Livro: Um trato com o Sheik Página 2

... —Está quebrando outra lei, cavalheiro. O comércio de escravos foi abolido no Zanzíbar faz mais de um século —respondeu irado. —Mas um homem com sua reputação e influência. quem vai questionar o que faz ou deixa de fazer com uma mulher a que ninguém conhece? Inclusive se ela escapasse. —Já é suficiente! —Zageo fez um sinal a seus guardas de segurança—. Encerrem-no sob chave. Registrem seu iate e, se houver uma mulher a bordo, tragam-na. —Já verá. Ela é tal e como lhe hei dito. Uma vez tenha ficado satisfeito. —disse rapidamente Arnault enquanto olhava com inquietação aos dois guardas que lhe flanqueavam para escoltá-lo a alguma outra parte. —Ah, estarei satisfeito de um modo ou outro senhor —afirmou brandamente Zageo, fazendo um sinal a seus homens para que procedessem a executar suas ordens. Zageo duvidava que existisse a mulher, e mais ainda uma mulher com as características que lhe tinha atribuído Jacques Arnault. Suspeitava que o francês se inventou uma fantasia sexual tentadora com a esperança de que lhe deixassem voltar para iate e, de algum jeito, desfazer-se dos homens que o escoltavam. Embora os guardas de segurança estavam armados, um ataque surpresa podia fazer ganhar tempo para escapar. Entretanto, se existia uma cúmplice, deviam levá-la para ser entregue às autoridades competentes. Embora não estivesse diretamente envolta no tráfico de drogas, era impossível que não tivesse conhecimento disso, e poderia proporcionar informação útil. acomodou-se na poltrona com forma de trono e alargou sua mão sobre o intrincado braço laminado da poltrona para tomar o coquetel de manga que tinha colocado sobre uma mesa esculpida com motivos animais. Enquanto sorvia lentamente o refresco, a cólera provocada pelo intento do francês de usar o sexo como moeda de mudança se voltou contra Veronique, quem tinha rechaçado seu convite a acompanhá-lo nessa viagem. —Sua cabeça estará no trabalho, cheri, ...

não será divertido —se queixou com insistência. Acaso a relação se media pela quantidade de diversão? Não podia dizer-se que os três meses de viagem para fiscalizar a cadeia de luxuosos hotéis que tinha criado em diferentes lugares exóticos da África fossem ser três meses de duro e penoso trabalho. Quanta diversão necessitava ela para sentir-se feliz e satisfeita? Podia aceitar que para uma solicitada modelo francomarroquí os melhores passatempos fossem ir às compras e embarcar-se em excitantes atividades de ócio. Entendia que tê-la como amante implicava lhe proporcionar tais entretenimentos. O que não tinha entendido era que Veronique só estivesse disposta a lhe brindar sua companhia a seu desejo, algo intolerável. Tinha-a mimada muito. Que o sexo fora bom não era suficiente recompensa. Não bastava com que Veronique fora um esplêndido adorno a seu lado, sempre magnificamente vestida, em consonância com sua exótica beleza moréia. Parecia-lhe extremamente ofensivo o pouco respeito que ela mostrava por seus desejos. Seu pai tinha razão. Já era hora de acabar com sua fascinação por mulheres de culturas diferentes e de encontrar alguma de sua mesma procedência para casar-se. Tinha trinta e cinco anos e devia ir pensando em sentar a cabeça e formar uma família. Terminaria sua relação com o Veronique e começaria a considerar candidatas mais adequadas para um compromisso de por vida, mulheres cultas e educadas de outras famílias poderosas do Dubai, cuja origem garantisse que a mulher com quem se casasse compartilharia uma vida com ele, não só um leito e o dinheiro. Nenhuma dessas candidatas teria o cabelo loiro avermelhado, olhos azuis e pele clara, mas tampouco eram características imprescindíveis para casar-se, nem sequer para despertar seu interesse. Nesses momentos, a idéia de negociar com o sexo lhe resultava detestável, mas desejava ter a oportunidade de fazer o entender à mulher que supostamente estava no iat ...

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