Livro: Sedução no México Página 2

... ervas, porém, estava determinado a aproveitar o que pudesse daquela maldita lua-de-mel solitária. O que merecia, por ter sido tão idiota, era um bom chute no traseiro e.não uma viagem como prêmio de consolação! Por outro lado, além de a universidade já ter providenciado um substituto, a última coisa de que ele precisava era ficar esbarrando com Geórgia e seus amigos pela cidade. Todos eles, aliás, deviam estar até agora rindo à custa do pobre paspalho apaixonado que quisera casar-se com uma garota que dissera amá-lo: ele, o bobalhão, que não só dera crédito a coisas ditas na cama como pensara que, ao sugerir uma viagem aos trópicos para janeiro, ela estivesse lhe dizendo sim. Bem, não era tão velho a ponto de já não poder aprender com os próprios erros. Durante dois meses agira como tolo por causa de uma jovem, líder de torcida com rosto de anjo e cabeça de vento, e agora gozava férias forçadas, mas nem por isso menos necessárias. Só gostaria de ter feito reservas em um lugar menos dirigido a casais, no qual um desacompanhado não destoasse tanto. Chapéu Panamá também estava sozinha. Ela havia chegado ao hotel um dia depois dele e já por duas vezes o maitre quisera sentá-los à mesma mesa, no único salão de refeições do hotel. A impressão que se tinha era de que os funcionários haviam recebido ordens expressas de unir aos pares todos os solitários. Mesmo que estes tivessem antipatizado entre si desde o início. Uma brisa fresca soprou do mar, amenizando os efeitos do sol escaldante, e Gardiner Gentry sentiu que mais um pouco da tensão que trouxera consigo o abandonava. Ora, que diabos. havia mulheres por toda a parte e o truque era ignorá-las, ou fingir que eram asse¬xuadas. Tendo se criado numa casa onde só havia homens, trabalhado numa área exclusivamente masculina até entrar para o Exército e então ter cursado uma faculdade onde predominavam rapazes, para depois ir lecionar numa das poucas universidades não- ...

istas que ainda existiam, ele se sentia tão à vontade na companhia de mulheres quanto na de cobras e jacarés. O fato de ter sido bastante gago até os vinte anos de idade também não facilitara suas tentativas de contato com o sexo oposto. Aliás, ele ainda gaguejava um bocado, sempre que algo o deixava nervoso. Talvez fosse esse o motivo de ter se dedicado à matemática. Os números e suas regras eram lógicos e imutáveis, ou ao menos assim lhe pareciam. Gardiner tentou concentrar a atenção na paisagem exótica que o cercava, na cerveja gelada que bebia. em qualquer coisa que não um certo par de enormes olhos escuros e um certo corpo esbelto e sedutor cuja mera visão bastava para fazê-lo suspirar. Isso para não falar no riso baixo e sensual que vez por outra irrompia, e que causava nele uma reação física totalmente absurda para a situação. Munido da cerveja, do mais novo livro de mistério de seu autor preferido e de um ar impassível, seguiu em direção a seu recanto preferido como se não tivesse notado a bela desconhecida no meio do caminho. Com todos os diabos, ele pagara bem caro para estar ali e de modo nenhum permitiria que uma mulher de pernas longas e nariz empinado o forçasse a ficar trancado sozinho num quarto abafado, ouvindo o ronco do ventilador de teto. Não estava com medo dela. Não estava sequer interessado nela! Daisy suportou o quanto pôde. Suando sob a grossa camada de filtro solar, ela bateu palmas para limpar as mãos da areia fina que insistia em grudar-se a tudo e apanhou seu livro, sua bolsa e a toalha de praia. — Oh, você não está indo embora, está? — protestou a ruiva sentada a seu lado. — Eu queria apresentá-la a Joey, Pete e toda a turma. Eles são o máximo, mas na última hora a garota de Pete não pôde viajar, então ele veio sozinho. Imagine, com vinte e cinco anos já dirige uma Ferrari e é dono de um maravilhoso condomínio em Aspen! Aquela jovem começara a falar no instante em que se sent ...

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