito. Era Mary Standish. — Talvez não tenha prestado atenção, sr. Hunter. Pediram que eu declarasse meu nome completo e foi o que fiz: Mary Josephine Standish. Mas sempre me chamaram Jo. — Sabia que essa empresa me pertencia? Que iria trabalhar para mim? — Só percebi isso quando entrei no ...

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