Livro: Um Segredo de Mulher Página 5

... sabilizada pelos incidentes na taverna? Mas não tem culpa dos desmandos e galanterias dos Falcon. Catie levantou os olhos. Anthony estava diante dela, do outro lado do poço. Não usava a jaqueta e tinha a camisa branca manchada de sangue. - Sr. Falcon! Está ferido? Venha, posso fazer um curativo lá na cozinha. - Não é nada, menina. E, por favor, meu nome é Anthony. Não quero que me chame de sr. Falcon. - Está bem, Anthony. Suas roupas estão rasgadas! Veja em que estado ficaram! - Isso não tem importância. Eu temia que você não viesse até aqui. - respondeu ele, tomando-a nos braços. Catie estava eufórica. Anthony Falcon havia voltado para vê-la. - Você enfrentou Zeb por minha causa, Anthony. Por que fez isso? - Meus avós me ensinaram a defender as damas em quaisquer circunstâncias. - Mas por que brigou por minha causa? - Porque achei correto fazê-lo. Você é uma moça linda, e parece mais bela ainda à luz do luar. - Não sou tão bonita assim. Meus olhos são cinzentos, apesar de alguns acharem que são azuis. Além disso, meu corpo é reto, e meu rosto, redondo demais. Todos dizem isso. - Pois todos estão errados. Você é uma linda mulher. - Mas eu. - Escute-me, menina - interrompeu-a Anthony, acariciando-lhe o rosto -, as flores mais belas são as mais raras. As belas palavras fizeram-na sonhar mais uma vez. Era um momento eterno, como o cintilar das estrelas. Catie suspirou e, voltando à realidade, advertiu: - Nós não podemos ficar aqui. Alguém da taverna pode nos ver. \\"Alguém como o sr. Ben Hazard\\", pensou Catie. Anthony sugeriu: - Venha, Catie, vamos até o estábulo. Catie deu-lhe a mão, envergonhada. Afinal, Anthony Falcon era um cavalheiro bem diferente dos frequentadores da taverna. Ele havia enfrentado o arruaceiro Zeb e lutado por ela. Por que desconfiar desse homem? Os dois se dirigiram ao estábulo, poucos metros adiante. - Fui criada em uma fazenda, Anthony. Quando estou cansada do burburinho da ...

taverna, costumo vir até aqui para compartilhar alguns momentos com os animais. O sr. Freeman, o cavalariço, me conhece. Catie abriu a porta. Um cheiro agreste de forragem os envolveu. Lá estavam os cercados das ovelhas e, ao lado, o dos cavalos. - Qual sua idade, Catie? - Dezessete, mas estou trabalhando em Newport desde a primavera passada. - Sou sete anos mais velho que você. Gostaria de ter sua juventude. - Você é tão jovem! - Fui, mas sete anos atrás - brincou ele. - Amanhã estarei embarcando para a Inglaterra. Depois de anos de luta pela coroa contra os franceses, meu avô decidiu condecorar-me com um cargo na armada real. Londres me espera. - Londres? E quando voltará? - perguntou Catie, angustiada. - Não sei. Essa resposta está nas mãos de Deus. Um, três, dez anos. Não sei - disse ele, melancólico. - Estou certa de que você vai voltar, Anthony. Não fique triste. - Um militar não dispõe de sua própria vida. Um bom soldado deve estar na frente de batalha ou onde ordene o seu rei. - Mas isso é tão triste. - murmurou Catie, contendo as lágrimas. - Não sei como suporta essa situação. - Você poderá tornar meus dias menos penosos, querida - respondeu Anthony, acariciando seus lábios. - Como? - Eu poderia levar uma lembrança sua. Ela o beijou. Foi um beijo doce, prolongado, para que Anthony se recordasse no fragor das batalhas. A mágica do momento foi quebrada pelo forte gosto de rum. Estaria Anthony embriagado? Haveria sinceridade em suas tristes palavras? Anthony a estreitou entre os braços, e a sensação de dúvida foi diluída pela paixão. As mãos ágeis e sensuais de Anthony se insinuavam entre suas pernas. A sensação forte e a intimidade sugerida por seus beijos não deixavam lugar a dúvidas. Catie tentou resistir: - Assim não, Anthony. Não devemos. Por favor. - Sim, querida. Vamos, você vai gostar, eu prometo. Catie lutou, tentou evitar, mas foi inútil. Anthony, o cavalheiro que havia se colocad ...

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