Livro: Armadilha para uma Virgem

... Miriam Macgregor Copyright: Miriam Macgregor Título original: Autumn at Aubrey’s Publicado originalmente em 1987 pela Mills & Boon Ltd., Londres, Inglaterra Tradução: Karina Grechi Copyright para a língua portuguesa: 1988 EDITORA NOVA CULTURAL LTDA. Av. Brigadeiro Faria Lima, 2000 – 3º andar CEP 01452 – São Paulo – SP – Brasil Esta obra foi composta na Editora Nova Cultural Ltda. e impressa na Divisão Gráfica da Editora Abril S.A. Digitalização: Afrodite Revisão: Thalita Costa Resumo: Uma doce tortura, receber os beijos fingidos de Grant. Indignada, Donna olhou para Grant e indagou: “Você quer que eu finja ser sua amante”? Só pode estar maluco! Que atrevimento, que petulância daquele homem, envolvê-la numa história que não lhe dizia respeito, e tudo para causar ciúmes em sua esposa! E que motivos teria ela para participar daquela farsa? Espírito de colaboração, solidariedade humana? Não, Donna não faria isso por motivo algum. Era melhor não correr o risco de se apaixonar por um homem sem coração. CAPÍTULO I Finalmente, depois de horas de viagem, Donna divisou o lago Taupo, famoso por suas trutas. A água brilhava ao longe. No topo de uma colina parou seu Austin vermelho no acostamento para admirar a paisagem. Mais ao sul e além do lago avistou três enormes vulcões cobertos de neve, contrastando com o azul do céu. “Três gigantes adormecidos.”, pensou. Ufa! Era um alívio saber que faltava pouco para chegar, pois Beryl lhe havia dito que Aubrey’s Place ficava a poucos quilômetros do lago. A estrada que o margeava era a principal da região, portanto não seria difícil encontrá-la. Ainda bem. Do oeste, Donna sentiu uma brisa gelada desmanchar-lhe os cabelos cor de fogo e, soltando um gemido de frio, fechou o vidro do carro. Nesse momento, tentando ajeitar os cabelos revoltos, ela se lembrou de quantas vezes, em criança, fora chamada de “cenoura” por causa da cor atrevida ...

os fios. Com o passar dos anos, o tom avermelhado vivo fora escurecendo, tornando-se acobreado e formando um belo contraste com os olhos castanho-esverdeados. Aos vinte e dois anos, Donna era, sem dúvida, uma linda mulher. Com um conjunto de calça e jaqueta jeans e uma camisa de flanela verde, ela, tendo sentido o vento cortante, concluiu que o conselho da amiga não havia sido exagerado. – Traga roupas quentes, Donna – avisara Beryl por telefone. – Estamos em abril, portanto em pleno outono. Aqui faz frio. Por ser uma região montanhosa, ali a temperatura era bem diferente da de Auckland, onde ela vivia, situada ao nível do mar. Observando as folhas das árvores, cujos tons iam do vermelho-dourado ao amarelo, passando pelo âmbar, Donna concluiu que o inverno naquele lugar devia ser rigoroso. Pouco depois, dirigia pela rua principal de Taupo, repleta de lojas especializadas em artigos para os turistas que vinham ao famoso lago em busca de fartas e divertidas pescarias. A rua continuava contornando agora um longo trecho de casas voltadas para o lago. “Não deve estar longe”, pensou Donna, confiante, e, logo após uma subida acentuada deparou-se com um enorme letreiro sobre um portão de entrada, anunciando: “Aubrey’s Place”. Não havia dúvidas: chegara, finalmente. Na verdade, Donna nunca tinha visto antes uma estância exclusiva para pesca, e logo desceu do carro para apreciar com interesse o local. Tinha imaginado algo bem diferente: uma espécie de campo gramado com pequenas cabanas isoladas uma das outras. Estava surpresa com o que via: uma construção bem ampla, com um andar térreo, circundado por uma extensa varanda, e um andar superior. Na parte de baixo, dando para a varanda, havia portas que serviam também de janelas. A cada uma correspondia um apartamento completo, ela soube mais tarde por sua amiga e parente distante, Beryl, que, junto com o marido, Roy Gibson, administravam toda a estância. No piso superior, segundo se l ...

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