Livro: Pacto de Ternura Página 4
Autor - Fonte: Kate Walker
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lair! Eu não sabia — Carla disse, sem jeito, olhando-o dar de ombros sem se importar, e depois olhar para o veículo que estava consertando. — Bem, preciso ir andando. Vou visitar uma amiga. Deve estar preocupada comigo, pela demora.
O calor da cólera se apossou dela, quando Saul simplesmente balançou de leve a cabeça, dando-lhe as costas.
“Como se atrevia!”, pensou furiosa, ao se afastar. “Como ousava dispensá-la daquele jeito?!”
O ímpeto da raiva a fez contornar a esquina quase sem notar. Mas logo seus passos foram se tomando mais lentos, Carla parou para avaliar o seu comportamento.
Que importância tinha que um mecânico estúpido não lhe desse atenção? Por que deveria ligar? Era puro contra-senso ficar aborrecida com a atitude dele. Possuía idade e experiência suficientes para saber que muitos homens a achavam atraente. Jamais lhe faltaria atenção ou companhia; portanto, a indiferença de um homem, particularmente daquele homem, não deveria incomodá-la.
Irritada com o desprezo, começou a andar de novo, procurando voltar seus pensamentos para Hattie, cuja casa ficava adiante. Porém, por mais que refletisse, não conseguia acreditar no que havia acontecido, não podia esquecer o desatino de sua sorte, que permitira o encontro inesperado.
“Esqueça!”, disse a si mesma, ao entrar pelo portão da casa de Hattie. “Por que desperdiçar seu tempo com alguém que não queria saber de sua companhia?”
Porque, no fundo de sua mente, Carla tinha a resposta àquele dilema. Saul havia conseguido derrubar a pose e o controle que ela adquirira ao longo dos anos, e reduzira-a à adolescente desajeitada e insegura que pensava ter deixado para trás.
Esta era a verdade, nua e crua. E a verdade muitas vezes incomoda, admitiu, raciocinando friamente.
Sem vacilar nem mais um minuto, tocou a campainha da mansão onde a amiga morava.
CAPITULO II
Carla foi recebida com alegria por Hattie, e deu um forte abraço na amiga, feliz ao vê
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la saudável. Em seguida, acompanhou-a para ver o pequeno Andrew, que repousava no berço. Depois de um minuto de silenciosa contemplação, as duas foram para a cozinha, onde serviram-se de uma xícara de café, e retornaram ao living.
A jovem mãe falava sem parar, enquanto se dirigiam para a sala de estar e, apesar de seu empenho em atrair o interesse de Carla, esta estava desatenta.
O encontro com Saul se interpunha entre ambas, deixando Carla distraída, até que Hattie, percebendo, protestou:
— Ei, está ouvindo? O que há com você? Parece no mundo da lua!
— Oh, Hatt, desculpe! Pensava em alguém que encontrei quando vinha para cá.
— Deve ter sido uma pessoa bastante interessante, para absorvê-la desse jeito. Eu conheço?
— Creio que não. Para ser sincera, não posso dizer realmente que eu mesma conheça. Só o vi uma ou duas vezes, e faz algum tempo.
Ela corou, ao se lembrar das desculpas que encontrava para acompanhar sua mãe à oficina. Às vezes, ficava esperando do lado de fora, desejando que Saul aparecesse.
O rubor do rosto de Carla não escapou ao olhar atento e curioso de Hattie:
— Deixe disso, Carla! Ele deve ter algo especial para fazê-la enrubescer desse jeito! Você tem pensado nele desde que chegou. É ou não é? Você não me engana!
— Não há nada para eu falar. Sério! Estava andando pela rua, e o encontrei. Acho que fiquei apenas um pouco impressionada ao rever um rosto conhecido.
— Tem certeza?
— Sim, tenho.
— É uma pena, pois pensei que fosse me contar alguma novidade! Você falou com ele?
— Falei. — Carla sorriu, constrangida. Será que teria que revelar a história toda para Hattie?
A amiga era apenas uns dois anos mais velha e, apesar de já ter um filho, nem por isso havia perdido a beleza de antes. Ao contrário, parecia ainda mais bela.
— E sobre o que conversaram?
— Nada de importante.
— Qual o nome dele, Carla?
— Saul. Saul Diamond.
Ela não conseguia lembrar quando ouvira ...
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Comentários:
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Mônica borges: Muito linda mesmo,eles tiveram que passar por muitos sofrimentos pra poder ser feliz de verdade gostei que ele não baixou a cabeça pra o que as outras pessoa pesam dele .Ele deu uma verdadeira volta por cima venceu o preconceito e lutou o vencer na vida q bom que ela arependeu de tudo que fez o ele.23-02-18.
ilda: 23/08/2017 Simplesmente lindo, ameiiiiii. Um romance florzinha escrito há mais de 30 anos, simples e maravilhoso, que retrata o preconceito de uma determinada profissão e de pessoas que se acham melhores que as outras, por ter tido uma formação universitária. Vale a pena ler. .
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