Livro: A vingança - Miranda Lee Página 3

... sempre prevaleça, ainda mais no caso de uma esposa, pensou. Ele já havia, lamentavelmente, estragado Dominique desde que ela se tornara a senhora Charles Brandon. Ele gastou uma pequena fortuna com estilistas de moda durante os quinze dias em que estiveram em Paris, e um outro tanto com sapatos italianos feitos a mão, incluindo os acessórios, durante a estada deles em Roma. Mas isso já fazia parte do passado. Agora que a lua-de-mel estava terminando, ele realmente tinha que começar a rotina diária do casamento uma vez que queria continuar casado. E isso significava continuar jogando pôquer toda sexta à noite. — Muito pelo contrário, minha querida — disse Charles com um sorriso irônico enquanto se desviava dela. — Energias sexuais redirecionadas podem ser muito eficazes. A frustração dá ao homem uma vantagem. É por que os lutadores de boxe se abstêm na noite anterior à luta. Eu garanto que vou ganhar na mesa esta noite, e quando eu finalmente chegar em casa, você, meu amor, ganhará também. Agora, pare de tentar me seduzir, mocinha. Cubra-se com um lençol até que eu saia daqui. Seu corpo pode ser uma arma letal. Ela riu, rolou na cama ficando de costas novamente. — Será? — É melhor, eu acho. — Ela de costas era tão tentadora quanto de frente. Ele gostava da maneira como a coluna dela se curvava ao longo de suas costas esguias, afundando em sua cintura pequenina antes de desaparecer entre as suas curvas. Como todo o resto dela, não via nada de infantil no bumbum de Dominique. Era exuberante, empinado e perfeito. Uma tentação das mais diabólicas. Charles sabia que ele não era o tipo de homem que maioria das mulheres cobiçavam. Nunca havia sido. Na adolescência, as garotas não olhavam para ele duas vezes. Ele não se saíra melhor depois dos vinte anos. Claro que, quando ele se tornou um homem muito rico, era surpreendente a quantidade de garotas bonitas que o achava irresistível. Embora sua aparência tivesse mel ...

orado com a idade, ainda assim não se podia dizer e era um homem bonito. Não como o seu pai havia sido bonito. Ou Rico. Eles sim eram astros de cinema. Por esse motivo, Charles sempre desconfiava de que as mulheres se interessavam por seu dinheiro e não porque se sentiam naturalmente atraídas por ele. Sim, o espelho dizia isso a Charles todas as manhãs enquanto ele se barbeava. Ele era agora um homem razoavelmente atraente, seus dotes físicos eram a sua altura, a sua boa forma e aquele gene hereditário, a garantia de que nunca perderia sua vasta cabeleira na cor castanho-escuro. Não havia calvície na família Brandon. Claro que Charles concordava que o sucesso financeiro havia influenciado o seu comportamento atual. Alguns jornalistas o descreviam como impressionante e imponente outros o consideravam implacável e arrogante. Ele realmente não se importava com o que escreviam e diziam a seu respeito, ou até com o que o espelho lhe dizia. Tudo o que interessava era o que Dominique via quando olhava para ele. Sem dúvida, ela o achava bastante atraente. Muito atraente, de fato. Ela confessara na noite do casamento que a sua primeira emoção quando o encontrou foi tê-lo achado muito sexy. Charles podia ainda relembrar da intensa emoção que o consumiu quando ele se viu frente a frente, pela primeira vez, com a sua futura esposa. Rico insistiu que era somente cobiça, mas ele pensava diferente. Sabia que era amor à primeira vista. Isso aconteceu na festa de Natal da empresa, há apenas cinco meses. Dominique havia começado a trabalhar na cervejaria Brandon naquela semana, após ter se mudado de Melbourne para Sydney. Eles não haviam se encontrado antes da festa, embora ele soubesse da sua nomeação para o departamento de Relações Públicas. Ele tinha visto — e aprovado — o currículo dela. Ele sabia que ela tinha vinte e oito anos, havia nascido na Tasmânia, não tinha estudado em escolas caras, tampouco em uma excelente universi ...

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