Livro: A prova do pecado Página 4

... cemos a Deus por ter um irmão assim — Jess informou — mas vou avisando que ele não é nenhum santo, Lisa. É apenas humano. Com um olhar de suspeita, olhou para o noivo. — Você também é humano, não é, querido? — Pode apostar — David respondeu, sugestivamente. — É uma pena que minha religião não permita a poligamia. Eu me casaria com as duas irmãs. Lisa, que tinha uma tendência para entender tudo lite¬ralmente, arregalou os olhos, escandalizada. — Parem com isso! — Carla sorriu, divertindo-se. Marcus estava voltando, acompanhado de Peter Audley. Como havia muita gente no trajeto, atrasando-os, Carla aproveitou a chance e foi ajudar a mãe servir. — Querida, não é preciso — Gween dispensou-a. — Tenho Louise Dawn para me ajudar. Fique com os outros. — Meu lugar é ao seu lado — Carla rebateu com firmeza e um sorriso radiante nos lábios. Entretanto, por mais que ela se ocupasse, atendendo os convidados, sua atenção permanecia voltada para Peter Au¬dley. Depois que todos foram servidos, estava indo para a cozinha, quando foi barrada por ele. Peter Audley estava com duas xícaras de café nas mãos. Ele sorriu com benevolência. — Seu irmão sugeriu que talvez você gostasse de tomar um café. Tomei a liberdade de preparar o seu sem açúcar e um pouco de creme. Posso ter o prazer de sua companhia? Temendo ofender o convidado e desagradar a mãe, Carla concordou. — Naturalmente, obrigada. Foram para a varanda lateral e sentaram-se num pesado banco de madeira, quase escondidos dos outros. — Aqui pode não ser o lugar mais confortável da casa, mas pelo menos é o mais tranqüilo, no momento — ela comentou. — Tenho notado que você está me evitando. Isso não faz o mínimo sentido — Peter reclamou. — Dei-lhe minha pa¬lavra, esqueceu? Perplexa com o súbito e franco ataque, Carla mordeu o lábio inferior e deu de ombros. — Procure compreender — pediu com candura. — Fiquei chateada. Não esper ...

va ser surpreendida. — Juro que seu segredo está seguro comigo. E, pelo que vejo, ninguém mais sabe dos seus sentimentos por David. O coração de Carla deu um solavanco. — O quê? O que o faz pensar que minhas lágrimas eram por David? — Observei-os todos juntos. A linguagem do seu corpo disse tudo. E também arriscaria um palpite. O dr. Warren não é tão indiferente a você, a despeito do compromisso com sua atraente irmã. Carla fitou-o com atenção. — Sr. Audley! Assim vão pensar que é psicólogo e não advogado. — Eu não seria bom no meu trabalho, se não tivesse que estudar a natureza humana, Carla Lawrence. Ela percebeu que podia mudar de assunto e endereçou-lhe um amplo sorriso. — E você é bom mesmo. Até aqui, em Little Compton, sua trajetória de sucesso é bastante conhecida. É verdade que costuma ganhar nove causas em dez? Ele deu de ombros. — Se quiser acreditar no que dizem por aí, tudo bem. Posso lhe servir outro café, ou prefere outra bebida? — O que eu gostaria mesmo era de ir para a cama, mas como estamos em plena festa, suponho que tenho que cumprir meu dever, dando atenção aos convidados. — Não seja por isso. Pode me dar atenção, ficando aqui mesmo. — Não seria educado da minha parte, monopolizar a aten¬ção do nosso convidado de honra, sr. Audley. — Mesmo que esse seja o meu maior desejo? — ele insistiu. — Por quê? — ela indagou. — Nem é preciso perguntar. Você é a mulher mais bonita da festa. Além disso, despertou minha curiosidade. — Então, é isso. O que quer mesmo é saber por que eu estava chorando. — Também — ele concordou, fixando-a. — Mas se pensa que é só isso, engana-se. — Como? — Um rosto lindo e um corpo como o seu, espalham no ar um magnetismo sexual irresistível. Carla colocou-se de pé imediatamente. — Existem outros valores mais importantes em mim, do que a simples aparência, sr. Audley. — Não precisa me dizer, Carla Lawrence � ...

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