Livro: Segredos de família Página 2

... e surpreendeu, Atlanta era uma cidade de renome internacional que tinha conseguido manter seu encanto sulino. Essa zona do centro, onde estava seu restaurante, era especialmente boa para pôr um negócio. Se recordava bem, foram pôr uma confeitaria. Quando se inteirou, despertaram suas ânsias de comer chocolate, mas ao ver todo o barulho, a idéia dos doces se voltou amarga. Por todos lados havia caminhões de mudanças que ocupavam os sítios que podiam necessitar seus clientes para estacionar. Eram as seis da manhã e tinha muita clientela para tomar o café da manhã. Era um chateio que não lhes permitissem estacionar. Felizmente, ele tinha um sítio reservado diante do restaurante. Tomou ar para tranqüilizar-se enquanto um caminhão lhe bloqueava o passo. Era segunda-feira, um mau dia para pôr a prova sua paciência. Ia dar um buzinada quando uma mulher que saía do edifício captou sua atenção. Por um momento, esqueceu-se de sua fúria, mais ainda, quase se esqueceu de respirar. Olhou-a de cima abaixo enquanto ela falava com o condutor do caminhão. Era uma mulher de bandeira. Levava um avental curto de panadera e ele confiou em que levasse umas calças curtas e uma rajada de vento lhe mostrasse o que havia debaixo. Esboçou um sorriso. Inclusive com o avental podia adivinhar que tinha uma figura de impressão. Quando se fixou em sua cara. Notou que um calor o abrasava ao ver um rosto que era muito formoso para descrevê-lo com palavras. Tinha uns olhos cor mel e uns lábios carnudos pintados de cor framboesa. Ele quis sair do carro e lhe apagar o pintalabios com um beijo. Seu cabelo era uma massa de cachos castanho escuro que lhe caía sobre os ombros. Pela primeira vez desde fazia bastante tempo, Chase se encontrou fisicamente alterado pela beleza de uma mulher. Tomou uma profunda baforada de ar e repensou. Era um homem de trinta e quatro anos e sangue ardente e não havia nada de mau em reagir ante um estímulo visual, mas não podia permitir que u ...

par de pernas maravilhosas e uma cara impressionante lhe sorvessem o miolo. Só tinha que lembrar do último ano na Universidade e de Íris Nelson. Lembrar-se de Íris lhe devolvia o sentido comum. Suspirou profundamente e voltou a olhá-la antes de dar marcha atrás com o carro e rodear ao caminhão. Assim que entrasse no restaurante, tomaria uma taça de café bem carregado. Embora lhe teria gostado não dar-se conta de que ela não levava anel de casada, o qual lhe tinha alegrado mais do devido. Jessica Claiborne sorriu e jogou uma olhada a sua loja. Já estava preparada para a inauguração ao dia seguinte pela manhã. Tinha passado o dia confirmando que tudo estava em ordem e tinha contratado a dois estudantes para que repartissem folhetos publicitários pela zona. Como pretendia que todos seus produtos se fizessem no dia, tinha chamado ao hospital infantil para lhes doar tudo o que não se vendesse ao dia seguinte. Além disso, também tinha assinado um contrato com um par de hotéis da cidade e umas cafeterias para lhes subministrar a confeitaria que necessitassem. Olhou pela cristaleira. Era um dia precioso de princípios de outubro. Tudo ficou colocada na segunda-feira e essa manhã tinham ido pintar o nome da loja na cristaleira. Tinha-a chamado Desejos Irresistíveis e lhe estaria eternamente agradecida a sua avó por conseguir que seu sonho se fizesse realidade. Sempre sentia uma grande tristeza ao lembrar-se da avó que tinha adorado e da herança que lhe tinha deixado ao morrer no ano anterior, justo o dia que ela fazia vinte e cinco anos. Esse dinheiro lhe tinha permitido deixar o exaustivo trabalho de advogada mercantil em Sacramento e cumprir o sonho de pôr sua própria confeitaria. Cheirou a chocolate recém feito. Já tinha tirado uma fornada de bolos, mas o que mais lhe tinha gostado de tinha sido fazer umas bolachas de chocolate para repartir entre seus vizinhos como desculpa pelas moléstias que lhes tinha ocasionado com a mudança. ...

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