Livro: Sem Coração Página 3

... mais usavam hor¬mônios para o crescimento dos animais e aceitavam antibióticos apenas quando eram necessários, particularmente aqueles que preveniam desordens pulmonares bovinas. Não usavam produ¬tos químicos perigosos para controlar ervas daninhas ou pragas. Cy Parks apresentara a idéia de usar predadores de insetos para controlar muitas pragas e a sua sugestão fora aceita pelo grupo. A falta de substâncias venenosas nas plantas ajudara a aumentar as colônias de abelhas, essenciais para a polinização das culturas de grão e outros alimentos. Nenhum dos rancheiros do grupo ambientalista de Jacobs County criava gado para abate. Todos eram produtores de tou¬ros reprodutores, touros para rodeio, vacas e novilhas, que ven¬diam para melhorar outros rebanhos. Algumas vezes tinham problemas com produtores de carne para consumo, que que¬riam lucros mais imediatos. No passado, houvera lutas físicas durante conferências de gado, e Jason se envolvera numa delas. Gracie tivera que tirá-lo da prisão sob fiança e caíra na risada quando o vira, todo desarrumado e sangrando, sorrindo como um gato Cheshire enquanto saía da cela. Ele adorava uma boa briga. — Eu disse que a apanharei em vinte minutos — repetiu, quando ela não respondeu. — Certo. O que devo vestir? —Jeans e camiseta. Se formos com roupas de estilistas, os preços subirão pelo menos vinte dólares a cabeça muito antes de nos sentarmos. Não quero ser reconhecido. — Grande chance de não ser se chegarmos no seu Jaguar — comentou Gracie com a voz lenta. — Vou dirigir uma das picapes do rancho e usar roupas de trabalho — respondeu Jason com a mesma voz lenta. — Tudo bem, termino de limpar meus canteiros de flores mais tarde. — Como seja não tivéssemos o bastante desses malditos bulbos espalhados por todo o jardim da frente. Você está preparando o solo para plantar mais este outono, não está? E aposto que pe¬diu à Harcourt para replantar as jardineiras da varanda ...

Ele a conhecia bem demais. — São apenas amores-perfeitos. Vão durar até o fim do ou¬tono. E não plantarei bulbos até outubro. Mas ficam lindos na primavera, Jason. — Por que pago um jardineiro para fazer o trabalho externo? — Porque ele faz o trabalho pesado que a sra. Harcourt e eu não conseguimos — disse ela atrevida. — E agora vou desligar. — Não me faça esperar, mal conseguiremos chegar na hora como está. Fiquei preso por um acidente. — Você não se feriu, não é? — perguntou preocupada. Houve uma leve pausa. — Não — respondeu suavemente. — Eu não. Um dos meus caubóis foi pisado por um touro. Quebrou o pé, mas vai ficar bem. Ela deixou escapar a respiração que estava prendendo sem perceber. Jason era a vida dela, mas não sabia como ela se sentia sobre ele. De qualquer maneira, seria impossível. Ela jamais poderia fazer todas aquelas coisas com homens que as mulheres modernas faziam. Lembrava-se de sua mãe saindo do quarto, o sangue manchando sua camisola. Fez uma pequena careta. — Pensei que havia contratado um novo funcionário para participar dos leilões como representante do rancho, para com¬prar o gado para você. — E contratei, mas ouvi algumas coisas sobre ele que eu não gostei. Ele vai participar deste leilão e, assim, poderei ver por mim mesmo. — Ele vai reconhecê-lo. — Nas minhas roupas de trabalho? De jeito nenhum! Além disso, ele me viu apenas uma vez, sentado atrás de uma escriva¬ninha de terno e gravata. — Faça como achar melhor. Estarei pronta quando chegar. — Melhor que esteja mesmo ou eu mesmo a vestirei — advertiu. — Jason! Mas eleja havia desligado. — Sra. Harcourt, precisamos dizer a Manuel que termine de limpar estes canteiros para mim — disse ela enquanto subia a escada — Jason vai me levar a um leilão. — Tudo bem, querida — disse a mulher grisalha com um sorriso. Era alta e robusta, com olhos negros e um sorriso adorável. Trabalhava para a f ...

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