Livro: A prova do pecado Página 3

... d Warren. — Já está recuperada, Níobe? — murmurou Peter Audley. Carla suspirou, resignada. — Então sabe que era eu que estava lá. — Não foi difícil descobrir. Quando soube que uma moça da família estava temporariamente desaparecida da casa, ficou claro. Devia ser ela a ninfa angustiada entre os loureiros. — Sr. Audley. — Carla começou em tom hostil. — Não é preciso ser tão formal — ele interrompeu. — Peter, então — ela retomou a fala. — Por favor, poderia esquecer toda essa história? — Se está dizendo que não é para contar a ninguém, tudo bem. Porém, confesso que estou curiosíssimo para saber a causa do seu desespero. — Se eu fosse você, não mexeria no vespeiro. — Tenho medo de morrer de curiosidade — ele declarou, fitando-a. — Por isso, devo avisá-la de que mais cedo ou mais tarde pretendo descobrir. Uma interrupção na música foi providencial para Carla livrar-se daquela situação incômoda. As luzes voltaram ao normal e ela aproveitou para apresentar seu par a Marcus e Jess e também a outros convidados. Quando a ceia foi anunciada, mais tarde, Peter Audley estava inteiramente absorvido na conversa com Gween e suas amigas. Carla observou-o aliviada e decidiu dar-lhe um tratamento gelado, pelo resto da noite. — Tudo bem, garotinha? — perguntou Marcus a Carla, junto à mesa da ceia. Ela riu, esquecida completamente de Peter Audley. — Você é o único que pode me chamar de "garotinha", pelo resto da vida, se quiser. — Gostaria de ser como você, Carla — Lisa interveio. — Come de tudo e está sempre magra. Quanto a mim, basta olhar para uma barra de chocolate para engordar alguns gramas. — Não tem importância, querida — Marcus declarou, beijando o cabelo loiro da noiva. — Os homens preferem que suas mulheres sejam rechonchudinhas. Carla olhou-o enviesado e fez uma careta de ciúme. Marcus riu. — Não seja boba, Carla. Você é linda. Quando seu rosto vivia estampado na ...

revistas do mundo inteiro, eu tinha que me virar para espantar os engraçadinhos. Todos que¬riam seu número de telefone. — E você namorou um fotógrafo famoso — Lisa comentou, admirada. — Ainda não consegui entender por que desistiu da carreira de modelo. — Tenho certeza de que não — Jess observou secamente, colocando um prato nas mãos de Carla. — Coma. A ordem é de Gween. — Deixe-me servi-la — David ofereceu-se, empurrando-a para o lado. — Não precisa mais ficar contando calorias, garota da capa. — Se tivesse que ficar contando calorias nunca teria sido modelo — Carla replicou. — Ouvi Marcus dizer — comentou Lisa — que havia tantos homens atrás de você, ao mesmo tempo, que ele não sabe como não ficou de cabelo branco. — Querida, não foi bem assim — Marcus discordou, fran¬zindo as sobrancelhas. Jess colocou alguns salgadinhos no prato de Carla. — Vamos, coma. Enquanto isso, vá contando tudo o que sabe sobre o simpático sr. Audley. Nosso causídico é mais jovem do que eu esperava — considerou, olhando para o homem elegante, rodeado por um grupo de matronas. — Sei tanto quanto você — Carla replicou sem entusiasmo. — Mas dançou com ele — observou David. — Devem ter conversado. — Ele só quis ser atencioso. Foi gentil o bastante para dançar comigo, quando eu estava tomando chá de cadeira. — Chá de cadeira! — Todos exclamaram a um só tempo, incrédulos. David deu um abraço afetuoso em Carla, o que atraiu um olhar penetrante de Peter Audley. — Bem, algo me diz que nosso VIP está interessado na pequena Carla — Marcus comentou. — Vamos lá, resgatar o pobre rapaz. A sra. Dawson deve estar pedindo um do¬nativo para a reforma da igreja. Marcus largou o prato no parapeito da janela e afastou-se, sobressaindo entre os demais, devido sua altura. — Ele não é maravilhoso? — Lisa, que o seguia com o olhar, suspirou. Jess e Carla trocaram um sorriso. — Todos os dias agrade ...

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