Livro: Pacto de Ternura Página 2
Autor - Fonte: Kate Walker
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a ficado irritada com alguém que olhara suas pernas e seu corpo, e deu um sorriso. Eis um bom exemplo de papéis invertidos! Hattie adoraria a idéia de uma mulher olhar prepotentemente e com cuidado um homem bonito. Isto agradaria, sobremaneira, o ego feminista da amiga.
De repente, deu-se conta de que Hattie já devia estar esperando por ela, impaciente pelas novidades da livraria que possuíam, e ansiosa para mostrar o filho Andrew, nascido há apenas dois meses e meio.
Carla respirou fundo, e sacudiu a cabeça numa tentativa de afastar todos aqueles pensamentos.
Quando começou a andar de novo, percebeu o furgão estacionado a apenas alguns metros, do outro lado da rua.
O veículo possuía uma pintura azul-marinho um pouco riscada, e precisava de polimento, mas o que lhe chamou a atenção foi o desenho de um diamante gravado na lateral, com as palavras Oficinas Sinclair destacando-se.
Oficinas Sinclair! O dístico lhe trouxe à memória recordações da infância.
Sim, Bob Sinclair era o proprietário de uma mecânica de automóveis que reparava os carros da família, e havia sido na oficina dele que se apaixonara pela primeira vez,
— Já viu o bastante?
A voz grave interrompeu seus devaneios, e a fez recuar alguns passos. Embaraçada, viu que o homem diante dela havia levantado a cabeça, e olhava em sua direção.
Enquanto Carla hesitava em fitá-lo diretamente nos olhos, ele completou o movimento, virando-se de vez para se encostar na lateral do automóvel, e enfiando as mãos nos bolsos da calça de uma maneira toda especial.
— Você é muda ou o quê? Perguntei se já viu o bastante. Afinal, está aí há pelo menos cinco minutos.
— Não estava olhando.
— Não? Pois pareceu que sim, Não me incomodo em ser visto e admirado por ninguém, ainda mais por uma garota linda como você, todavia o momento é um pouco inoportuno, pois estou ocupado, e não posso lhe dar atenção. Como vê, preciso ir buscar algumas ferramentas no furgão.
Car
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a estava perplexa. A impertinência, o tom insolente o sorriso zombeteiro, o brilho dos olhos: tudo a levava a crer que ele achava que ela, ou qualquer outra mulher, ficava deslumbrada ao vê-lo.
— Então, posso me mover, Majestade? — A voz sarcástica interrompeu-lhe mais uma vez os pensamentos.
— Faça o que bem entender. — Carla se perguntava de onde o conhecia.
— Ah, então você tem língua — exclamou, enquanto atravessava a calçada para buscar as ferramentas.
Se possuísse algum juízo, teria ido embora naquele instante, enquanto ele estava de costas. Porém, demorou a se decidir, e ele virou na direção dela:
— Depois de dez minutos eu começo a cobrar! Escute, não tem mais o que fazer? Você pode estar sentindo alguma emoção estranha em tudo isso, mas eu começo a ficar intimidado. Estou certo de que esses seus grandes olhos verdes já viram tudo o que queriam, a estas alturas; então, por que não me deixa o número do seu telefone, e vai embora?
— Saul! — Carla gritou, triunfante, recordando-se dele. — O seu nome é Saul, não é?
Muito sério, ele assentiu, com uma inclinação da cabeça.
— Eu a conheço?
Idiota! Carla repreendeu-se, amaldiçoando o impulso que havia provocado aquela pergunta. Não queria que Saul a reconhecesse. Não depois de tantos anos.
— Foi um engano. Boa-tarde! — murmurou, com o coração aos pulos, ao passar por ele.
— Espere aí, moça! — Saul a deteve. — Não foi nenhum engano. Você sabe meu nome e, por mais lisonjeiro que isto possa parecer, não estou convencido de que era por admiração que estava me olhando. É hora de termos uma conversa franca. Pode me dizer seu nome, para começar.
Carla se empertigou, e o fitou diretamente nos olhos, uma tarefa mais fácil do que lembrava ter sido há oito anos.
— Eu não vou lhe dizer nada! — declarou, ríspida, tentando conter o nervosismo.
Carla se dava conta de que a rua deserta tornava a situação favorável a Saul. E desej ...
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Comentários:
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Mônica borges: Muito linda mesmo,eles tiveram que passar por muitos sofrimentos pra poder ser feliz de verdade gostei que ele não baixou a cabeça pra o que as outras pessoa pesam dele .Ele deu uma verdadeira volta por cima venceu o preconceito e lutou o vencer na vida q bom que ela arependeu de tudo que fez o ele.23-02-18.
ilda: 23/08/2017 Simplesmente lindo, ameiiiiii. Um romance florzinha escrito há mais de 30 anos, simples e maravilhoso, que retrata o preconceito de uma determinada profissão e de pessoas que se acham melhores que as outras, por ter tido uma formação universitária. Vale a pena ler. .
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