Livro: Contrato Nupcial Página 2

... o preciso nem esfregar as minhas meias no carpete primeiro. Está vendo? Ela provou o que dizia o cutucando.- Uma leve corrente elétrica percorreu o braço dele, o que fez com os pelos se arrepiassem. Ele se afastou dela e esfregou o local onde fora atingido. — Já disse para parar. Uma tristeza invadiu os olhos grandes e castanhos da menina. — Só estou brincando. Não quer brincar comigo? Será que ela não conseguia entender? Obviamente ele não queria brincar, pois já tinha 12 anos, praticamente um adolescente, enquanto ela não passava de uma criança. — Vá procurar Marco. Ele gosta dessas brincadeiras. Ariana apertou os lábios, com tristeza. — Não é a mesma coisa. Não consigo dar choques nele. Já até tentei. Só consigo com você. — Mas eu não gosto. Ela franziu o cenho, preocupada. — Machuca? — Não. Realmente, não machucava. Ele apenas sentia um desconforto, uma espécie de formigamento, que o deixava confuso. Mas, se ele dissesse que doía, talvez Ariana parasse com aquilo. — Dói um pouquinho. Então, não faça mais. Uma expressão de arrependimento surgiu no rosto de Ariana. Ela parecia prestes a chorar, o que fez com que ele sentisse uma ponta de culpa. Por ter sido criado com seus irmãos e primos, todos homens, exceto por Gianna, que também se comportava como se fosse um menino. Lazz não estava acostumado a lidar com meninas. Se você não gostasse de algo que um irmão ou primo fizesse, bastava esmurrá-lo até que parasse. Mas não ousava tratar Ariana da mesma maneira. Antes de mais nada, ela era muito pequena e parecia poder quebrar com um mero toque. E algum idiota lhe colocara um vestido cor-de-rosa, cheio de rendas e bordados. Além disso, usava meias enfeitadas e um par de sapatos pretos e lustrosos. Ela jamais conseguiria brincar vestida daquele jeito. Na verdade, quando parou para pensar, Ariana se parecia mais com uma boneca do que com uma menina. Talvez alguém devesse colocá-la em uma estante e ...

algum lugar, para que não se machucasse. — Ariana, venha até aqui, por favor. Lazz suspirou aliviado quando escutou a voz de Vittorio Romano. Perfeito. O pai daria um jeito nela, iria ficar com ela para que não se sujasse ou se machucasse. Ele esperou até que o homem a erguesse nos braços e fugiu. Deixando de lado seu livro de enigmas de lógica, juntou-se aos irmãos. Talvez, se ele ficasse perto de Marco, seu irmão gêmeo, Ariana os confundisse e importunasse o irmão, em vez dele. Ela abraçou o pescoço do pai e recostou a cabeça no seu ombro. — Ele não gosta de mim — ela disse. — Resolva isso, papai. Vittorio sorriu e olhou para o amigo, Dominic Dante, mas ficou surpreso ao constatar que ele não estava achando a menor graça da situação. — E você quer que eu faça Lazz gostar de você? — Sim. — Sinto muito, bambolina, mas as coisas não funcionam assim. — Fez um sinal para a babá da filha. — Vá brincar um pouco com Rosa agora ou peça a vovó Penélope para ler seu livro preferido da sra. Penny Winkle. Ela está no jardim, pintando ou escrevendo. Ariana não contestou o pai. Esforçou-se para parar de chorar antes de lhe dar um beijo em uma das faces. Por fim, lançou um último olhar triste em direçâo a Lazz, deu a mão a Rosa e foi embora. Vittorio voltou-se para Dominic, franzindo o cenho ao ver a expressão do amigo. — O que há de errado? Você não parece bem. Posso fazer algo para ajudar? Dominic sacudiu a cabeça. — Não, não há nada que possa fazer. Droga. É O Inferno — ele murmurou. — Meu Deus. Não é assim que acontece com adultos, mas aposto até o último diamante de fogo dos Dante que acabamos de ver como O Inferno começa. — Está falando daquela brincadeira boba de dar choques? Não seja ridículo, Dom. Ariana ainda é praticamente um bebê e Lazz é só um menino — Vittorio hesitou, procurando dizer o que pensava de maneira delicada. — Sei que já mencionou algo sobre o Infern ...

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