Livro: Por um gesto de carinho
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... Fire of the gods Madeleine Ker Tentada pelo brilho da fama, Louise resolve trair seu amor Aquela chance era única! Louise ajustou o minúsculo gravador como se fosse pegar alguma coisa dentro da bolsa e voltou a atenção a Bruno. Ele continuou a falar, sem desconfiar de nada, revelando exatamente o que ela desejava descobrir. Um pensamento a fez estremecer: será que algum dia aquele homem iria perdoá-la? Traição. remorso. Antes Louise desconhecia o peso destas palavras. Bem que fora avisada. Cedo ou tarde, teria que escolher entre profissão e o amor. Digitalização: Cris Bailey Revisão: Edna Fiquer Copyright: Madeleine Ker Título original: Fire of the gods CAPÍTULO 1 O crepúsculo na Sicília trazia uma profunda paz. Agora que o sol havia se posto, os barcos pesqueiros encon¬travam-se alinhados junto à praia. Da multidão que ali estivera durante o dia, só restavam alguns casais, apreciando o delicioso silêncio daquele momento e contemplando o esplêndido iate branco que flutuava quinhentos metros adiante. De seu mastro, as luzes decorativas produziam um brilho fascinante, como se aquela coisa mágica estivesse prestes a partir para um mundo encantado. — Na minha opinião, você deveria ver isso como parte do seu trabalho — disse Sophie Dubarry, levantando-se da toalha estendida. — Leve as suas câmeras à festa e depois faça uma reportagem sobre o modo de vida dessa gente. — Você está parada no tempo — respondeu Louise, enquan¬to se aninhava entre as pedras, deliciando-se com aquela água morna. — As mulheres de hoje não se interessam por um punha¬do de playboys decadentes. Elas querem expandir os seus conhe¬cimentos com fatos interessantes, tal como a erupção do maior vulcão ativo da Europa. — O Etna não vai entrar em erupção esta noite — afirmou Sophie, puxando os cabelos ondulados para trás e voltando-se para o pico que ficava a trinta quilômetros dali. Louise seguiu seu olhar. Aq ...

ela famosa montanha, até agora tão tranqüila, estava delineada de encontro ao céu violeta. Apenas o brilho vermelho no topo sugeria a existência de forças titânicas debaixo daquela torre em forma de cone, ainda coberta de neve, apesar do verão. — Não houve tremores hoje — prosseguiu Sophie, como se quisesse convencer a amiga. — Se eu perder essa erupção, meu editor me estrangula — retrucou Louise. — Os minutos iniciais são decisivos. É quando aparece o primeiro grande clarão. Depois o céu tende a ficar cheio de cinzas e fumaça e não se vê luz alguma. Esse é o maior espetáculo pirotécnico da Europa. — Louise apontou a montanha com um sorriso. — Quando o Etna mandar seu topo pelos ares, estará na primeira página de todos os jornais do mundo. E se eu não documentar isso, vou acabar no olho da rua. Puxou para trás os longos cabelos castanhos e levantou-se, caminhando em direção à amiga. Seu corpo elegante era cheio de graça e feminilidade, ainda mais agora, com a pele dourada pelo sol da Sicília. Os rapazes que assobiavam para ela nunca iriam imaginar que aquela morena de olhos verdes e lábios sensuais fosse uma talentosa repórter fotográfica. Claro que as três câmeras dentro de sua mochila não eram equipamento comum de turista. A tarefa de Louise Jordan era tirar as fotografias mais dramáticas possíveis e documentar a erupção que os estudiosos consideravam iminente. E era exata¬mente isso o que ela pretendia fazer. — Bom — decidiu Sophie Dubarry —, eu quero ir a essa festa. Primeiro porque estou louca para ver como é aquele iate por dentro. Dizem que é um palácio flutuante. E também porque Bruno Xavier exerce um estranho fascínio sobre mim. — Revirou os olhos como se fosse desmaiar. — Quem sabe não serei a primeira repórter da história a conseguir entrevistá-lo? Aliás, diga-se de passagem, Bruno Xavier é muito mais interessante do que a erupção do Etna. Louise riu da expressão da ami ...

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