Livro: Amor Esquecido
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... Carole Mortimer Título original Forgotten Lover Bianca 246 Mais uma vez, angustiada, Velvet começou a repassar os momentos mais importantes de sua vida. Como um filme, os quadros foram se sucedendo. O namoro com Anthony, o casamento, o desastre que matara seu marido, até que. Ali, ali naquele ponto havia um branco, como uma foto não revelada e irremediavelmente perdida. Um vazio angustiante no tempo, que agora aquele homem de olhos azuis penetrantes dizia ter ocupado, numa semana de amor intenso sob o sol da Flórida. A mente de Velvet não trazia nenhum registro de Gerald Daniels, mas então como explicar a sede que seu corpo sentia por ele? Digitalização: Simone Ribeiro Revisão: Crysty CAPITULO I Mais uma vez Velvet posou diante da câmera, o sorriso forçado pelo sol forte e a terrível impressão de que a maquilagem lhe escorria pelo rosto. Tinham atraído uma boa quantidade de curiosos desde o momento em que Paul armara seu equipamento fotográfico na praia de Fort Lauderdale, a cidade de veraneio a trinta quilômetros de Miami. Ainda bem que não haviam escolhido fazer as fotos em Miami. No único dia que passaram lá, a praia estivera superlotada. Agora, mesmo naquela praia isolada, eles continuavam atraindo muita gente, principalmente homens, que observavam com interesse as poses em trajes de banho que ela e Carly faziam diante da câmera do fotógrafo. Os biquínis da coleção, muito cavados, é que faziam mais sucesso, chegando mesmo a provocar alguns assobios da platéia. Apesar da pouca roupa, era quase impossível suportar o calor aci¬ma de trinta graus. Para Velvet, acostumada ao tempo ameno da In¬glaterra, aquela alta temperatura era desconhecida e sufocante. Ela não via a hora de acabar com a sessão de fotos, vestir um de seus pró¬prios biquínis e mergulhar naquele mar tão azul. Certamente Fort Lauderdale merecia sua fama. O povo era amável, as praias maravilhosas, com palmeiras balançando suas longas folhas ao v ...

nto, areias brancas e finas, ondas suaves. Inúmeros hotéis, em edifícios muito altos, beiravam a orla, do outro lado da avenida, pin¬tados em cores claras e alegres e oferecendo uma vista sensacional de seus apartamentos. Os três estavam hospedados num desses hotéis. Hoje era o primeiro dia de trabalho. A véspera fora reservada para se recuperarem do longo vôo através do Atlântico. Velvet não estava preparada para suportar o calor e, nem bem saía do conforto do ar-condicionado do hotel, sentia-se suada por causa da umidade do ar. O maio grudava à pele, a maquilagem empastava, a energia fugia de seu corpo. E tudo isto antes de realmente começar a trabalhar! Aquela última hora tinha sido um tormento, cada troca de roupas demorava mais do que a anterior, seus movimentos mais lentos e pesados. — Não posso mais, Paul — queixou-se, retirando o elegante chapéu de palha, complemento do último traje que vestira. — Por hoje chega. Paul baixou a câmera e olhou-a com seu jeito de garotão, apesar de ter trinta e dois anos. Ele era magro e elegante, os cabelos loiros compridos, os traços delicados quase femininos. Como passava a maior parte de seu tempo lidando com mulheres, tinha, muitas vezes, maneiras efeminadas, o que provocava comentários maliciosos de pessoas que invejavam seu talento. Mas Velvet sabia que estes comentários eram infundados. Paul e Carly, a outra modelo, estavam vivendo juntos há mais de um ano. — Mais um pouco só — encorajou ele. — Depois poderemos parar por hoje, certo? — Sim — concordou ela, e recolocou o chapéu, certa que devia estar horrível, com a cara cheia de manchas vermelhas, tão diferente de sua aparência habitual. Carly, sentada na areia, gritou para Paul. — Eu já posso trocar de roupa? — Sim, você já está livre — ele falou; de olho no visor da câmera. — Que bom, ser tão desejada! Paul não tomou conhecimento do comentário irônico, toda a atenção centralizada em seu trabal ...

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