Livro: Paixão Selvagem
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... Digitalização: Afrodite Resumo: – Você é um monstro, Ryan Trevelyan. Eu não faria amor com você nem que fosse o último homem sobre a terra! – gritou Melissa, enfurecida. Mas logo se arrependeu de sua arrogância, pois Ryan poderia levar sua mãe à ruína. E foi o que ele ameaçou fazer, caso Melissa não se mostrasse submissa. Era uma situação terrível; embora o considerasse um homem sem princípios, um aproveitador, Melissa tremia de desejo cada vez que Ryan se aproximava dela. Mas, por mais que o desejasse, ela não podia concordar com um jogo sórdido como aquele. E agora? O que seria dela e de sua pobre mãe? Capítulo I – Precisa de ajuda? O barulho do vento era tão forte que Melissa mal pôde ouvir. Virou-se, desperta daquela apatia provocada pelo frio e viu um estranho tão próximo, que podia sentir sua respiração. – Eu perguntei se você precisa de ajuda? – Mesmo que me ajude, não vou conseguir ir muito longe. – Você devia ter um pouco mais de bom senso para não se aventurar numa noite como esta. Aposto que foi por causa de alguma garota. Melissa conteve um grito de indignação. Então aquele homem pensava que ela era um rapaz? Vestida daquele jeito e com um tempo daqueles, seria difícil notar a diferença. Como ela não respondeu, o estranho continuou falando, agora quase gritando por causa do barulho do vento. – Teria sido melhor ficar em casa com a garota, tomando um drinque ao lado da lareira. – Essa pode ser a sua opinião. – Mas afinal, o que foi que houve? – ele insistiu. – Um pneu furado. – E então? – Tentei trocá-lo. – E daí? – Bem, não consegui. – Ah, entendo. Foi o tempo que atrapalhou? – Eu não sabia se trocava o pneu primeiro ou se buscava ajuda. – Você mora por aqui? – Perto da vila. – É muito longe para ir a pé, e eu não pretendo enfrentar mais dez quilômetros nesta estrada. Venha comigo. Posso arrumar uma cama para você; não garanto que sej ...

muito confortável, mas é melhor do que ficar aqui. Melissa não tinha outra alternativa, por isso aceitou o convite. Não estava certa da direção que tinham tomado, mas também pouco importava. Nunca tinha sentido tanto frio em sua vida, embora por dentro estivesse fervendo de raiva. Como é que aquele homem se atrevia a tratá-la daquele jeito? Mesmo não sabendo que ela era mulher, parecia insolente demais. Mas na primeira oportunidade ele receberia seu troco, pensou consigo mesma. Passada a raiva, achou infantil a sua reação, ainda mais agora que a neve caía intensamente. Que loucura tinha sido ir à cidade numa noite como aquela! Ventava forte e a escuridão era total. Os limpadores de pára-brisa mal davam conta da neve que se acumulava cada vez mais, atrapalhando a visão. Já fazia seis anos que estivera ali, mas ainda lembrava que era sempre preciso se prevenir contra o mau tempo em Cornualha. Embora ainda com neve na roupa, Melissa não estava muito molhada. O que lhe teria acontecido se aquele homem não tivesse aparecido? Depois de algum tempo, estacionaram perto de uma casa. Tudo o que ela conseguiu ver foi uma porta enorme. – Saia! – ordenou ele bruscamente. Quando viu que Melissa não conseguia abrir a portado carro, acrescentou: – Deixe-me ajudá-lo. – Estendeu o braço para destravar a porta, comprimindo-o contra os seios de Melissa. – Agora pode sair – disse ele. Melissa desceu do carro e afundou na neve até os joelhos. Sem conseguir ver quase nada, seguiu, para dentro da casa. Pensou, apreensiva no que ele iria dizer quando descobrisse que ela era mulher. Passaram por uma cozinha bem ampla e foram para a sala de estar; Melissa não pôde resistir e foi correndo para perto da lareira. No momento tudo o que queria era se aquecer naquele fogo. Parecia não haver mais ninguém na casa além daquele homem, mas com certeza ele não morava ali, sozinho, pois a casa era grande demais. – Suas roupas estão molhadas? – pergu ...

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