Livro: As cores do amor Página 2

... a sacola. Estava se voltando para Greer para perguntar se ela também queria uma, quando notou um olhar divertido e um sorriso nos lábios sensuais do vendedor. O homem estava olhando para sua sacola. O que deveria estar pensando a seu respeito? Que era alguém que não cuidava de suas coisas? Como poderia saber que Geoffrey a puxara justamente quando estavam passando com o carrinho sobre uma poça de lama? Ela havia limpado o tecido da melhor maneira que pudera, mas assim mesmo a linda estampa, igual à de seu casaco, havia ficado manchada. Teria voltado para o carro e deixado a sacola no porta-malas, mas o problema era que os gêmeos precisavam dos itens a todos os instantes: mamadeiras de água, bolachas, lenços de papel e brinquedos! Assim que terminou de usar a sacola, Alice a colocou no chão. Mas era tarde. A bendita sacola havia deixado uma mancha enorme no assento de couro. Estava se sentindo deslocada como um peixe fora d'água naquela loja elegante. Não fosse pela insistência da mãe dos gêmeos, ela nunca teria se dirigido a Tasman. Preferia lugares mais simples e com melhor atendimento. A verdade era que estava exagerando em seu mau humor, Alice reconheceu. O vendedor não fizera nada a não ser trazer os sapatos, olhar e sorrir. Greer estava se comportando como um anjo e Geoffrey também não estava em seus dias de grandes traquinagens. Foi só quando Greer viu os sapatos pretos que o problema realmente começou. — Quero sapatos vermelhos! Como os de Ally. Alice percebeu o olhar do homem se fixar em suas botas vermelhas para depois deslizarem pernas acima até a cintura, onde o suéter havia subido devido aos movimentos. Ela se apressou a arrumá-lo. Um pouco sem jeito, tornou a mirar o homem. Ele tinha olhos azuis incríveis! Seu mecanismo de defesa a fez pegar Geoffrey no colo. Não era possível que fosse sua imaginação. Não era apenas ela quem sentira uma forte atração. O vendedor, enquanto esperava por suas instruções, a fitava ...

e um modo todo especial. — Ally, eu quero sapatos vermelhos! O bom senso voltou com o chamado da menina. Talvez devesse lhe fazer a vontade. Além da mãe não ter dito nada sobre a cor do sapato, o vermelho combinaria com muitas de suas roupinhas. — O senhor teria um modelo similar em vermelho? Assim que o homem se afastou, Alice suspirou longamente. O que era estranho, já que nem percebera que havia prendido a respiração. Seu olhar recaiu, então, sobre a mancha no sofá. Aquele seria o melhor momento para limpá-la, enquanto o vendedor não voltava. Abriu a sacola e apanhou um punhado de lenços de papel. Antes de começar a operação, porém, verificou os gêmeos. Geoffrey estava brincando com a pilha de caixas e Greer estava dançando diante do espelho, encantada com seu vestido novo. Retirada a nódoa, ela se levantou para jogar os papéis no cesto de lixo, atrás do balcão. Foi o suficiente para Geoffrey escapar. Quando o avistou, ele estava subindo uma escadaria. Começou a correr. Estava chegando ao primeiro degrau quando o vendedor saiu do depósito e também se assustou. — Escadas são perigosas! — Por que não diz isso ao dono da loja? — ela esbravejou. — A seção de sapatos infantis não poderia estar localizada em pior lugar! Até alcançar Geoffrey, Alice se entregou ao medo e à raiva. Com o menino seguro em seu colo, a atração voltou a dominá-la como se fosse uma imensa onda. Teve ímpetos de sair da loja imediatamente. Mas como poderia sair com sapatos apenas para Geoffrey? E quanto a Greer? Seria mais razoável de sua parte voltar para a seção de sapatos infantis e experimentar os modelos em vermelho. Encaminhando-se para lá, deparou com a garota deitada no tapete, distraída em arrancar um botão do sofá. — Greer, não! Fez a menina se sentar, entregou-lhe os sapatinhos e, enquanto ela tentava calçá-los, afivelou Geoffrey no carrinho. O menino começou a berrar. Foi então que ela se lembrou do pacote de ...

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