Livro: Sorrisos ao entardecer
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... Margaret Way Sabrina 226 Copyright: Margaret Way Título original: “Copper Moon” Publicado originalmente em 1972 pela Mills & Boon Ltd., Londres, Inglaterra Tradução: Diogo Borges Copyright para a língua portuguesa: 1983 Abril S.A. Cultural e Industrial — São Paulo Composto e impresso em oficinas próprias Foto da capa: Keystone Quando a jovem repórter Cass Reynolds iniciou um fantástico cruzeiro pelo Pacífico a bordo do Princess, tinha uma missão a cumprir: entrevistar o excêntrico milionário Lionel Hal-liday. Ele viajava com nome falso, e Cass sequer conhecia seu rosto. Mas ao ver Lucien Hale, ela não teve dúvidas: era o homem que procurava. Aproximou-se dele e, por incrível coincidência, se apaixonou! Logo depois, porém, descobriu o engano. Lucien não era o milionário, e sim diretor de cinema. Ele ficou revoltado com a decepção que percebeu em Cass e a rejeitou, enojado. Mas ela o amava muito, precisava reconquistar a confiança de Lucien! De que jeito? PROJETO REVISORAS Este livro faz parte de um projeto sem fins lucrativos. Sua distribuição é livre e sua comercialização estritamente proibida. Cultura: um bem universal. Disponibilização do livro: Cida Digitalização: Palas Atenéia Revisão: Sol CAPÍTULO I A calmaria da noite tropical envolvia toda a cidade de Darwin. Acima do mar de Timor, luzia um emaranhado de estrelas, mas a baía era dominada pela lua, que atingia seu máximo esplendor. Era enorme e lânguido o astro cor de cobre dos trópicos. Johanna descansou a cabeça sobre a pilha de almofadas de seda, jogadas sobre a espreguiçadeira, na varanda do quarto do hotel em que se hospedava. Seus olhos estavam fechados, os ouvidos prestavam atenção à serenata das cigarras. Respirou fundo, saboreando o ar noturno, o qual possuía um apelo sensual que não lhe era familiar. Chegava a pesar, carregado com o odor de milhares de flores. Focos de luz brilhavam entre os flamboyants, ...

atraindo incontáveis insetos iridescentes, que voavam no meio da noite. Johanna estremeceu e bocejou sem querer. O calor a afetava, dando-lhe uma sensação de letargia, à qual não estava acostumada. E ainda se encontravam na estação seca, que compreendia o outono e o inverno, tempo melhor que a primavera e o verão, a insuportável estação úmida! Pelo menos estariam longe, quando essa época desagradável chegasse. Esticou o corpo esguio, com lentidão e sensualidade, como se estivesse mergulhada em um transe erótico. Em seu rosto, surgiu uma expressão sonhadora. Estava apenas há seis horas em Darwin e já se sentia receptiva a todos os apelos daquele lugar. Darwin, a capital da terra do lótus, o portão da Austrália! Há apenas algumas décadas não passava de um entreposto de pérolas, lingotes de ouro, drogas e belíssimos pássaros ornamentais. As bombas japonesas haviam dado um fim a tudo aquilo, reduzindo a pó o misterioso bairro chinês, impregnado do odor forte do ópio, e dando lugar à nova Darwin, capital administrativa do imenso território do norte. Da varanda, Johanna contemplava o mar tropical, pontilhado pelas pequeninas ilhas de coral do leste da Indonésia. Do outro lado da cidade, logo nos subúrbios, começava aquela Austrália dominada pelo grande silêncio! Era o deserto, vasto, remoto, ao qual se opunham as planícies litorâneas, cobertas de vegetação luxuriante e repletas de lagunas prateadas cheias de esplêndidas flores de lótus e nas quais se viam os dorsos reluzentes do búfalos, pastando a relva que crescia sob a água. A região em torno de Darwin era um dos últimos refúgios da vida selvagem, representada por búfalos, porcos-do-mato, cangurus, emas, patos e gansos, veados e macacos. Nos riachos e estuários dos grandes rios tropicais viviam gigantescos crocodilos, devoradores de homens, que escondiam sua carantonha odiosa por debaixo das plantas aquáticas e floridas. Homens e cavalos, novilhos e búfalos nã ...

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