Livro: Brilho no Olhar Página 2

... ueridinho das celebridades que se ocupam de angariar dinheiro para caridade, o chefe desse caos? — Lorenzo está muito ocupado no momento. Ele ficou sozinho para resolver tudo, já que Alex e Dani estão viajando. — Cara parecia bastante preocupada com ele quando a irmã de Sophy, Victoria, lhe entregara o telefone. — Seria ótimo se você pudesse ir para lá, deixaria Cara bem mais tranquila com o Fundo Whistle. Bem, Sophy não tinha ido até lá por causa de Lorenzo, mas, sim, para evitar maiores preocupações a Cara. Sophy percebeu que inconscientemente estava batendo o pé no ritmo de batida surda que vinha de longe. Como se alguém usasse um martelo para acelerar, depois parasse e em seguida voltasse a bater. Ela sacudiu a cabeça para se livrar daquele pensamento tolo e olhou a sua volta mais uma vez. Levaria tempo para ela arrumar tudo aquilo. Bem que queria ter recusado, mas ela nunca dizia "não". Não quando alguém lhe pedia este tipo de ajuda. Todo mundo sabia disso. Sophy tinha acabado de voltar para a Nova Zelândia, há mais de um mês, e sua família já lhe enchera de ocupações. Porém, ela havia permitido isso. Ela sabia que eles não tinham notado nenhuma mudança, e ela também havia fingido não perceber, só dizendo um "sim" aqui, outro "claro" ali. Reconhecendo que não tinha nada melhor para fazer. Ou, pelo menos, nada tão importante quanto aquilo que eles pediam. Mesmo gostando de ajudá-los, havia outras coisas que ela se interessava em fazer. Seu coração disparou ao pensar naquilo como "trabalho". Ela queria muito provar que não passava disso. Mas, para isso, ela precisava de tempo. Por isso ela não queria perder tempo esperando por alguém, muito menos por um sujeito que parecia não ter a menor ideia de organização. O mesmo chefe que obrigara Cara a lhe telefonar do hospital pedindo sua ajuda. Se isso realmente fosse necessário, tudo bem. Porém, ela não iria esperar ali por mais 20 minutos. Ela consultou seu rel� ...

gio mais uma vez. E, ao olhar para o relógio, ela se encantou mais uma vez com a bela peça vintage. Encontrara esse relógio num mercado de artigos de segunda mão, em Londres. Só precisara de uma nova pulseira e uma visita a um relojoeiro, agora ele trabalhava perfeitamente. As horas, no entanto, não passavam. O ruído surdo bateu no seu cérebro novamente, fazendo-a se lembrar dos tempos de escola. Não é possível. Será? Ela se levantou, deu alguns passos até a janela para olhar. Lá embaixo havia um pátio na parte de trás do prédio. Mas era basquete, sim. Lorenzo Hall, ela sabia que era ele, lá embaixo se divertindo. Se estivesse jogando com outras pessoas, ela até podia compreender que quisesse terminar o jogo antes de encontrá-la. Só que não havia ninguém com ele. Ele estava jogando sozinho enquanto ela esperava para ser recebida no horário marcado. Longos e demorados minutos no escritório dele, para prestar um favor a ele. A irritação dela só fez aumentar. Por que será que ninguém notava que seu tempo era precioso? Ela saiu do escritório, desceu a escada fazendo barulho com seu salto alto e passou pela recepcionista, que corria na outra direção, arrastando o fone de ouvido atrás dela. — Você acha que o senhor Hall ainda vai demorar? — ela perguntou, com educação. A moça parou e a fitou com um olhar muito espantado. — Ele não está lá em cima? Sophy olhou indignada para a recepcionista. Então ela não sabia? Ela não era a recepcionista? Onde estava a eficiência desse lugar? Ela respirou fundo antes de responder: — Claro que não. — Tenho certeza de que o vi mais cedo. Veja se ele está no terceiro andar ou, quem sabe, na parte de trás. — Assim ela encerrou a conversa e saiu correndo para o outro lado. Sophy continuou descendo a escada e saiu pela porta atrás da recepção. Essa reunião tinha sido marcada há dois dias atrás. Ele podia ser o recém-coroado rei dos exportadores de vinho, mas ela nã ...

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