Livro: Um Segredo de Mulher Página 3

... culpas. Catie ficou pálida. Aquilo geraria problemas, na certa. A mão forte e carinhosa de Anthony impedia-a de avançar. - Vamos, Catie! Depois do expediente, você encontrará tempo para fazer o que quiser com esse janota. Trate de trazer o nosso rum! - berrou Zeb Harris. Catie percebeu o corpo de Anthony se retesar em alerta. Ele voltou-se para Zeb e, com olhos frios e duros, advertiu: - A srta. Catie não está disposta a continuar ouvindo insultos. Homens como você não merecem a atenção de uma dama. Zeb se levantou, enfrentando-o. Fez-se silêncio na taverna. Os clientes aguardavam ansiosos, o desenrolar do conflito. O marinheiro se aproximou e, fitando Anthony de cima a baixo, provocou: - Catie Willman não é uma dama. É apenas uma garçonete paga para fazer o que mandam. E não meta o nariz onde não é chamado. Vá cuidar de sua vida, seu idiota. Senão, me verei obrigado a dar-lhe um soco. Anthony manteve a fisionomia altiva, aceitando o desafio. - Suas maneiras vulgares não me intimidam. Quero ver se tem coragem de cumprir suas tolas ameaças. Catie, de pé entre os desafiantes, percebeu que os homens estavam a ponto de chegar às vias de fato. Os dois tinham quase dois metros de altura, mas Anthony, com sua roupa impecável, parecia um cavalheiro diante do rude linguajar e da tosca aparência de Zeb. O marinheiro, conhecido por sua habilidade com a faca e por seu génio irascível, a todos atemorizava. Mas os Falcon não temiam bravatas. Os dois primos de Anthony, ao intuir o rumo dos acontecimentos, se levantaram e tomaram posição de defesa. Os presentes subiram nas cadeiras e formaram uma roda para assistir ao embate que se delineava. - O senhor não deveria se arriscar tanto, sr. Falcon - disse Catie em um sussurro. - Estou apenas defendendo a honra de uma dama. Não se preocupe. - Escondendo-se atrás das saias da garçonete, seu covarde? - desafiou Zeb, gargalhando. - Afaste-se, minha jovem. Isso não vai durar mais que um mi ...

uto - disse Anthony, tirando a jaqueta azul e arrumando-a sobre uma cadeira. - Sr. Falcon. Zeb é um sujeito perigoso. - Anthony. Para você, apenas Anthony. - disse ele, conduzindo-a para um lugar seguro, junto aos fregueses, que ansiavam por ver a briga. - Anthony? Esse é seu nome, gracinha? - ironizou Zeb, com um sorriso malévolo. Com o canto dos olhos, Catie viu Ben Hazard se aproximar, nervoso, ao centro dos acontecimentos. Todos na taverna recordavam a destruição e o prejuízo causado durante a mais recente briga de Zeb. A repercussão de uma desavença entre marinheiros bêbados e um grupo de rapazes elegantes de Newport poderia prejudicar os negócios. - Cavalheiros, cavalheiros, por favor! - exclamou Ben, levantando os braços, em gesto generoso e conciliador. - Talvez possamos resolver essa pendência de uma forma pacífica e civilizada. Anthony voltou-se para Ben, desconcentrando-se. Foi o tempo suficiente para que o punho de Zeb voasse em direção a seu rosto. Zeb era rápido, mas Anthony tinha bom reflexo. O soco atingiu o vazio, e Zeb, desequilibrado, foi ao chão. Anthony pulou sobre seu peito e, quando quase o subjugava, um dos amigos do marinheiro golpeou-o nas costas com uma cadeira. O conflito se generalizou. Os primos Falcon entraram no combate. Socos e pancadas, entremeados por gritos e insultos, ressoaram na taverna. Garrafas e pratos começaram a voar para todos os lados. - Catie, venha para cá! - gritou Rebecca. - Vamos, rápido! Por aqui! As duas, agachadas em um canto sob o balcão, conseguiram proteger-se da balbúrdia reinante. - Zeb e seus marinheiros vão acabar com Anthony e seus primos - comentou Catie, amargurada. - Não se preocupe, Catie. Os Falcon sabem se defender. Eles vieram até aqui em busca de aventuras. Estão se divertindo a valer. Você verá. As palavras da colega não a convenceram. Angustiada, Catie imaginou como estaria o belo rosto de Anthony Falcon. - Você também é muito ousada, Catie. O que ...

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