Livro: Segredos de Um Coração Página 2

... devem ter alguma pista e me descobrirão - ela implorou. — Não há testemunhas, sabíamos que trabalha até tarde, telefonamos e foi fácil descobrir como trazê-la para cá. — Deixe-me ir, fale para quem quer que seja que não conseguiu me trazer para cá. Eu ficarei calada, não vou entregá-los. Ela começou a chorar com desespero. Fernando se aproximou dela, com pena, e a abraçou. — Você é esperta, moça, sabe que se eu quisesse lhe fazer algum mal não teria o conforto que tem aqui, nem a segurança em que se encontra. Mas, infelizmente, não posso te libertar. Já comuniquei que você está aqui. — Ele tentou consolá-la em vão, pois Elizabete o empurrou e o encarou, furiosa. — Então tem alguém por trás disso, não é? Quero saber o porquê, se é por vingança ou se estou nas mãos de um louco — ela falou, brava. — Não há o que temer. Agora vou embora, procure se alimentar e então, quando você menos esperar, tudo vai se resolver. — Ele saiu da casa e a deixou sozinha, novamente. Tinha de fugir, ela observou as estradas que circulavam o sítio, tinha de fazer com que Fernando a deixasse sair durante o dia e não quase anoitecendo; ele vinha duas vezes ao dia, então ele voltaria na hora do almoço, iria insistir em deixá-la sair por alguns minutos e, quando ganhasse sua confiança, fugiria. Mais animada, resolveu se alimentar, iria precisar de energia para a fuga. Na hora do almoço, lá estava Fernando novamente. — Olá! — ela o cumprimentou sorrindo. Ele a olhou surpreso e sorriu-lhe de volta. — Como passou a manhã? — Fernando puxou conversa. — Como pode ver, me comportei bem, não mereço um prêmio? — ela brincou. — Qual? — ele perguntou, curioso. — Um passeio lá fora. — Elizabete falou, docemente. — Hum! Será que é uma boa idéia? — Prometo não fugir. — Promete mesmo? — Claro, Fernando, fico presa aqui quase dia e noite, preciso respirar ar puro! Ela sorriu e Fernando a levou ...

para fora da casa. Elizabete caminhou até perto do riacho e sentou-se na ponte e ali ficou perdida em pensamentos. Olhou a sua volta, memorizando a paisagem. Fernando a observava de longe. Ela sentia os olhos dele fixos nela. Levantou-se e foi conversar com ele cumprir sua parte, estaria aliviado e dormiria sossegado. Porém, Fernando não deixava de pensar no desespero de Elizabete. Sem poder revelar nada a ela, estava preocupado com as ameaças que ela fizera. Realmente, a polícia a procurava, apareceram pistas falsas, o irmão e a mãe faziam apelos e ofereciam tudo que tinham para tê-la de volta, viva. Aquilo o deixava nervoso, chegou em casa e deu com o primo esperando-o lá, cumprimentou-o e subiram para o quarto, onde conversaram bastante. Fernando havia esclarecido boa parte das indagações de Elizabete sobre seu seqüestro, porém ela ainda não sabia quem havia mandado seqüestrá-la e porquê. Qual seria o mistério que a envolvia em um seqüestro? Capítulo 2 UMA GRANDE SURPRESA Surge o homem que mandou seqüestrá-la e Elizabete tem a maior surpresa de toda sua vida. Reaparece um antigo flerte, um rapaz que ela não via há dois anos. Elizabete escutou o barulho do carro e seu coração disparou, era tarde da noite. Será que Fernando resolveu libertá-la? Ou seria a polícia que viera libertá-la? Escutou passos e a chave girar na fechadura, pensou que ia desmaiar ao deparar com o homem que estava entrando casa adentro, pensou que nunca mais veria aquele rosto novamente. Ali parado, com seus um metro e oitenta e cinco, Eric sorria para ela, com inocência. — Surpresa, querida? — ele perguntou com calma. — Você! — ela conseguiu falar, saindo do transe em que se encontrava. — Sim, sou eu, me diga se gostou de me ver — ele pediu com ar inocente. — Não — ela falou, com frieza. — Mas eu estou gostando de te ver novamente, está mais bonita do que antes — Ele elogiou. — Por que essa loucura? — ela falou sem a ...

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