Livro: Caminhos do Destino Página 3

... utra prima que estava lhe telefonando, adiantou que ela seria convidada para ser madrinha. Andrea começou a pensar nos presentes que compraria para eles quando fosse visitar a prima na maternidade, mas logo se obrigou a colocar um freio em sua imaginação. Não havia melhor distração para a mente do que tra¬balho. Essa fora uma das principais lições que seu pai lhe dera desde que atingira idade suficiente para ajudá-lo nos negócios. Força de vontade e determinação eram qualidades po¬sitivas e admiradas por todos, ele dizia. Talvez fossem, Andrea pensou, mas no decorrer dos anos ela também aprendeu que os homens mais temiam do que apreciavam esses atributos nas mulheres. Andrea ligou o computador e censurou-se por se en¬tregar a essa linha de pensamento. Mas realmente não podia conter a parte rebelde de seu cérebro que insistia em dizer que os homens preferiam as mulheres frágeis que dependiam de sua proteção. E ela não era do tipo vulnerável. Ao menos não tinha a aparência de ser. Alta e elegante, Andrea despertava inveja nas mulheres por seu corpo esbelto e bonito e também por sua flexibilidade e por seu incansável bom humor. Gostava de fazer ca¬minhadas, de nadar e de dançar. Nos encontros em fa¬mília, era sempre a primeira a ser chamada para co¬mandar os jogos e as brincadeiras. Os cabelos cor de mel eram lisos e compridos e ela costumava usá-los presos em um coque clássico na nuca. Nos tempos de faculdade, recebeu um convite para ser modelo diretamente do dono de uma das agências mais famosas do país. Andrea, porém, como nunca havia colocado a beleza e a elegância como prioridades em sua vida, não teve dú¬vidas em recusar a oferta. Em vez de diminuir, a graça de Andrea aumentou com o passar dos anos. Ela não se dava conta, mas sempre que andava pelas ruas era alvo de mais que um olhar por parte das pessoas, em especial dos homens. E o que mais os intimidava não era sua personalidade, como ela imaginava, mas sua e ...

traordinária beleza e seu bom gosto na escolha de roupas. Seu estilo clássico era o fator principal pelo qual os homens a consideravam alguém fora de seu alcance. Andrea franziu o rosto ao olhar para o monitor a sua frente. Uma das mais recentes instituições de caridade que ela tomara sob sua proteção não estava atraindo o apoio público necessário. Seria preciso encontrarem um meio de corrigirem o problema. Talvez devesse procurar Peter Macaulay e aconselhar-se com ele. Além de ter sido amigo de seu pai, Peter fora seu professor na faculdade, e eles compartilhavam dos mesmos ideais filantrópicos. Solteiro e sem descen¬dentes, ele havia indicado Andrea como uma das execu¬toras de seu testamento porque sabia que ela seria capaz de fazer cumprir seus desejos. Após a morte de seu pai, Peter fora designado pelo comitê central para administrar o setor financeiro da instituição. Ao pensar em Peter Macaulay, Andrea não conseguiu prosseguir com o trabalho. Sabia que o professor e amigo não estava se recuperando da cirurgia que fizera alguns meses antes como os médicos haviam antecipado. Da úl¬tima visita que lhe fizera em Lexminster, ficara impres¬sionada com seu aspecto. Acostumado a viver perto da universidade onde lecio¬nara durante muitos anos, Peter relutava em atender o pedido de Andrea para que se mudasse para Rye-on-Averton, mais precisamente para sua casa, onde ela teria condições de cuidar dele como desejava. Quando jovem, Andrea escolheu a universidade de Lex¬minster para estudar principalmente porque era a mais próxima de sua casa. Além de oferecer o curso que am¬bicionava fazer, não a levaria para longe de seu pai. Na época, quando ainda não havia uma rodovia que ligasse as duas cidades, o trajeto era de quatro horas. Assim, impossibilitada de viajar todos os dias, Andrea resolveu morar no alojamento com os demais estudantes e ir para casa nos fins de semana. Parecia fazer um século que vivera aquela fase. No entanto ap ...

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