Livro: Em Busca do Perdão
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... Captive of fate Margaret Pargeter Bruce Sinclair afagou as mãos de Marion Gordon e falou num suspiro: "Fique comigo esta noite, Marion". Sufocada por um anseio ardente, como nunca havia experimentado antes, Marion o encarou, paralisada. Aquele era um convite a um prazer proibido: ela também o queria, todo o seu corpo clamava por ele. Em seu íntimo, porém, um estranho sentimento de culpa a impedia de se render ao homem que poderia ser seu algoz. Mas seria um crime tão grande ceder à tentação apenas uma vez? Copyright: Margaret Pargeter Título original: "Captive of Fate" Publicado originalmente em 1985 pela Mills & Boon Ltd., Londres, Inglaterra Tradução: William Graham Clark Copyright para a língua portuguesa: 1986 Editora Nova Cultural Ltda. Foto da capa: RJB Digitalização: Simoninha Revisão: Edna Fiquer Sem fins lucrativos, de fã para fãs CAPÍTULO I Marion estava atrasada e dirigia em velocidade acima do normal, mas, ao dobrar a esquina que ia dar no estacionamento seria capaz de jurar que a entrada da fábrica se encontrava desimpedida. Não sabia dizer, portanto, de onde viera o pos¬sante conversível preto que surgira de repente à sua frente, bloqueando a passagem, sem que tivesse tempo de frear. Apenas quando tudo se aquietou e sua porta foi aberta bruscamente, ela se deu conta de que havia colidido com o muro da fábrica, e não com o veículo do homem que agora a encarava, furioso. — De todas as idiotices que já vi., — ele começou a falar, agressivo, referindo-se ao modo descuidado com que ela dirigira. Mas Marion mal ouviu aqueles comentários. Seus ouvidos zum¬biam, seu corpo tremia, e foi acometida por um súbito acesso de náuseas. — Oh, por favor! Estou enjoada. Acho que vou. Mais que depressa, o homem debruçou-a para o lado, empurrando-lhe a cabeça para baixo, e disse com aspereza: — Poupe seu carro. ele já foi bastante danificado. A náusea felizmente passou, dispensando-a de sofre ...

nova humilhação. Mas a ansiedade não diminuiu, ao ouvir o comen¬tário do desconhecido sobre seu carro. Tentando focalizar o muro contra o qual havia se chocado, Marion estremeceu, horrorizada, e voltou a encarar o homem que, apesar de irritado, ainda a segurava com firmeza. As feições dele dançavam diante de seus olhos. — A-acha. que houve muitos danos? — gaguejou, num fio de voz. — Ao muro ou ao seu carro? Ela engoliu em seco, desejando que ele tivesse sido mais delicado. — Bem. aos dois. — O carro certamente vai precisar de um conserto e, quanto ao muro, deve estar rachado. Mas eu não me preocuparia nem com um nem com outro, se estivesse em seu lugar. Sua saúde é muito mais importante. Como está se sentindo? — Não sei ao certo — ela murmurou, e seus olhares se cru¬zaram. Como que hipnotizada por aquele olhar cinzento e penetrante, Marion sentiu o coração disparar. De um modo inexplicável, não conseguia desviar os olhos e interromper aquele contato. O rosto moreno dele a atraía como um ímã. O que a deixou ainda mais perplexa foi perceber que o des¬conhecido também parecia atraído por ela. Ele a olhava de modo intenso, como se quisesse assimilar todas as suas carac¬terísticas em poucos segundos. Talvez estivesse preocupado com o estado dela, pensou, e por isso a observasse tão longamente. Reunindo toda sua força de vontade ela acabou por desviar os olhos daquele homem, sen¬tindo um aperto estranho no peito. — Acho que não foi nada sério — murmurou. — Creio que tudo não passou de um susto. Soltando-a, o homem balançou a cabeça, como se estivesse tentando se libertar de sentimentos contraditórios. — Se acha que está mesmo apenas um pouco abalada, há um hotel que conheço, a cerca de dois quilômetros daqui. Você devia descansar um pouco e beber alguma coisa. — Acho que não conseguiria andar até lá. — Não estava sugerindo que você andasse — o estranho in¬terveio. — Também gostari ...

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