Livro: Coração Falso Página 4

... re atento durante a tarde. — E quanto a você? — Contento-me com qualquer coisa que eu coloque na embalagem — ela disse. — Quer que eu lhe sirva mais alguma coisa? — Qualquer coisa que coloque na embalagem — ele repetiu, ignorando a questão que ela acabara de formular. — Há um restaurante self-service aqui perto. — Hábito — ela disse, dando de ombros e fazendo com que a atenção dele se voltasse aos seus ombros roliços e delicados. — Costumo embalar meu almoço desde o ensino fundamental. — Acontecia o mesmo comigo — ele comentou. — Quando havia alimento disponível. Emma dirigiu um olhar curioso para ele. — Orfanatos — ele disse. — Oh! — ela sentiu uma mistura de compaixão e confusão invadi-la. — Meu pai faleceu quando eu era jovem, então era só eu e minha mãe. Os olhos dele encontraram os dela e Damien sentiu uma leve vibração. Ele notou a mesma surpresa cruzar o rosto dela, quando Emma piscou e desviou o olhar. — Espero que goste do. — Emma — uma voz masculina chamou da outra sala. — Emma, você está aí? Damien a viu se encolher de medo. — Só um segundo — ela respondeu, e caminhou até a porta. — Brad, estou auxiliando o sr. Medici. — Você pode ir e. — Damien se interrompeu abruptamente, surpreso ao ver que ela sacudia uma das mãos atrás das costas, silenciosamente pedindo para que ele parasse de falar. Damien ficou admirado ao receber a ordem silenciosa. Ou teria sido um apelo? — Não, esta noite não. Eu preciso trabalhar em um questionário para uma de minhas classes. Com licença, por favor — ela pediu, e voltou a atenção para Damien, ao mesmo tempo em que fechava a porta. Emma o fitou por um momento e, então, mordiscou o lábio inferior. — Desculpe-me. Eu vou apenas. A curiosidade o dominou e Damien ergueu uma das mãos. — Quem é Brad? Ela suspirou pesadamente. — Ele é um ótimo contador. Muito gentil. Não consigo pensar em uma coisa ruim para dizer so ...

re ele. Damien assentiu silenciosamente com a cabeça. — Mas ele não consegue entender uma indireta. Emma cerrou as pálpebras e concordou com um gesto de cabeça. — Ele é muito gentil. — Você já disse isso — ele observou. — Não gosto de ferir os sentimentos das pessoas — ela admitiu. — Principalmente se forem gentis. — Ele não é tão gentil se está ignorando suas recusas — disse Damien. — Aprendi que a maioria das pessoas gentis prefere a honestidade ainda que para isso tenham que experimentar a dor. — Eu não estou sendo desonesta -—ela afirmou. — Tenho certeza que não. Um tenso silêncio se estabeleceu entre eles enquanto ela mordiscava os lábios com nervosismo. — Ele me convidou para sair, no mínimo, uma dúzia de vezes. — E você recusou todas essas vezes? — Damien indagou, incrédulo. — A cabeça dele deve ser feita de concreto. — Ela inspirou profundamente. — Eu devo ter visitado a mãe dele no hospital uma vez. Um coração terno se escondia embaixo da roupa séria que ela vestia, ele pensou, julgando sua atitude. Damien deu de ombros. — Quer que eu veja se ele está em minha lista de demissões? Emma arfou. — Oh, meu Deus! Não! Eu não poderia conviver comigo mesma se algum dia eu. — Ela meneou a cabeça. — Não. Ele é um excelente funcionário. Ele a observou em silêncio por um longo momento. Emma piscou e limpou a garganta como se estivesse recuperando a compostura. — Bem, eu, hum, vou deixar que coma seu sanduíche. Se precisar de alguma coisa. — Eu aviso — ele declarou. Assim que Emma fechou a porta da sala de Damien, ela sentiu vontade de desaparecer. Aflita, levou as mãos ao rosto. O que havia de errado com ela? Emma se orgulhava por sua habilidade em demonstrar total serenidade em qualquer situação. Ainda assim, ela esteve agindo de forma confusa com Damien Medici. Ela havia trabalhado para Max De Luca, conhecido como "o homem de aço". Emma pode ter se senti ...

Comentários:

Deixe aqui seu comentário sobre este livro: