Livro: Algemas do passado

... (A Change of Heart) Copyright: ELEANOR FARNES Título original: "A CHANGE OF HEART" Publicado originalmente em 2972 pela Mills & Boon Ltd., London Tradução: DIOGO BORGES Copyrighl para a língua Abril S. A. Cultural e , 1978 , São Paulo Composto e impresso nas oficinas da Abril S. A. Cultural e Industrial, São Paulo Caixa Postal 2372 — São Paulo CAPÍTULO 1 O carro esporte vermelho estava parado no acostamento de uma estrada comprida e solitária. Os galhos das árvores desfolhadas pelo inverno rangiam tocados pelo vento e nesgas de neblina rodopiavam em redor dos troncos. As cercas-vivas e o gramado ralo, típico do inverno, ainda estavam cobertos dê geada. Duas pessoas despontaram em uma trilha e saíram na estrada va¬zia, caminhando rapidamente, de mãos dadas, em direção ao cano. O homem era alto e seu rosto era moreno e de traços bem definidos. Os cabelos escuros da garota estavam empapados de umidade, seus olhos brilhavam e o frio deixara seu rosto corado. Entraram no carro e fecharam todas as janelas, abrigando-se em seu interior es¬treito. — Mas que dia para dar um passeio no campo! — disse James. — Pois eu gostei muito — disse Catrina e, voltando-se para ele, sorridente, acrescentou com suavidade. — Um dia maravilhoso! Ma¬ravilhoso! Ele acolheu a adjetivação entusiasmada que ela lhe apresentava e disse calmamente: — Então a resposta é sim, Catrina. — Sim — disse ela. Ele pegou em seu queixo e atraiu-a para perto dele, de modo a poder beijá-la. — Mal posso lhe dizer — confidenciou .—- qual era minha expec¬tativa, caso você me rejeitasse, — Mas posso lhe dizer qual era minha expectativa, caso você não me pedisse em casamento. — Qua! será a reação de seus pais? — Não sei lhe dizer, irão declarar que ainda é cedo demais para que ambos tenham certeza. — Você acha? — Não. Estou plenamente convencida. — Você me ama tanto assim? — Amo. Mas eles dirão: "Você o conh ...

ce há apenas dois meses. . ." — Hoje faz dez semanas — disse James —-, e mesmo que fossem dez anos eu não estaria mais seguro do que sinto por você. Pôs os braços em redor de seus ombros e atraia-a para junto de si. Fez-se no carro um silêncio Songo e sereno. Ele disse, finalmente: — Não podemos dar um passo adiante e decidir quando é que nos casaremos? — Sim — disse Catrina. — Gostaria de me casar com você amanhã. — É um pouco cedo demais. Que ta! dentro de dois meses? — Um mês — sugeriu James. — Faço uma contraproposta. Seis semanas. — Aceito — disse James, e apertaram-se as mãos, a fim de rati¬ficar o acordo. — Catrina — disse ele, subitamente sério —, você tem pressa? — Sim, querido, tenho. — Então, o próximo passo é. . .? — Dar a notícia para meu pai e minha mãe. — Devo falar com seu pai? — Deixe que eu falo com eles primeiro, depois que você voltar para Londres. Então você pode vir em um fim de semana conver¬sar com papai. — Muito bem. É o que farei. Oh, Catrina, você não sabe como me deixou feliz hoje. — Acho que sei, sim — ela responde. — Eu me sinto exatamente da mesmo forma. O casamento de James e Catrina, que eles pretendiam inicial¬mente fosse simples e íntimo, acabou tomando proporções enormes. Não foi por culpa de James. Ele tinha apenas alguns parentes c amigos, espalhados pelos quatro cantos do mundo. Foi Catrina quem. tendo começado a enviar os convites, não podia mais parar. — Não posso convidar Harriet — disse —, sem sua irmã Helen, e se eu convidar tia Marian e sua família, terei que fazer o mesmo com tia Gillian e os seus. E a coisa foi por aí afora, do mesmo modo como acontecia com todos os casamentos, até que ficou evidente ser impossível juntar todos em casa, e alugaram um salão de festas. Pois Catrina era muito conhecida e muito considerada na pequena cidade onde nascera e vivera durante toda a vida. Havia lá muitos jovens ...

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