Livro: Um homem sem passado
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... Heken R Myers Série Desejo 95 NAQUELA NOITE, ELE DESVENDOU O MISTÉRIO DO AMOR. Ele surgiu na escuridão, como em um sonho - se bem que nos sonhos de Francesca Jones os estranhos não apareciam nus! \\"Johnnie\\" perdera a memória, mas reagia por instinto ao contato com a pele de cetim e ao toque das mãos delicadas de Francesca. Generosa, ela o acolheu e lhe ofereceu o coração, só que ele não tinha o direito de amá-la. Afinal, o que poderia lhe oferecer em troca, se nem ao menos sabia o próprio nome? Digitalização e Revisão: Camilla CAPÍTULO UM - Vamos dançar, Frankie? — Obrigada, Moose. Acho me¬lhor ficar longe desses seus pezinhos de bailarino. Já é tarde. Mais uma cerveja? Os quatro homens à mesa aceitaram prontamente. — Quero uma coisa depois da cerveja, Frankie — disse o homenzinho barrigudo de sorriso malicioso. — Que tal darmos uma volta em seu trailer? Estou mor¬rendo de vontade de ser rebocado hoje. — Não duvido, Howie — respondeu ela, trocando por um limpo o cinzeiro abarrotado. — Sua esposa também vem? Ele riu. — Não teria graça, meu bem. — Teria sim, eu gosto muito de Pru. Por outro lado, você detesta animais. Quem quiser ser rebocado em meu trailer tem de se dar bem com os meus bichinhos. — Era só o que faltava. Você vai acabar sozinha, menina. A menos que se contente com um desses caras subservientes que há por aí. Dando de ombros, ela começou a recolher as gar¬rafas vazias. — Meus bichos podem não ser bonitos nem inteli¬gentes como Lassie, mas com certeza são melhor com¬panhia que muitos bípedes que tenho conhecido ultimamente. Portanto, é melhor ficar a distância — sorriu ela. - Agora, com exceção de Howie, que vai tomar um café bem forte antes de ir para casa, quem vai querer a \\"saideira\\"? Tendo anotado os pedidos, retornou ao balcão. En¬quanto Benny, o proprietário do Two-Step, tirava as cervejas do refrigerador, Frankie separou as ...

latas e garrafas descartáveis destinadas ao contêiner de lixo reciclável. Quatorze meses antes, quando começou a trabalhar ali, ninguém se preocupava com isso. Aos poucos, conseguiu convencê-los ao menos a separar o alumínio do vidro. Uma vez por semana, tomava em-prestada a pick-up de Benny e levava o material re¬colhido a uma usina de reciclagem, na cidade vizinha. No final do mês, o lucro apurado era repartido entre patrão e empregados. - Desde que a madeireira fechou, a coisa piorou muito por aqui — resmungou Benny, colocando na ban-deja um copo de uísque e uma garrafa de água mineral. Frankie fez uma careta, mais pela aversão a limpar cinzeiros que devido ao comentário do patrão. A au-sência da clientela de lenhadores fazia-o agir como se estivesse à beira da falência. Ela, ao contrário, não sentie a menor falta daquela gente. - Ainda bem que se foram. Acabariam desmaiando a região — comentou, pensando no estrago que já haviam causado. — Um incêndio teria sido menos devastador. O proprietário olhou com impaciência para o teto. - Será que ao menos hoje você pode me poupar de seus discursos ecologistas? — gritou devido ao volume da mímica ambiente. — Por que não procura levar uma vida mais normal? Era a reação habitual. Frankie já não se aborrecia. - Minha vida é vida normal. Quê? Mora numa lata de sardinhas, vive recolhendo lixo e, como se não bastasse, cria répteis as¬querosos, aves selvagens e vira-latas pulguentos. — Por acaso eu critico a sua freguesia? — Eles nunca a molestaram. Pelo contrário, garan¬tem o seu salário. A vida que está levando não é nor¬mal. Você é bonita, jovem. Por que não se cuida? Já se olhou no espelho? Está definhando. — Quantas vezes terei de dizer que cinquenta e cinco quilos são o peso normal para minha altura? — Claro, claro! Em comparação com um tico-tico, pode-se dizer até que está obesa — ironizou ele, tirando uma caneca de chope. — Calma, B ...

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