Livro: Um pedaço de paraíso
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... Deddie Macomber Sabrina nº 539 SOME KIND OF WONDERFUL © 1988 Debbie Macomber Originalmente publicado pela Silhoutte Books, Divisão da Harlequin Enterprises Limited UM PEDAÇO DE PARAÍSO © 1989 para a língua portuguesa EDITORA NOVA CULTURAL LTDA. Tradução: William Graham Clark Esta obra foi composta na Editora Nova Cultural Ltda Impressa na Divisão Gráfica da Editora Abril S.A. Este livro faz parte de um projeto sem fins lucrativos. Sua distribuição é livre e sua comercialização estritamente proibida. Cultura: um bem universal. Digitalização: Palas Atenéia Revisão: Edna M. John, anjo ou demônio, amigo ou amante? De olhos semicerrados, ocultando sentimentos fortes, John McFarland observava Judy, a mulher que trouxera para a ilha com o objetivo pouco honesto de roubar-lhe a empresa de navegação. Não contava com aquele desejo irrefreável, que aos poucos o envolvia, de tomá-la nos braços, beijá-la até enlouquecer e enlouquecê-la de prazer. Como completar seu projeto cínico se já não era a fera que todos temiam e já nem queria aquela empresa se o preço fosse o ódio? CAPITULO I — Era uma vez, numa terra distante… — Judy Lovin enunciou num tom de voz calmo e reverente. Rostos atentos de criancinhas entre quatro e cinco anos, reunidas a seus pés, fitavam-na com os olhos arregalados de curiosidade. Não se ouvia um único sussurro enquanto Judy continuava a relatar o conto de fadas que a comovera tanto ao ouvi-lo pela primeira vez, na infância. Era a história de A Bela e a Fera. Mas nesse dia os pensamentos de Judy não se concentravam no conto, que ela seria capaz de recitar de cor. Por mais que tentasse focalizar a atenção no trabalho, não conseguia. Discutira com seu pai pela manhã, e a troca irritada de palavras a abalara muito. Discordar do pai, a quem amava e respeitava profundamente, era raro. Charles Lovin era um homem franco e decidido, que ...

dirigia uma das mais prósperas companhias de navegação do mundo. No escritório era considerado um tirano, exigente, mas justo. Em casa, com a família, era um pai bom e generoso para Judy e seu irmão mais velho, David. Naquela manhã Charles, irritado, tremia visivelmente a mão enquanto tomava uma xícara de chá no café da manhã. — Você passou todos estes anos freqüentando as melhores escolas, Judy! E agora prefere trabalhar como professora da pré-escola numa creche! — dissera, como se ela trabalhasse numa colônia penal, e não num lugar aprazível no lado leste de Manhattan. — Eu adoro o meu trabalho, pai. — Você poderia escolher qualquer trabalho que quisesse! — alertara ele, furioso. A explosão de seu pai surpreendeu Judy, mas ela respondeu calmamente: — Trabalho exatamente naquilo que eu gosto. Ele bateu a palma da mão na mesa, assustando-a. Era um comportamento inusitado na família Lovin. Até David se espantou. — De que adiantam minha fortuna e posição se você insiste em trabalhar lá? — esbravejou ele. — Bela, por favor… — E usou o nome afetivo pelo qual costumava tratá-la. Judy gostava tanto de contos de fada, quando era pequena, que seu pai a apelidara com o nome da princesa da história de A Bela e a Fera, o conto de Madame Leprince de Beaumont. Naquela manhã, contudo, Judy não se sentia como uma princesa. Por que seu pai a estava tratando dessa maneira?, perguntava-se, enquanto tomava um gole de chá. Preferiu não responder, esperando que o assunto caísse no esquecimento. Ambos, pai e filha, tinham um temperamento delicado, assim como a mãe, que morrera inesperadamente quando Judy era ainda menina. O relacionamento entre Charles e Judy estreitou-se mais depois do triste acontecimento. Mesmo durante os anos mais rebeldes da adolescência, os dois quase nunca discutiam, muito menos sobre um assunto tão trivial, como o emprego dela. Formada na melhor universidade do país, Judy trabalhava como volun ...

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