Livro: Amor Selvagem Página 2
Autor - Fonte: Elizabeth Lane
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era insuportável.
A contração passou e Carol, exausta, apoiou a cabeça no travesseiro. Estava tão branca quanto a fronha. Do¬novan deixou-a e foi até a varandinha em frente da ca¬bana. Precisava ficar a sós por uns instantes para refletir. A neve rodopiava escondendo os troncos dos álamos ao redor da cabana. Mesmo firmando a vista, ele mal podia distinguir os picos das montanhas na luz do en¬tardecer. E se Annie houvesse se perdido ou caído num precipício? Uma onda de pânico o dominou. Com as mãos em volta da boca, gritou:
— Annie! Annie!
A única resposta foi o eco da própria voz vindo dos penhascos. Donovan tentou dominar o medo. Estava ner¬voso demais. A sobrinha tinha crescido em Miner\'s Gulch e conseguiria voltar para casa com os olhos vendados. Com certeza, ela custara a encontrar a parteira ou esta estivesse ocupada e não pudesse vir logo.
Donovan tinha visto a parteira só uma vez, na última visita dela a Carol para verificar seu estado. Ele não ficara bem impressionado. Tratava-se de uma mulher ainda jovem, com óculos tipo pincenê e cabelos puxados para trás e presos num coque à nuca. Ela falava com sotaque ianque, fato estranho numa localidade onde a maioria dos habitantes era sulista. Ao ser apresentada a Donovan, ela não havia levantado o rosto e virado-o tão depressa que ele não tivera a oportunidade de observar-lhe as feições.
Mesmo assim, algo nela havia lhe chamado a atenção. Tentava localizá-la na memória, mas não conseguia. De¬via ser imaginação sua. As crianças a chamavam de miss Sarah Parker. Quando não estava ocupada fazendo partos, ela mantinha uma escola em seus aposentos alugados em cima do armazém. Ele conhecia bem o tipo caritativo e religioso.
A porta abriu-se deixando passar a luz do interior para a varandinha enquanto a voz de Katy interrompia-lhe os pensamentos.
— Tio Donovan, mamãe precisa do senhor. Venha depressa.
O bebê! Ele entrou correndo e lutando contra o medo.
— Sente-se
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ao lado de seu irmão e me avise se ouvir alguém chegando — disse ele a Kathy.
Passou para trás da cortina e viu Carol retorcendo-se de dor.
— Está na hora. Preciso de Sarah — balbuciou ela.
— Sarah ainda não chegou. Você vai ter de se contentar comigo. Diga o que devo fazer — pediu ele enquanto rezava para ter coragem.
— Naquela arca ali no canto, há uma trouxinha bem em cima. Vá pegá-la.
Donovan encontrou-a e a abriu nos pés da cama. Dentro, havia panos limpos, barbante, uma faquinha e um frasco de uísque. Percebeu logo a utilidade de tudo, menos da bebida. Seria para limpeza ou para Carol tomar um gole no auge da dor? Ele mesmo estava precisando de um.
— Depressa — murmurou a irmã.
Ele a descobriu e forrou a parte baixa de seu corpo com um pano.
— Donovan, está. vindo! — disse ela ao agarrar-lhe o braço.
— Segure-se com firmeza e faça força.
Carol obedeceu até o rosto contorcer-se com o esforço.
— Isso mesmo! Você vai conseguir! — Donovan tentou estimulá-la.
Com um soluço, ela largou a cabeça no travesseiro.
— Não aguento mais. Algo está errado — gemeu ela.
— O quê?!
— Não sei. O parto das outras crianças foi tão fácil e. — Carol abafou uma exclamação ao ser tomada por outro espasmo de dor. Mais uma vez e em vão, tentou dar a criança à luz.
Morto de medo, Donovan massageou-lhe as mãos. Se não fizesse a coisa certa, a irmã e o sobrinho morreriam.
Maldição! Onde estaria a parteira?
Curvou-se e passou a mão pelos cabelos da irmã. Lembrou-se de como Carol, ele e Virgil, o irmão mais novo, tinham sido sempre muito amigos. Virgil havia morrido em seus braços em Antietam. Mas por tudo que era sa¬grado, ele não perderia Carol também.
— Diga o que devo fazer — pediu numa voz rouca.
— Verifique a cabeça. Se não a encontrar. Se o bebê estiver virado, você terá de endireitá-lo — explicou ela com dificuldade.
— Está bem. Fique bem quietinha — disse ele, ap ...
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Comentários:
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Maryanne: Adorei, vale muito a pena ler.
A mulher é inteligente, forte e decidida. (Detesto mocinhas fracas e inseguras, rsrsrsrs)
O mocinho também é maravilhoso. Há paixão e uma tensão sexual bem legal de acompanhar...
É o melhor livro que já li por aqui..
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